Escola Sem Partido: Comissão tenta votar 6 “deveres” que censuram professores

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A comissão especial da Câmara Federal tenta votar nesta terça (4) o PL 7180/14, mais conhecido como Escola Sem Partido. O texto, criado pelo deputado Flavinho, impõe 6 “deveres” para os professores das instituições de ensino brasileiras, como a proibição de promover suas opiniões, concepções, preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Além disso, está mantida a proibição, no ensino no Brasil, da “ideologia de gênero”, do termo “gênero” ou “orientação sexual”.

A principal mudança em relação ao parecer anterior é a inclusão de artigo determinando que o Poder Público não se intrometerá no processo de amadurecimento sexual dos alunos nem permitirá qualquer forma de dogmatismo ou tentativa de conversão na abordagem das questões de gênero.

O deputado federal Barcelar, do Podemos da Bahia, criticou o projeto. “A que ponto o fanatismo religioso chegou? [Karl] Marx é estudo em qualquer universidade de Economia do mundo porque ele descreveu o capitalismo de forma brilhante. Aqui querem substituir Marx pelo pastor Malafaia.”
 
Na visão de Barcelar, o que querem com a Escola Sem Partido é, em verdade, impôr aos alunos uma visão política conservadora, alinhada à extrema-direita.
 
“Falta colocar em letras nítidas que o professor precisa obedecer o ‘Brasil acima de tudo, Deus acima de todos’. Vocês estão levando a educação brasileira a uma séria crise, estão perseguindo professores e nos levando ao ridículo.”
 
O deputado Ivan Valente disse que o projeto é inconstitucional em mais de 10 partidos, pois fere a liberdade de cátedra e de expressão e que, por isso, se aprovado, será derrubado no Supremo Tribunal Federal.
 
“O que vocês querem aqui é manter a audiência para ignorantes, idiotizar a população brasileira e criminalizar os professores. Este é um projeto criminoso, que trabalha contra a educação. É tão ruim que não sabe a diferença entre ensino e educação.”
 
O comando da comissão especial aguarda ter quórum para iniciar a votação.
 
Com informações da Agência Câmara

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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    1. Num seio
       

      Jus,

      as professoras esconderem os seios dos alunos não vai resvalar para o perigoso terreno  da pornografia infantil  e da pedofilia?

      Não seria melhor as professoras usarem jalecos para esconderem os próprios seios?

      Afff!!!!

      Esse quase-ministro já está resvalando para o perigoso terreno da galhofa.

       

      1. #

        Sim, Amoraiza, essas professoras comunistas são muito salientes!

        Acho que a burca seria uma ótima solução para a Educação no Brasil.

        Sem esquecer das botinas, claro, tem gente que tem tesão por pés.

        Só falta agora estipular qual será a punição para as professoras que ousarem não usar o jaleco.

        Que tal apedrejamento em praça pública? Ou quem sabe, arder na fogueira da santa estupidez.

         

        1. Enveredando por esta senda!

          Tem quem vai transgredir só para levar umas vinte chibatadas (Leopold Ritter von Sacher-Masoch  tem lá seus seguidores)! E vai fazer filar para administar a “educação” pela dor (o Marques também tem seus fãs).

          E não esquecer a burca, o cilício e dar like para a postagem do pastor, missionário ou assemelhado!

          E esse negócio de jaleco só pode ser manfestação de parafilia!

          Adso de Melk  ficaria bestificado!

          “Fazer compreender tudo através das palavras de alguém que não compreende nada ” H. Eco

  1. Se isso é errado, então como devia ser?

    Se esses deveres são errados, então como devia ser?

    “O professor aproveitará a audiência cativa dos alunos para promover suas opiniões pessoais”

    “O professor favorecerá e prejudicará os alunos em razão de suas posições pessoais”

    “O professor fará propaganda política-partidária em sala”

    “Ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor não apresentará com a mesma profundidade todas as teorias e opiniões a respeito”

    “O professor não respeitará o direito dos pais de alunos a que seus filhos recebam educação moral e religiosa”

    “O professor permitirá que esses direitos sejam violados por outros alunos na sala de aula”

    É assim?

    1. Vai defendendo a mordaça, vai…

      Qualquer dia esse desgoverno eleito poderá impedir você de entrar num site qualquer e dar o teu pitaco.

      Se os professores fossem admiradores do Boçalnaro nenhum desse censuradores draconianos  estaria preocupado pelo fato de os professores expressarem suas opiniões em sala de aula. Pelo contrário, estariam elogiando-os.

      Ademais, há muitos professores bolsonaristas que fizeram CAMPANHA em sala de aula para o Boçalnaro e depois fizeram CHURRASCO para comemorar a vitória.

      Ninguém viu esses censuradores crápulas e hipócritas reclamando ou querendo impor-lhes regras estúpidas.

      “Professor comemora vitória de Bolsonaro com churrasco em sala de aula”

      https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2018/11/01/interna_cidadesdf,717100/professor-comemora-vitoria-de-bolsonaro-com-churrasco-em-sala-de-aula.shtml

       

       

       

    2. Façamos um pouco de ciência.

      Para se impor algo precisa-se de definições claras, pois se não serão palavras vazias. Vamos analizar algumas frases.

      1) Primeira coisa que se deve perguntar o que é opinião pessoal do professor ou é simplesmente uma referência a uma realidade cultural ou científica?

      Exemplo: Se o professor diz que a teoria da evolução é algo inquestionável por 99% de todos os cientistas do assunto, e que há alguns falso cientístas, que adotam uma falsa ciência que advoga o “design inteligente”, ele estará dando a sua opinião ou simplesmente falando o que é um concenso científico?

      Consequência: O professor deverá ser torturado num tribunal do tipo, tribunais da inquisição, para que se saiba que ele fez o comentário pelos seguintes motivos (escolha uma das opções):

      a) Baseado em tudo que ele apreendeu ele emitiu uma opinião consagrada pela ciência.

      b) Ele por ser comunista ou socialista fabiano (nem sei o que é isto!) ele está tentando doutrinar os alunos.

      c) Satanás para corromper a mente dos inocentes alunos falou nos ouvidos do professor.

      2) O que é a verificação de conhecimento científico ou perseguição de pessoas que usam afirmações anti-científicas.

      Exemplo: Numa prova sobre sistema solar o professor na presença de uma resposta que diz que a Terra é plana ele dá zero para a questão.

      a) O aluno disse uma enorme asneira, que é confirmada por qualquer cientista que honre o nome, logo mereceu zero.

      b) O professor não levou em conta as fantásticas teorias dos terraplanistas baseadas em informações bíblicas.

      c) O professor por professar o marxismo cultural gramsciano está tentando abalar a bela influência dos cultos pais na educação religiosa e científica da família.

      3) O professor descrevendo as eleições de 2018 e falando dos dois candidatos que foram ao segundo turno poderá dizer:

      Exemplo: O candidato do partido do trabalhadores era um professor universitário com uma formação acadêmica forte e com experiência administrativa na cidade de São Paulo e o outro candidato era um ex-capitão que quase foi expulso do exército e foi deputado por trinta anos sem a mínima relavância parlamentar, tendo sido conhecido mais por discursos homofóbicos e violentos;

      a) …..

      b) …..

      c) ….,

      …..

      …..

      …..

      Caro ABBM, este teu texto assim como o dos escola sem vergonha, é de uma falta de rigor científico, típico de pastores evangélicos picaretas ou de idiotas.

      Faltou o itrm do respeito aos padrões religiosos dois pais. Para exemplificar isto mostro o vídeo do PASTOR com alta moral que era aceita pelos pais.

      [video:https://youtu.be/821s1rgDDBI%5D

      1. Seriedade
        Está ficando difícil ler, colocar opiniões e apresentar o contraditório aqui por falta de seriedade. O professor pode colocar sua opinião pessoal, desde que informe a sua turma que se trata se uma opinião. De novo essa bobagem de criacionismo que ninguém ensina. A teoria da evolução é a que melhor elucida e explica os seres vivos no estágio que vemos hoje, e só. Se a ciência encontrar outro caminho mais plausível e embasado o fará porque é ciência e não religião.

  2. É uma dificuldade!

    Vamos analisar os “artigos” do projeto de lei da “comissão”

    1.o – o professor não se aproveitará da audiência  cativa para dar a sua opinião politica…

    2.o- não favorecerá e nem prejudicará o aluno pelas suas convicções políticas…

    3.o – não fará propaganda política e nem incitará seus alunos à participação políticas….

    4.o – ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos

    com a mesma profundidade, as principais teorias e opiniões a respeito da matéria

    Considerando-se que os 3 primeiros mandamentos os professores já cumprem, embora alguns professores de direita, como nas faculdades religiosas (MACK) ainda constranjam e ameacem alunos por manifestações de qualquer ordem, o 4.o artigo obriga o professor a ter opiniões e repassa-las aos seus alunos, como é de sua obrigação, e como tem feito até então e, em não tendo, se não for escritor, estudioso, doutor ou mestre na matéria, repassar o conhecimento por mais controverso que seja.

    O que se pretende, parece, é responsabilizar o o professor por fazer o aluno pensar.

    Pior que isso só a incapacidade de raciocínio do “legislador”

    Meu honroso Afff!!! para o asinino relator.

     

  3. Placa
    Nas barcas havia um aviso: para uma viagem tranquila pede-se: não fume, não venda qualquer produto, não faça propaganda política, não faça pregação religiosa. Se é isso que essa turma de desocupados quer: deixa botar a placa, e continuemos com a vida. Mas uma lei que não pega.

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