Com ou sem vitória de Cunha, eleição na Câmara trará prejuízo ao Planalto

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Independente do resultado da eleição do próximo domingo (1/2), para a presidência da Câmara, a leitura nos corredores da política é que o Palácio do Planalto sai perdendo em qualquer cenário. Em menor grau, se o candidato do PT, Arlindo Chinaglia, vencer a disputa contra os adversários Julio Delgado (PSB), Chico Alencar (PSOL) e Eduardo Cunha (PMDB) – este último, dono do favoritismo. Mesmo com sucesso do petista, Dilma levaria para casa um PMDB enfurecido pela derrota e disposto a se deixar liderar, mais uma vez, pelo deputado fluminense que mais causou dor de cabeça durante o primeiro mandato da presidente.

Mas o prejuízo com a vitória de Eduardo Cunha, o principal desafeto do Planalto, seria maior. Afinal, ser presidente da Câmara é dispor de um cargo que só perde em relevância para a presidência e vice-presidência da República. Cunha, além de estar na linha sucessória de Dilma, teria poder para arquivar ou dar prosseguimento a pedidos de impeachment contra a presidente. E ditaria a velocidade com que projetos de lei que interessam ao Planalto seriam tocados na Câmara. 

O conflito declarado e preocupação do governo com Cunha são tão grandes que nesta sexta-feira (30), durante entrevista a uma rádio, Chinaglia afirmou que se não estiver no segundo turno da eleição para presidente da Câmara contra o peemedebista, dará seu voto pessoal em Julio Delgado, oficialmente o candidato de oposição ao PT, com apoio do PSDB. “Não há acordo de apoio [entre PT e PSB], nem pedi reciprocidade, mas eu também sou eleitor”, explicou Chinaglia. Segundo ele, mesmo que o PMDB seja da base aliada, é impossível votar em Cunha após a campanha agressiva que ele encabeçou nas últimas semanas.

O retorno dos trabalhos da Câmara acontece no próximo domingo, às 10 horas. Quem coordenará a Casa é o deputado Miro Teixeira (Pros), por somar 69 anos e 11 mandatos. Ele proclamará o nome dos 513 deputados eleitos. Na sequência, até às 13h30, serão definidos os blocos parlamentares. Às 14h30, a primeira reunião de líderes buscará consenso para a distribuição de cargos da Mesa Diretora e comissões.

O prazo para registro de candidaturas à presidência da Câmara e demais cargos da Mesa Diretora se encerrará às 17h. A eleição é iniciada às 18h. A votação é secreta e feita em 14 urnas eletrônicas. Os deputados votam eletronicamente para os 11 cargos da Mesa Diretora da Câmara de uma vez. Ao fim da votação, os votos para presidente são apurados. Se um dos postulantes obtiver a maioria dos votos (metade mais 1), estará eleito, assumirá a mesa e dará prosseguimento a eleição dos demais cargos. Caso contrário, acontece o segundo turno entre os dois mais votados. A campanha de Chinaglia conta com essa hipótese. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

16 Comentários

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  1. Arlindo Chinaglia é o nome

    Arlindo Chinaglia é o nome certo para compor todas as forças políticas respeitada a ideologia de cada um.

    Se houver uma loucura,tipo Severino Cavalcanti, o país perderá e muito. O custo congresso será elevadíssimo que,associado ao negativismo e escandalização promovidos pela mídia porca deste país,se reatroalimentarão constantemente.

    De positivo,talvez,fique,assim como no segundo turno das eleições presidenciais,a união das esquerdas e a mobilização popular,talvez.

    Assim,Arlindo Chinaglia não é custo,é investimento e,se houver ainda alguém neste país querendo fazer oposição responsável,este alguém deverá apelar a seus pares para a sua eleição.

  2. Nojo, NOJO, asco, ASCO,

    Nojo, NOJO, asco, ASCO, podridão, PODRIDÃO. E o país dando marcha a ré ! GLOBO e USA, vocês vencerão ! Parabéns ! Quem o PT pensa que é ?

  3. Que saudade de Severino Cavalcanti, um amador

    A ficha de Eduardo Cunha, o homem que falta para “moralizar a política”

    30 de janeiro de 2015 | 17:49 Autor: Fernando BritoNo Tijolaço :   http://tijolaco.com.br/blog/?p=24458

    moralidade

    O repórter Luiz Fernando Vianna, além do excepcional autor de jóias como Aldir Blanc: Resposta ao Tempo, é profissional daqueles que da raia  não correm e nem recorrem às meias-palavras.

    Hoje, na Folha, ele descreve, com crueza, o que é a possível eleição de Eduardo Cunha como presidente da Câmara, já, já, neste domingo.

    É o que falta, mesmo, para a moralização da política neste país.

    Um homem que faz a gente ter saudade do Severino Diretoria que Fura Poço Cavalcanti.

    Cunha não fura nada.

    A não ser a hipocrisia da oposição brasileira ao proclamar-se  campeã da moralidade.

    Anais da política

    Luiz Fernando Vianna

    Desde Célio Borja em 1975, um representante do Rio de Janeiro não se elege presidente da Câmara dos Deputados. O tabu de 40 anos pode ser quebrado no domingo com a vitória de Eduardo Cunha. Que legal, não?

    Resposta de quem acompanha um pouquinho a política do Rio, dominada há 12 anos pelo partido-empresa de Cunha, o PMDB: não.

    O resultado poderá coroar aberrações que passaram a ser aceitas como verdades. Exemplos:

    1) ser político é um ofício da iniciativa privada, tão bem-sucedido quanto maior for a ingerência sobre o destino de recursos públicos –que deixam de ter destino público;

    2) a função primeira do Legislativo é chantagear o Executivo para conseguir o máximo de cargos e verbas. É um jogo que zera após cada votação importante, o que o torna interminável e de rentabilidade segura. Não se discutem projetos para o país, mas oportunidades de negócio;

    3) em sendo uma categoria profissional, os políticos precisam ser representados por associações de classe, que organizam suas reivindicações. Eduardo Cunha é um líder sindical, um Lech Walesa do submundo político brasileiro.

    Em fevereiro de 2005, Severino Cavalcanti foi eleito pela maioria fisiológica da Câmara, desafiando o governo Lula. Em maio, anunciou seu preço: indicar um nome para “aquela diretoria que fura poço e acha petróleo” na então forte Petrobras. Caiu em setembro acusado de receber um mensalinho de R$ 10 mil do concessionário do restaurante da Câmara.

    Saudades de Severino. Era um amador, praticante do fisiologismo-arte. Cunha joga o fisiologismo-força.

    Firme em sua milionária campanha, indica se sentir inalcançável pela Operação Lava Jato. O juiz Sergio Moro vai ficar devendo essa ao Brasil.

    Se vencer, Eduardo Cunha entrará nos anais do Rio. E de todos os brasileiros

     

  4. Que saudade de Severino Cavalcanti, um amador

    A ficha de Eduardo Cunha, o homem que falta para “moralizar a política”

    30 de janeiro de 2015 | 17:49 Autor: Fernando BritoNo Tijolaço :   http://tijolaco.com.br/blog/?p=24458

    moralidade

    O repórter Luiz Fernando Vianna, além do excepcional autor de jóias como Aldir Blanc: Resposta ao Tempo, é profissional daqueles que da raia  não correm e nem recorrem às meias-palavras.

    Hoje, na Folha, ele descreve, com crueza, o que é a possível eleição de Eduardo Cunha como presidente da Câmara, já, já, neste domingo.

    É o que falta, mesmo, para a moralização da política neste país.

    Um homem que faz a gente ter saudade do Severino Diretoria que Fura Poço Cavalcanti.

    Cunha não fura nada.

    A não ser a hipocrisia da oposição brasileira ao proclamar-se  campeã da moralidade.

    Anais da política

    Luiz Fernando Vianna

    Desde Célio Borja em 1975, um representante do Rio de Janeiro não se elege presidente da Câmara dos Deputados. O tabu de 40 anos pode ser quebrado no domingo com a vitória de Eduardo Cunha. Que legal, não?

    Resposta de quem acompanha um pouquinho a política do Rio, dominada há 12 anos pelo partido-empresa de Cunha, o PMDB: não.

    O resultado poderá coroar aberrações que passaram a ser aceitas como verdades. Exemplos:

    1) ser político é um ofício da iniciativa privada, tão bem-sucedido quanto maior for a ingerência sobre o destino de recursos públicos –que deixam de ter destino público;

    2) a função primeira do Legislativo é chantagear o Executivo para conseguir o máximo de cargos e verbas. É um jogo que zera após cada votação importante, o que o torna interminável e de rentabilidade segura. Não se discutem projetos para o país, mas oportunidades de negócio;

    3) em sendo uma categoria profissional, os políticos precisam ser representados por associações de classe, que organizam suas reivindicações. Eduardo Cunha é um líder sindical, um Lech Walesa do submundo político brasileiro.

    Em fevereiro de 2005, Severino Cavalcanti foi eleito pela maioria fisiológica da Câmara, desafiando o governo Lula. Em maio, anunciou seu preço: indicar um nome para “aquela diretoria que fura poço e acha petróleo” na então forte Petrobras. Caiu em setembro acusado de receber um mensalinho de R$ 10 mil do concessionário do restaurante da Câmara.

    Saudades de Severino. Era um amador, praticante do fisiologismo-arte. Cunha joga o fisiologismo-força.

    Firme em sua milionária campanha, indica se sentir inalcançável pela Operação Lava Jato. O juiz Sergio Moro vai ficar devendo essa ao Brasil.

    Se vencer, Eduardo Cunha entrará nos anais do Rio. E de todos os brasileiros

     

  5. Se o planalto perder de pouco

    Se o planalto perder de pouco já é lucro.

            E isso serve mesmo elegendo o inssondo canditato petista.

                     Por que? 

                       pORQUE o líder do P M D B será o derrotado pra presisidente da cãmara.Mas continuará l[ider.

                          Ou seja, é impossível se livrar dele.

  6. não se surpreendam…

    se qualquer um que voncer tiver uma estreia fantástica, sendo aplaudido por todos

    que bom seria, se pudéssemos encarar esta reação como sendo um ótimo sinal,

    como sendo a confirmação de que votaram com liberdade política

  7. como faz falta a mobilização popular…

    mas refiro-me a uma mobilização natural, espontânea ou livre das garras da mídia ou dos “porta frases” pagos

    sonho meu

    pois nossos políticos sempre puderam contar com a indiferança dos que deveriam ser os mais interessados

    simplesmente cercam-se de garantias, vendendo ou trocando decisões e votos

  8.   Mas… até onde sei parte

      Mas… até onde sei parte do PMDB já não apoia mesmo Dilma em qualquer situação. Não vejo diferença se Cunha ficar de fora.

  9. Arlindo Chinaglia, o médico

    Arlindo Chinaglia, o médico que lutou com todas as suas forças contra a CPMF em 1996, para que mais gente continuasse morrendo nas filas de hospitais e ele pudesse continuar denunciando e obtendo dividendos políticos do sofrimento das pessoas, agora acusa o seu adversário de usar jogo-sujo nessa disputa.

    Imaginem que o Cunha teve a coragem de acusar o Chinaglia de ter influenciado a nomeação de seu filho no CADE. Que absurdo.

  10. Parece a cavalaria do forte

    Parece a cavalaria do forte apache atacando índios, sem nenhuma chance de fumarem o cachimbo da paz. Nem pelo Brasil, nem pelos eleitores. Ô, raça interesseira, representa os mais baixos negócios, esses que estão na boquinha rosada do juiz Moro, novo imperador da lei e da ordem. Sem o perigo de serem atacados ou sequer indiciados pelo mais novo nerd da globo. Ainda vai chegar o dia em que assistiremos de camarote o tiroteio geral no congresso brasileiro. Todos chantagiam todos. Eles que são lobistas sem lei que se entendam.

  11. Configuração Política

    De qualquer forma a configuraçao política não ficará boa para o atual governo. A avaliação pessimista da maioria é sinal de algo se perdeu neste caminho, ou conseguiram, por meio de várias manobras, bagunçar o que restava. Está pintando uma vitória de Pirro ? Espero que não, mas.

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