Eduardo Cunha nega uso de CPI para cancelar denúncia de propina na Lava Jato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O deputado Eduardo Cunha (PMDB) usou as redes sociais nesta quinta-feira (30) para rebater uma reportagem do Estadão, que aponta que o presidente da Câmara é um dos três parlamentares com acesso exclusivo a uma lista de investigados da CPI da Petrobras entregue à empresa de espionagem Kroll, contratada por mais de R$ 1 milhão com dispensa de licitação.

Segundo o Estadão, a cúpula da CPI, formada por aliados de Cunha, não quer disponibilizar a lista com 12 indicados à Kroll para serem alvos de um pente fino nem mesmo a outros membros da comissão, como o deputado Ivan Valente, do PSOL. A empresa deve buscar indícios de contas secretas no exterior que pertençam a figuras ligadas ao esquema de corrupção na Petrobras, objeto da Operação Lava Jato, com foco nos empresários – não há políticos no pedido.

Ainda segundo o jornal, a Kroll deve dar atenção especial ao lobista Julio Camargo. Ele disse, em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, que Cunha lhe cobrou, pessoalmente, cerca de 5 milhões de dólares em 2011, dinheiro que seria usado em campanha eleitoral. Cunha nega a acusação e questiona no Supremo Tribunal Federal sua validade. Isso porque investigações sobre parlamentares devem correm em corte com foro privilegiado – que não é o caso da 13ª Vara Federal de Curitiba.

A ideia da Kroll é encontrar fatos que comprometam Julio Camargo e que sejam capazes de anular todo o acordo de cooperação feito por ele com a Lava Jato. Por tabela, Cunha seria beneficiado, pois há a informação de que antes de implicar o deputado em depoimento a Sergio Moro, Julio Camargo já havia denunciado o pagamento de propina a Cunha à Procuradoria Geral da República, que levará o caso ao Supremo. O ato diante de Moro seria apenas um meio de tornar a acusação pública.

Em nota, Cunha disse: “Não participei, não participo nem participarei de qualquer decisão sobre investigações da CPI, que tem a sua autonomia. Rechaço com veemência as insinuações da reportagem, que beira a má-fé, tentando me colocar como autor de constrangimentos, o que, definitivamente, não posso concordar. A participação da direção da Câmara, por meio da Diretoria Geral, trata somente da contratação administrativa requerida pela CPI, nos termos de sua autonomia.”

Cunha tornou as investigações envolvendo a contratação da Kroll sigilosas até 2020.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. “Julio Camargo já havia

    “Julio Camargo já havia denunciado o pagamento de propina a Cunha à Procuradoria Geral da República, que levará o caso ao Supremo. O ato diante de Moro seria apenas um meio de tornar a acusação pública”:

    Mentira deles, isso eh conversa de advogado de defesa e nao de intelectuaiaiais como eu.  Vejamos:  se ele JA HAVIA denunciado o corrupto eh Moro, porque Camargo somente RETORNOU ao assunto em publico.  E retornou porque?  Porque havia perigo em excesso pra familia?

    Nao foi precisamente isso que aconteceu em caso anterior de poucas semanas atraz que nos vimos em glorioso video technicolor?  E nao eh uma coincidencia inacreditavel que nao um mas DOIS delatores que relataram “feitos” da extrema direita” estao supostos a nao terem dito NADINHA a respeito dos “novos” delatados” de extrema direita ANTES DE IREM AO PUBLICO COM DELACOES NOMINAIS?

    Pra “orquestrador” Moro ta mais pra Foster Jenkins.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=qtf2Q4yyuJ0%5D

    Exceto quando o infeliz Aecio do judiciario fala…  em publico…

  2. Maquiavêlico

    Esse homem ê maquiavélico, é um veneno que tem que ser expurgado do Parlamento. É necessário apoiar a imprensa para colocar esse verme a nu. Ele coloca seus cúmplices a seu serviço com o meu, o seu, o nosso dinheiro. É um crápula.

  3. O bolo!

    O bolo com o cunho de massa de excremento cresceu no congresso agora explode no ventilador e se espalha no lava a jato!

    Perigo que nao tem limites.

  4. Isso é o pior que poderia ter

    Isso é o pior que poderia ter na política, um presidente da Câmara que utiliza-se de seus “seguidores” para aterrorizar todos os que o denunciam…

    Hoje vi uma matéria que informa que o escritório político do Eduardo Cunha, PASMEM, fica no andar imediatamente acima da UTC, o chão do escritório dele é o teto da UTC, dá para acreditar??

    Então, perguntem-se onde eram as reuniões de propina? hummmmm

     

    Coincidência ou não, para quem está em maus lençóis como Cunha, isso não é mera coincidência, pesquisem no Google

     

    Escritório Político Cunha UTC Rio de Janeiro

     

     

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