Em vai e volta de Temer com aprovação da Câmara, Maia diz estar “feliz”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após errar o cálculo da renúncia do PIS-Cofins sobre o diesel até o fim de 2018 e provocar incômodo dentro do governo de Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), agora usa da medida tomada pelo mandatário para dizer que Temer seguiu a sua postura.
 
Em plena greve dos caminhoneiros na última semana, a Câmara aprovou um projeto que eliminava o PIS-Cofins até o final deste ano. Ao abordar e defender a aprovação do projeto, Maia afirmou que a renúncia iria custar somente R$ 3,5 bilhões.
 
Mas a Receita Federal fez os cálculos e verificou que o rombo seria muito maior: de cerca de R$ 14 bilhões. O próprio governo Temer já havia feito esse cálculo antes de negociar com a categoria. O resultado foi que o projeto foi aprovado na última quarta-feira (23) com a ideia de que geraria um custo muito inferior ao real.
 
A pauta seguirá para o Senado, sendo aprovado pelos deputados juntamente com a reoneração da folha de pagamento de 28 setores da economia, outra medida do governo Temer para tentar recuperar recursos com impostos.
 
Diante do embaraço, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-RS), chefou a criticar o deputado e cobrar dele soluções de onde sairiam os recursos que compensariam as perdas. “Se eu estiver certo [cálculo da Receita], vamos ter que buscar uma correção. Vamos ter que ir ao Senado, vamos ter que avaliar”, havia dito Marun.
 
Mas, agora, o governo mesmo teve que voltar atrás. Após a aprovação das medidas provisórias pelo mandatário, concedendo por 60 dias do congelamento do preço do diesel, em valores que corresponderiam ao PIS/Cofins, o secretário de Governo anunciou uma perda menor: a estimativa é que a paralisação gerarã R$ 10 bilhões de impacto com a nova proposta do governo.
 
Diante da reação do governo, de recuo das próprias declarações para negociar com os caminhoneiros e obter o fim das paralisações, Maia disse estar “feliz” com o anúncio de Temer de “zerar” as alíquotas sobre o diesel para atingir a redução de R$ 0,46 no valor.
 
“O governo foi na linha do que estavamos defendendo desde a semana passada”, disse Rodrigo Maia ao blog de Andreia Sadi, do G1. “Fico feliz de ver que o presidente zerou o Pis-Cofins por pelo menos dois meses”, completou, orgulhoso.
 
Em seguida, disse não estar preocupado “em ser vitorioso sobre isso”, apenas estava “feliz”: “foi bom o que o governo fez”, completou.
 

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