Estadao esquece moralismo e levanta bola de Eduardo Cunha

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Jornal GGN – Estadão entra na campanha de Eduardo Cunha, sem se lembrar do tão apregoado moralismo. Para o jornal, o favoritismo do deputado para presidência da Câmara está calcado no protagonismo de Cunha na Casa. É ler e entender. 

do Estadão

O inimigo que tira o sono do Planalto

João Domingos, Débora Bergamasco

Acostumado a ‘entregar o que promete’, Cunha vai ser candidato

BRASÍLIA – O Executivo “que tudo faz e tudo pode”, na definição do líder do PTB, Jovair Arantes (GO), tenta, mas ainda não conseguiu minar o favoritismo do peemedebista Eduardo Cunha (RJ) na disputa pela presidência da Câmara no ano que vem. O lançamento oficial da candidatura está marcado para 2 de dezembro, dando início a dois meses em que o governo fará de tudo para impedir o que seria a coroação de anos de atuação do líder do PMDB em prol de seus aliados.

Esse favoritismo vem sendo construído há anos. “Eu fico admirado com a capacidade de trabalho dele: sabe o nome de todos os deputados, sejam do PMDB, sejam de outros partidos. E costuma entregar o que promete, o que não é comum aqui”, diz o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), ao explicar por que Cunha tem obtido adesão, apesar da resistência do Planalto.

O PT tentou encontrar um adversário à altura, mas não conseguiu. Entre os deputados, há um forte sentimento anti-PT. Tampouco tem sido uma saída convencer algum aliado a enfrentar o peemedebista.

Meia hora no gabinete de Cunha ajuda a entender como ele atua – e por que tamanho favoritismo. Na quarta-feira, o líder recebeu o Estado entre 16h e 16h30. Os telefones do gabinete e o celular não pararam de tocar. Algumas conversas não deixaram pistas de quem era o interlocutor, mas foi possível saber que eram parlamentares se aconselhando.

Entre os identificáveis, Jovair Arantes queria saber como deveria agir numa votação. Outro era o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para dizer como procederia na ordem do dia. Cunha aconselhou ambos. As ligações foram curtas, quase telegráficas, mas suficientes para que os interlocutores se contentassem com a resposta. Também havia respostas a mensagens de jornalistas. Cunha trabalha em ritmo acelerado.

Entre tantas ligações, o deputado é questionado sobre um colega que, embora seja de um Estado sem litoral e não conheça ninguém da Friboi, recebeu doação eleitoral do frigorífico e de uma empresa do setor naval. O parlamentar também recebeu uma ligação do líder, dizendo: “Busquei doações para você”.

Ao Estado, Cunha perguntou: “É do PMDB? Se for, de fato busquei doações para nossos candidatos. Não há nenhuma mentira nisso que ele te falou. Eu e o Michel (Temer) fizemos isso. Captamos doações e enviamos para nossos candidatos”.

Na semana retrasada, o vice-presidente disse que se alguém se candidatasse contra o governo, mesmo do PMDB, estaria se contrapondo a ele, que é presidente do partido. Cunha tem dito ser candidato não de oposição, mas de uma Câmara independente. Na quinta-feira, Temer reafirmou ao Estado não aceitar candidatura que se oponha ao Planalto, mas esse não seria o caso do líder do partido.

“Se for uma candidatura que não seja contra o governo, e creio que não será, não terá problema nenhum. Ele (Cunha) vai disputar, é um jogo legítimo”, disse Temer.

Foi perguntado ao vice-presidente se via possibilidade de se oferecer algo a Cunha para ele desistir da disputa. “Não. Esse tipo de barganha não haverá. As pessoas se candidatam porque acham que devem se candidatar. Vou usar uma expressão entre aspas: ‘Não é porque se candidatam que devem ser compradas’.”

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

15 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. é a aposta da grande midia na

    é a aposta da grande midia na divisão política o governo.

    propaganda descarada do cunha.

    uyma excrescencia no atual e no futuro congresso..

    1. Não é problema de midia, é de

      Não é problema de midia, é de operação da politica no Congresso. Lula apoiou um candidato a governador que derrotou Henrique Alves no Rio Grande do Norte, um dos caciques do PMDB nacional, o PMDB viu nisso uma traição do PT e abriu caminho para a candidatura Cunha, que não era pacifica no PMDB. Porque Lula para ganhar um pequeno Estado põe em risco o controle da Camara em Brasilia? 

      Agora a UNICA hipotese de se barrar a candidatura Cunha é o lançamento de um anti-candidaduta  com um nome que NÃO SEJA DO PT, pode ser de um partido menor da base aliada, ai se poderia atrair para essa chapa o PSDB e outros partidos pequenos que não querem Cunha manobrando a Camara..

      O problema é que o PT só enxerga o umbigo delemnão tem um grande operador politico como era o José Dirceu, tem meia duzia de caciquinhos com projetinhos pessoais e não ve o grande quadro da politica, o Planalto por sua vez não tem

      estrategistas, a chance de Cunha ganhar aumenta a cada dia, a Camara está a deriva, quem é o lider do Governo na Camara para operar essa politica? Respostas para o Ratinho.

  2. O Planalto já deveria estar

    O Planalto já deveria estar construindo uma anti-candidatura para enfrentar Cunha MAS esse nome não pode ser do PT porque ai Cunha ganha. Um nome de um partido da base aliada teria apoio do PSDB, que tambem não quer Cunha na presidencia e teria apoio de partidfos menores. Se o PT insistir numa candidatura propria perde. Se o nome for de Arlindo Chinaglia ai a coisa fica feia, Chinaglia ja foi presidente, deixou amargas lembranças, seria um péssimo nome.

    O problema é que o PT + Planalto não tem um cerebro politico de primeira ordem para organizar a frente de batalha.

     

  3. Nassif
    Será que esta foto

    Nassif

    Será que esta foto (preocupado) é por causa da Lava Jato?

    Vou pedir para o Netflix fazer a 3ª temporada do House of Cards aqui no Brasil, tire o kevin Spayce e coloque esta figura.

  4. Estadão golpista

    Nassif,

    Estadão = A Venezuela é aqui.

    Levantar a bola de um escroque não é pouca coisa, a segunda providência é dividir com a FSP o Ferreira Gullar.

    Resta ao governo de DR cortar a $$$ de quem usufrui de concessão pública, não paga nada por isto e ainda clama por golpe de Estado. 

  5. Cunha é conhecido como bandido até pela oposição

    Se ele for presidente (não acredito que consiga), só restará uma vantagem:

    Os 25% que se juntaram aos 23% (48%…) começarem a perceber de que lado cada um está: oposição, governo e o voto deles.

    Este é o comentário de um otimista!

  6. A figura vai estar hoje

    A figura vai estar hoje naquele programa de entrevistas da BAND, cujo nome esqueci. É um onde o apresentador é nada mais nada menos que o Boris Casoy. Acho que até vou ver.

  7. INCRÍVEL

    Incrível como o Estadão caiu com tudo em cima da campanha a favor de Eduardo Cunha, deputado de tão ilibada história, ou melhor exatamente o contrário. É claro que trata-se de mais uma partido do jornal contra o PT. E tão somente isso.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador