CPI contra Anvisa investigaria decisão alinhada à governo, indica Maia

Jornal GGN – Antes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberar o uso emergencial e experimental de vacinas contra o coronavírus, a agência estava prestes a ser investigada com a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra seus membros técnicos pelo atraso na concessão.

A possível investigação da Anvisa foi revelada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em um ato que chegou a soar como uma pressão à Anvisa ou, ainda, entre os intuitos do parlamentar de deixar uma boa imagem no fechamento de seu mandato na Presidência da Casa.

Independente das intenções do parlamentar, não transparentadas, ele confirmou que a posição de desconfiança junto à Anvisa não foi isolada. Mas que a possibilidade de abrir uma CPI contra a agência, que vem avalando as posições do presidente Jair Bolsonaro de impedir, por exemplo, o uso da vacina chinesa CoronaVac, estava sendo discutida junto a outros líderes partidários.

O que teria impedido a investigação parlamentar foi o anúncio, feito hoje (10), de autorizar o uso emergencial e de testes de vacinas contra a Covid-19, fazendo com que a agência atenda ou não a pedidos de laboratórios de aplicar doses temporariamente.

“A Anvisa, felizmente, toma uma decisão que nos dá mais tranquilidade, porque estávamos caminhando para propor uma CPI de investigação dentro da Anvisa”, disse Maia.

Em seguida, afirmou que a investigação seria contra téncicos “responsáveis” por “esse atraso”, referindo-se à demora da agência brasileira de liberar este tipo de testes. “Uma decisão que é de Estado, não é de governo… esse atraso vinha ocorrendo”, continuou, ao indicar o alinhamento das posturas da Anvisa com o presidente Jair Bolsonaro.

“Foi bom para que a gente não precise avançar, como eu já tinha proposto a alguns líderes, na apresentação de assinaturas para CPI de investigação da irresponsabilidade, que espero que tenha parado hoje, de alguns técnicos da Anvisa em relação à saúde da população brasileira”, expôs.

Segundo Maia, o tema “é de alto risco”. “O desespero das pessoas aumenta a cada dia, a falta de uma luz no fim do túnel aumenta. A Anvisa certamente viu que essa é uma questão que precisa de solução e a Câmara vai dar outra solução”, afirmou, sobre o não avanço para uma CPI.

 

Redação

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