Gleisi diz que Senado não pode banalizar o impeachment

Da Rede Brasil Atual

Gleisi: ‘Se seguirmos o caminho da Câmara, vamos banalizar o impeachment’

Durante sessão que elegeu comissão do impeachment no Senado, a petista defendeu postura responsável, baseada na Constituição

“Se quiserem ter o mesmo rumo da Câmara dos Deputados e fazer aquela discussão ‘bonita’ e sem base constitucional ou jurídica é uma opção”, afirmou hoje (25) a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), durante sessão de eleição da Comissão do Impeachment na Casa. A petista apelou para que os membros do Senado analisem o processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff de acordo com seu texto e com a Constituição.

“A peça de pedido de impedimento que veio da Câmara traz duas acusações. A primeira é o atraso de pagamentos ao Banco do Brasil e a segunda a edição de seis decretos de créditos suplementares. Não consta BNDES nem fala de pedaladas”, afirmou. Acusações que, para Gleisi, não configuram crime de responsabilidade. “Eles foram definidos como circunscritos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Se quiserem discutir outras pedaladas vão ter que abrir um novo processo”, disse.

O processo de impeachment, regido pela Lei 1079/50, determina a exigência de conduta ilícita e dolosa. O chefe de estado deve ter praticado atos que encontrem respaldo na lei, durante o mandato vigente. Gleisi argumentou que as chamadas “pedaladas fiscais” referem-se ao ano de 2014 e, os objetos presentes na peça da Câmara contemplam apenas o atual mandato, ou seja, a partir de 2015. “Eu desafio, do ponto de vista constitucional, a qualquer senador me provar que tenha algum outro crime no processo”, afirmou.

“Mais do que uma defesa da presidenta, faço uma defesa da democracia e da Constituição. Se seguirmos o mesmo caminho da Câmara, vamos banalizar o instituto do impeachment”, disse a senadora. “É melhor, então, ter a coragem de propor um novo plebiscito para trocar o sistema de governo. Aí estaríamos fazendo um voto de desconfiança e não um julgamento de um crime”, afirmou, em referência ao sistema parlamentarista, onde o Legislativo possui a possibilidade de derrubar chapas executivas por ausência de base parlamentar.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Parabéns Senadora

    Seu posicionamento foi preciso.

    Sem querer ser pessimista, penso que não importa o motivo para destituir a Presidenta Dilma, o presidente da câmara diz em entrevista:”Na Câmara, estão paralisadas três medidas provisórias que serão lidas nesta terça e trancam a pauta dos deputados. “Mas a representação do governo na Casa deixou de existir porque deixou de existir, para a Câmara, o governo. Então, passou a ser uma situação difícil e a celeridade do Senado é muito importante”, disse Eduardo Cunha,”http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/04/cunha-pressiona-senado-e-diz-que-camara-ja-nao-reconhece-governo-9745.html

    Se a câmara não reconhece mais o governo e ele em entrevista afirma que tem mais 9 pedidos de impeachment,(Estadão 08/04).

    Ora, se a Câmara não reconhece o governo, tem mais 9 pedidos, não há mais o que fazer, senão ficarmos todos parados e assisitir ao circo de horrores dez vezes.

    Não creio que a votação do senado seja diferente da câmara, espero estar errado.

    Mas de qualquer forma , o lado perdedor, dia 13 de maio não reconhecerá a derrota passivamente, pelos relatos e comentários que tenho lido.

    Triste, mas ainda há tempo para medidas extremas pela preservação da ordem democrática.

  2. O Brasil não é

    O Brasil não é parlamentarista, tão pouco presidencialista. É surrealista, do tipo Salvador Dali esculachando geral

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