Governo Dilma vive expectativa de aprovação do Marco Civil da Internet

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – O governo Dilma Rousseff espera que a aprovação definitiva do Marco Civil da Internet aconteça ainda nesta terça-feira (22). O projeto que estabelece direitos e deveres para internautas e provedores foi aprovado pela Câmara dos Deputados no final de março, recebeu aval da maioria das comissões permanentes do Senado e deve ir ao plenário nesta tarde.

Tudo depende da aprovação de um requerimento para que a matéria entre na ordem do dia em regime de urgência. Falta apenas passar pelo crivo da Comissão de Meio Ambiente, o que pode ser feito no plenário.

Dilma já havia sinalizado que pretende sancionar o PLC 21/2014 a tempo do NetMundial, evento marcado para ocorrer a partir desta quarta-feira (23) em São Paulo. A presidente quer aproveitar a oportunidade para propôr um Marco Civil da Internet em nível mundial – uma reposta, em parte, à espionagem estadunidense às comunições de governos de outros países, incluindo o Brasil.

O Marco Civil foi aprovado com rapidez pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e Ciência Tecnologia. Ao todo, 20 das 43 emendas apresentadas no Senado foram rejeitadas. O texto acolhido mantém o teor do que foi aprovado pela Câmara, com base em parecer do senador Zezé Perrella (PDT-MG), presidente da comissão, e recebeu apenas alguns ajustes de redação.

Alguns dos principais pontos:

Neutralidade

Entre os principais pontos do projeto, está o artigo 9º, que protege a neutralidade de rede. Ou seja, o tratamento isonômico de quaisquer pacotes de dados, sem distinção de preços para a oferta de conteúdo. A regra determina tratamento igual para todos os conteúdos que trafegam na internet.

Assim, os provedores ficam proibidos de discriminarem usuários conforme os serviços ou conteúdos que eles acessam – cobrando mais, por exemplo, de quem acessa vídeos ou aplicações de compartilhamento de arquivos.

Privacidade

Além da neutralidade de rede, outro pilar da proposta é a garantia do direito à privacidade dos usuários, especialmente à inviolabilidade e ao sigilo de suas comunicações pela internet. O texto determina que as empresas desenvolvam mecanismos para garantir, por exemplo, que os e-mails só serão lidos pelos emissores e pelos destinatários da mensagem.

Proteção

O projeto também assegura proteção a dados pessoais e registros de conexão e coloca na ilegalidade a cooperação das empresas de internet com departamentos de espionagem de Estado como a NSA.

Liberdade de expressão

O artigo 19, que delega à Justiça a decisão sobre a retirada de conteúdos também é visto como um dos principais pontos. Atualmente, vários provedores tiram do ar textos, imagens e vídeos de páginas que hospedam a partir de simples notificações.

Com Agência Senado

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. “esquecimento” da mídia

    A mídia que geralmente não deixa de mostrar embates acalorados na camara ou no senado, principalmente quando um dos envolvidos é um presidenciável, esta deixando passar em branco um dos melhores deste ano e que aconteceu a pouco. O embate aconteceu entre os Senadores Aécio e Lindberg sobre a questão do adiamento ou não para aprovação do marco civil da Internet.

    Penso que esse “esquecimento” da grande imprensa é proposital visto que Aécio não convence quanto ao motivos do adiamento de uma matéria já tão debatida e tão esperada por todos que querem uma internet livre.

    O momento mais quente foi quando o Senador Lindberg  acusa o tucano de sua “pouca presença” no senado. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador