Homenagem de Bolsonaro a Ustra fica impune, livrando-o de cassação

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Bolsonaro agradeceu autor de parecer que o livrou da cassação, chamando Marcos Rogério (DEM-GO) de “anjo da guarda”
 
 
Jornal GGN – O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados arquivou o processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por ter homenageado o torturador da ditadura do regime militar (1964-1985), coronel do Exército Carlos Brilhante Ustra, durante a votação do impeachment. 
 
A grande maioria dos deputados, 11 de um total de 12, considerou que Bolsonaro não cometeu quebra de decoro parlamentar, ao dedicar à Ustra o seu voto favorável à admissibilidade do impeachment contra Dilma Rousseff, em abril deste ano, e elogiar a memória do militar que morreu em 2015.
 
Relembre aqui:
 
https://www.youtube.com/watch?v=8HK5gvig8Ek width:700 height:394
 
O processo disciplinar foi aberto pelo PV, que argumentou que a fala do parlamentar foi uma “verdadeira apologia ao crime de tortura”. Entretanto, o deputado Marcos Rogério (DEM-GO) considerou que deputados e senadores são “invioláveis civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”, de acordo com artigo da Constituição.
 
A ampla maioria concordou com a opinião de Marcos Rogério, autor do parecer do processo, considerando impune o ato de valorizar e incentivar criminosos da ditadura que cometeram torturas e violações de direitos humanos.
 
Rogério disse que deveria ser arquivado a ação porque os parlamentares têm o direito de expressar de forma livre dentro do Congresso. E que um cassação de Bolsonaro por suas palavras seria um tipo de “censura”, contraditoriamente.
 
Bolsonaro chamou o relator da sua ação de “anjo da guarda” e disse que houve “justiça” na decisão.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Eles se merecem

    No reino dos cafajestes e de feitores, esta tudo normal. Faltou o nome do unico deputado que votou contra. Precisa ser parabenizado…

  2. É preciso não ter a mais

    É preciso não ter a mais remota noção de Estado Democratico de Direito e de Direito Constitucional para achar que um parlamentar pode ser casssado por discurso proferido em plenario. Ele manisfetou sua opinião sobre um militar já falecido,

    por mais discordante dessa opinião que todos podem ser, essa manifestação não é motivo para cassação de mandato nem aqui, nem nos EUA, nem na França, em nenhuma democracia. É a opinião dele, ninguem precisa concordar, não há crime algum nessa em manifestar sua opiniao sobre um personagem morto.

     

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