Favoritos à presidência da Câmara colecionam pendências na Justiça

Jornal GGN – A renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara abriu espaço para a eleição do próximo presidente da Casa, e, segundo levantamento realizado pelo Estado de S. Paulo, dos 16 cotados para ocupar o cargo, 9 têm alguma pendência na Justiça. Entre os crimes, estão exploração de trabalho escravo, corrupção e peculato. 

Dos seis candidatos favoritos a suceder Cunha na presdi~encia, quatro enfrentam algum tipo de processo judicial, um foi citado na Lava Jato e o último não responde a ações porque os crimes que era acusado preescreveram. Rógerio Rosso (PSD-DF) é investigado por peculato e indiciado por corrupção, crimes relativos ao período em que governou o Distrito Federal, após um escãndalo que prendeu José Roberto Arruda e obrigou Paulo Octávio, o vice, a renunciar.

Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Casa, já foi condenado e responde a um processo por exploração de trabalho análogo à escravidão. Já em outra ação no Supremo Tribunal Federal, Mansur responde por crime de responsabilidade quando foi prefeito de Santos, entre 1997 e 2004. 

Apesar de não responder a processos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi citado por Léo Pinheiro, da OAS, dentro da Operação Lava Jato. Outro candidato, Fernando Giacobo (PR-PR), escapou de duas ações no Supremo por formação de quadrilha e crime tributário.

 
Do Estadão

Favoritos na Câmara têm pendências judiciais

Levantamento aponta que 9 dos 16 cotados para a sucessão de Cunha têm alguma pendência na Justiça; crimes vão de exploração de trabalho escravo a peculato

Dos seis candidatos favoritos à sucessão do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara, quatro enfrentam algum tipo de processo judicial, um foi citado na Operação Lava Jato e o sexto não responde mais a ações porque os crimes dos quais era acusado prescreveram. Entre os que ainda respondem, há acusações como peculato (desvios de recursos públicos) e até por submeter empregados a condições de trabalho análogas à escravidão.

A eleição do próximo presidente da Câmara, prevista para a quarta-feira, vai definir uma figura central para os próximos passos do governo. Além de ser o primeiro na linha sucessória do presidente em exercício Michel Temer, o substituto de Cunha terá poder para acelerar ou atrapalhar o processo de cassação do peemedebista e as votações de projetos importantes para o ajuste fiscal do governo.

Levantamento do Estado checou as pendências dos 16 nomes até agora cotados para a disputa nos bancos de dados públicos dos tribunais de Justiça, nas cortes superiores e eleitorais e encontrou algum tipo de procedimento relacionado a nove deles (mais informações nesta página).

Iniciada após a renúncia de Cunha, na quinta-feira, a disputa pelo cargo tem número recorde de concorrentes e pretende movimentar a semana que antecede o recesso parlamentar do meio do ano.

Favoritos. Entre os mais cotados na disputa e possível candidato do Centrão (bloco que reúne 13 partidos), o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) é investigado por peculato e indiciado por corrupção. Os crimes são relacionados ao mandato-tampão como governador do Distrito Federal, em 2010, após um escândalo de corrupção que prendeu o então governador José Roberto Arruda e obrigou o vice, Paulo Octávio, a renunciar.

O possível adversário direto de Rosso, Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Câmara, é o que tem a maior lista de pendências judiciais entre os 16 pesquisados. Ele já foi condenado e responde a um processo por exploração de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda no interior de Goiás. O caso envolve 46 trabalhadores, sete dos quais eram menores de idade na época.

Em outra ação penal no Supremo Tribunal Federal, Mansur responde por crime de responsabilidade relacionado ao período em que foi prefeito de Santos (1997-2004). Ele também é alvo de dois inquéritos na Corte por crimes contra a administração pública. Na Justiça paulista, o deputado ainda foi condenado por improbidade administrativa e é alvo de uma segunda ação por dano ambiental.

Outro candidato que aparece com boas chances, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) não responde a processo, mas teve seu nome citado na Lava Jato por Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, que fechou acordo de delação premiada. Maia é alvo de um pedido de inquérito da Procuradoria-Geral da República.

Já Fernando Giacobo (PR-PR), graças à prescrição, não responde a processo atualmente, mas escapou de duas ações penais no STF por formação de quadrilha e crime tributário.

Também no páreo, Heráclito Fortes (PSB-PI) teve as contas das últimas eleições reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do seu Estado. O deputado ainda pode recorrer na ação em que o Ministério Público Eleitoral pede a cassação do mandato. Antes, foi condenado por improbidade administrativa quando era prefeito de Teresina, entre 1989 e 1993, por usar publicidade institucional para fazer promoção pessoal. A Justiça determinou ressarcimento aos cofres públicos.

Do PTB, o goiano Jovair Arantes foi condenado pelo TRE por utilizar funcionário público em seu comitê de campanha em 2014. Ele foi multado em R$ 25 mil. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Correndo por fora na disputa, Hugo Leal (PSB-RJ) foi condenado no Rio por violações administrativas em licitações quando foi presidente do Detran no Rio. Ainda cabe recurso.

No PP, os dois possíveis candidato também respondem a processos. Esperidião Amim (SC) responde por improbidade administrativa e dano ao erário e Fausto Pinato (SP) é réu em ação no STF acusado de falso testemunho. /COLABORARAM CARLA ARAÚJO e JULIA LINDNER

 

Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Eleição para a Câmara.
    Nassif, a oposição não estaria em vantagem para a presidência da câmara? Afinal, qtos candidatos alinhados ao Governo disputariam votos? 6 ou 7? Esses votos não se dissipariam entre eles, diminuindo a margem de todos, restando para a oposição uma certa unidade e alguns votos a mais? Os golpistas estão se degladiando… O PT deveria fechar com o Marcelo Castro, ao invés do Rodrigo Maia, obtendo alguns votos de dissidentes do PMDB, e unido com PSOL, PCdoB e PDT.

  2. Onde está?

    Onde está o candidato da esquerda, do próximo período pós Dilma, seja com ou sem impeachment?

    Não importa “não ganhar”, importa marcar posição para a câmara e para as eleições municipais.

    Não apoio essa iniciativa de apoiar o menos pior, apenas tentando disputar espaço no congresso. 

    Devemos prestigiar os deputados que se opuseram ao impeachment e somar outros poucos possíveis, e montar um bloco democrático, mesmo perdedor na câmara, mas vitorioso nas ruas..

    O “lado certo” da história, que Dilma falou, deve aplicar-se aqui também.

  3. Eleição para a Câmara.
    Concordo. Enquanto os golpistas se devoram pela presidência, a oposição deveria demonstrar unidade em torno desse projeto e indicar alguém. Os votos deles (governo) se dissiparão em torno de 6 ou 7 candidatos…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador