Falta de quórum leva a novo adiamento da análise de vetos de Dilma

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por André Richter

Da Agência Brasil

Pelo segundo dia consecutivo, e pelo mesmo motivo, falta de quórum, a sessão do Congresso Nacional que analisaria, nesta manhã, vetos da presidenta Dilma Rousseff a propostas que aumentam despesas do governo foi encerrada sem deliberar nada.

Mesmo depois de o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), suspender a sessão por 30 minutos, na tentativa de melhorar o quórum, apenas 223 do mínimo de 257 deputados exigidos para atingir o quórum para deliberação haviam registrado presença. Entre os senadores, o quórum mínimo de 41 senadores foi alcançado com facilidade e, no encerramento da sessão, 68 dos 81 estavam prontos para a votação.

“No Senado, a bancada está completa. Lamentavelmente, trouxeram a crise aqui para dentro, quem está na berlinda hoje aqui é o Congresso. O governo ser derrotado ou vitorioso é do jogo. Agora, esvaziar plenário constantemente, no meu entendimento, não é do jogo”, afirmou o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

Na Câmara, o líder peemedebista Leonardo Picciani (RJ), que ontem atribuiu o insucesso na tentativa de votação ao dia da semana e ao horário em que a sessão foi marcada, limitou-se a dizer que o PMDB esteve presente e fez sua parte. ‘Não há recado. Cabe ao Planalto conversar com os partidos, cabe aos partidos explicitar suas razões e tentar encontrar no diálogo a forma de resolver. Não há nada que seja intransponível, o diálogo pode sempre resolver tudo.”

“É aquilo que eu falo sempre. O que está acontecendo é que não mudou nada. Quem era a favor [do governo], continua a favor, quem era contra, continua contra, quem tinha problema, continua com problema”, disse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que reafirmou ser favorável à manutenção dos vetos a projetos que aumentam gastos.

“Poucos dias depois da posse dos novos ministros, o governo não tem força sequer para assegurar o quórum mínimo para deliberar e apreciar os vetos no Congresso Nacional. Para mim, é uma situação vexatória. É realmente uma coisa impressionante como o governo permanece no impasse político com o Parlamento e com sua base apoio. Não adianta o governo querer culpar e responsabilizar a oposição, que reúne pouco mais de 100 parlamentares na Câmara e não pode ter a responsabilidade de assegurar quórum mínimo para iniciar uma votação”, afirmou o líder do DEM, na Casa, Mendonça Filho (PE).

Entre os vetos que estão pedentes, o mais polêmico é ao projeto que concede reajuste médio de 56% aos servidores do Judiciário. O projeto, vetado pela presidente Dilma Rousseff, prevê que as correções sejam escalonadas até 2019. De acordo com o Ministério do Planejamento, se aprovada, a proposta gerará despesa de R$ 5,3 bilhões em 2016. Em quatro anos, até 2019, o custo total será, segundo o governo, de R$ 36,2 bilhões. Uma nova data  para deliberar sobre vetos ainda não foi definida pelo presidente do Congresso, Renan Callheiros.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Os camaradas vão lá, ganham a

    Os camaradas vão lá, ganham a eleição para o Executivo com a Dilma na base da pedalada, e perdem democraticamente na do Legislativo, vencendo uma maioria conservadora.

    Aí resolvem interferir no Legislativo leiloando seus cargos no Executivo, para resolver uma interferência na autonomia orçamentária do Judiciário, depois de 9 anos de incompetência na negociação sindical.

    Leiloam cargos, não mais dentro da lógica do que seria um presidencialismo de coalização, com a chapa vencedora governando junto e ocupando postos-chave de gestão. Mas simplesmente no toma-lá-dá-cá: vota assim que te dou o ministério que cuida do SUS inteiro de presente, e mais uns 6 ou 7 de brinde. Vota assado, e te dou alguma outra coisa em troca, e foda-se o programa partidário.

    Então eles levam o merecido contra-golpe e ficam chorando as pitangas. Primeiro porque a oposição quer tomar seus cargos do Executivo, que eles mesmos leiloam. Depois porque a parcela do Legislativo aberta a negociatas prometeu e não pagou.

    É tanto amadorismo, que chega a parecer que é de propósito. Tomara que o próximo governo venha com menos pragmatismo, e mais programatismo, que tá em falta.

  2. maquuavêlico

    Cunha mostrou novamente sua forčüça. Desmembrou o blocão oara mostrar a Piciani que ele é o chefe e para impor uma derrota ao governo, que apostou em Piciani,. O homem ê maquiavélico.

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