Jean Wyllys vai levar debate sobre legalização da maconha para o Congresso

Sugerido por Gunter Zibell – SP

Da Rolling Stone

Exclusivo: deputado Jean Wyllys vai colocar legalização da maconha na pauta do Congresso

“Defendo a legalização e a regulamentação da maconha no Brasil”, ele afirma
 
No momento em que o nosso vizinho Uruguai começa a regulamentar a rotina da legalização da maconha, o Congresso Nacional brasileiro se prepara para entrar de cabeça no debate. Está na fila de prioridades do Senado a votação de um Projeto de Lei já aprovado na Câmara que segue no caminho diametralmente oposto ao da liberação da erva. De autoria do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), o Projeto de Lei 7663/2010 trata da intensificação das penalidades para traficantes de drogas e deixa em aberto qual a quantidade limite que separa o criminoso do usuário. Para fazer frente ao que considera “um projeto pavoroso”, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) apresentará um PL para legalizar a maconha no Brasil. A ideia, que está em fase final de preparação, promete incendiar a discussão na arena política e colocar a maconha na ordem do dia do debate eleitoral. Em entrevista exclusiva, Wyllys contou mais detalhes do projeto à Rolling Stone Brasil.
 
Qual é a inspiração e a base do seu projeto?
Defendo a legalização e a regulamentação da maconha no Brasil. As bases do projeto serão as experiências de Portugal e Espanha. Na Espanha, a maconha é comercializada em clubes específicos para essa finalidade e as pessoas precisam se associar. Uma vez feito isso, podem usar lá mesmo ou levar uma quantidade para casa. O Estado controla a qualidade e a quantidade do tudo que é plantado. Com isso se controla o tráfico. Começamos a estudar isso no final do ano passado.

 
Como avalia o projeto do deputado Osmar Terra, que prevê penas maiores para traficantes e internação compulsória de viciados?
É um projeto pavoroso, um retrocesso. Ele segue na contramão. Não distingue uso de abuso. Tentei aprovar uma emenda ao projeto dele para colocar aviso no rótulo das bebidas sobre os riscos do abuso do álcool, mas foi vetado. Isso mostra que não há o interesse genuíno de combater.
 
Os críticos da legalização dizem que o uso regular da maconha pode desencadear problemas psiquiátricos em pessoas que têm predisposição a isso. Dizem também que a maconha é a porta de entrada para outras drogas…
Dizer que a maconha é a porta de entrada para outras drogas é um discurso demagógico. Nem todo mundo que usa uma droga parte para outra. Mas se isso fosse verdade, a droga de entrada não seria a maconha. Seria o álcool. Meu pai era alcoólatra, não passava um dia sem beber. Morreu de alcoolismo. Eu bebo socialmente e não sou igual ao meu pai. No caso da predisposição, existem mais pessoas que tem propensão ao alcoolismo do que ao vício em maconha. O usuário da maconha não pode ser comparado ao usuário do crack.
 
Acha que, com a atual configuração do Congresso Nacional, existe alguma chance do seu projeto ser aprovado?
Se a gente ficar pensando na configuração do Congresso, não faz nada no Brasil.
Redação

15 Comentários

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  1. Putz !

    Mais uma.

    Com tanta coisa mais importante para se discutir.

    Será que o prezado deputado não percebe que este assunto tira votos.

    Ou ele vai querer também que se forme uma sociedade de maconheiros, com ideais GLB….Z

    Não venham com papo furado que na Holanda droga é liberada, alguns esatados americanos, recetemente no Uruguay, e blá,blá,blá.

     

    ps – mais um comentário para ser arquivado.

    1. Considerando que o deputado

      Considerando que o deputado tem uma postura e visão mais liberal, não acredito que vá perder votos em quantidade significativa por levantar tal bandeira.

      E não existe papo-furado algum em apontar o possível começo de uma nova tendência na maneira como a sociedade lida com as drogas. O fracasso da lei seca americana quase um século (!!!) atrás já deveria ter ensinado que a atual política de guerra contra as drogas não tem como dar certo.

      E tal mudança de cenário teria grandes implicações para a nossa debilitada segurança pública, então é um debate importante sim.

  2. Parabéns!

    Nas próximas eleições vou de Jean Wyllys, embora não goste do partido dele. Ele sempre traz discussões interessantes. Já passou da hora de liberar essa planta tão cheia de benefícios para o ser humano.

     

  3. Caput ameaçado de fechar

    RISCO DE FECHAMENTO DO CAPUT 

    O CAPUT (Centro de Atendimento e Proteção ao Jovem Usuário de Tóxicos) vem funcionando de modo precário desde o término da vigência do convênio, em setembro, e, nesta semana, suspendeu os atendimentos e vem se preparando para dispensar os funcionários, prejudicando CERCA DE 200 ADOLESCENTES QUE ESTÃO SENDO ATENDIDOS ATUALMENTE E PRIVANDO O CIA (Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional – CIA/BH) DE UM SERVIÇO QUALIFICADO QUE RECEBE E AVALIA OS ADOLESCENTES USUÁRIOS DE DROGAS DIARIAMENTE ENCAMINHADOS PELA VARA DE ATOS INFRACIONAIS.
    Em 2013, foram atendidos pelo CAPUT mais de 500 ADOLESCENTES.
    Importante lembrar que cerca de 85% dos adolescentes que passam pelo CIA-BH (em torno de 9000 – nove mil – por ano) declaram que são usuários de drogas.
    Não obstante, ao que parece, a SEPLAG ESTÁ DIFICULTANDO A RENOVAÇÃO DO CONVÊNIO, apesar do interesse da SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE EM MANTÊ-LO.
    Saliento que a PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE acompanha a política de saúde mental de Belo Horizonte há vários anos e tem pleno conhecimento das suas lacunas e deficiências, especialmente no que se refere à falta de oferta de recursos terapêuticos efetivos e especializados para o pronto atendimento dos casos mais graves de uso abusivo de drogas. Os equipamentos e serviços hoje disponíveis, como os CAPS infantojuvenil (existe um único CERSAMI em BH) e hospitais gerais, não atendem minimamente a demanda de todos os casos de uso compulsivo de drogas, muitas vezes contando com profissionais sem qualificação técnica adequada para escuta das especificidades próprias da adolescência, o que tem contribuído para o agravamento da trajetória infracional desses jovens. 
    Nesse contexto de ausência ou oferta insuficiente de serviços que considerem as especificidades do público infantojuvenil, é que surgiu o CAPUT – Centro de Atendimento e Proteção ao Jovem Usuário de Tóxicos -, atualmente funcionando com uma equipe qualificada, além de um projeto estruturado em atividades psicossociais diversas em programas de atenção ambulatorial ou de permanência-dia (grupos de conversa, oficina de mídia, atendimento familiar, atendimento e escuta individual, oficinas de música, teatro, artes plásticas, grafite, culinária, jiu-jitsu, etc). Mais que isso, o serviço foi devidamente equipado para oferecer alguns leitos de atenção integral (programa de Desintoxicação, apenas com internações VOLUNTÁRIAS ofertadas após esgotarem-se as possibilidades ambulatoriais) e atendimento psiquiátrico, razão pela qual, Ministério Público considera importante a manutenção do serviço, assegurando-se a continuidade dos atendimentos, sem interrupção, a teor do disposto no art. 112, parágrafo 3º do ECA c/c as Portarias n. 2197/04; n. 1612/GM/05 e n. 1190/09, todas do Ministério da Saúde.

    CONTATO CAPUT: Musso Greco, tel 32412251
    CONTATO SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE MINAS GERAIS: Tânit Jorge 39159935

  4. Sou pessimista quanto as

    Sou pessimista quanto as chances desse projeto. Wyllys tem um caminho menos dificil no combate à homofobia do que nesse. Os inimigos serão os mesmos, Malafaia & cia. Mas nessa questão da maconha a opinião pública é mais conservadora do que na da sexualidade.

    Agora, coloco uma questão/provocação para voce, Gunter. Para esse avanço, que ao meu ver é a unica forma eficaz de enfrentar o tráfico, seria necessário um debate na mídia muito maior do que temos. Apesar do queridinho do pig, o FHC ter iniciado-o, com coragem, admito, a coisa não foi para frente.

    Seria concessão do pig aos evangélicos, tal qual faz o governo? Beijo gay, ótimo. Mas quando acontecerá o primeiro tapa num baseado numa novela, que não seja feito por um viciado/traficante? 

    1. Me esqueci. Para não ficar só

      Me esqueci. Para não ficar só na provocação, prabenizo o Wyllys pela iniciativa. Essa nova agenda que ele abraçou além de ser carne de pescoço, atrapalhará sua outra luta. Os evangélicos vão dizer, “está vendo, o cara é um pevertido, viado e viciado”.

      Um grande deputado., Gunter, desejo toda a sorte para ele. Em ambas as frentes

      1. Que ótimo!
        Que tal defender a

        Que ótimo!

        Que tal defender a idéia, diga-se de passagem ridícula, do ex-BBB para a mãe de um dependente? Que legal, né?

      2. É claro que Wyllys é ótimo

        Não tenho dúvida disso.

        Se alguns pastores políticos ligados ao governismo vierem a usar essas falácias, cabe à sociedade não preconceituosa rebatê-los.

        Já não havia quase ninguém questionando direitos civis de LGBTs fora de Brasília, noto que também há muito pouca gente criticando FHC ou Wyllys ou Barroso nesse tema. Talvez ninguém da oposição, certo?

        Mas, quando o Eduardo Cunha tuitou contra a Globo, quem da base governista tuitou para contradizê-lo?

        Como expliquei acima, luta pela recuperação de direitos civis negados a LGBTs não se confunde com discussão de maconha a não ser pela necessidade em ambos de informação e bom senso.

        Se a maioria dos partidos que forma o governo é contra essas discussões, paciência. A sociedade esclarecida perceberá a presença de políticos que queiram avançar e votará neles.

        Ainda são minoria em seus partidos, mas políticos favoráveis à descriminalização da maconha os há no PSDB (FHC, Leite), PV (Gabeira), PSoL (Wyllys, Freixo) e PPS (Soninha)

        Erra quem apoia o uso de fundamentalismo religioso na política. Sem isso seria possível a sociedade avançar.

        O poder e influência do fundamentalismo são uma fraude. Que só se mantém porque há quem finja acreditar neles.

         

    2. Sexualidade é uma coisa, uso de substâncias aditivas é outra

      Há uma grande confusão quando se misturam as coisas que é tratar a igualdade de direitos civis para LGBTs como uma “liberalidade”, uma “modernização”.

      Essa visão é dos anos 1960/1970, quando ainda havia quem considerasse homossexualidade uma ‘opção’ e que as pessoas deveriam ter o direito a ‘optar’, do mesmo modo que deveriam ter direito à liberdade de expressão política ou quaisquer outras liberdades individuais.

      É evidente que sim, que essa liberdade deve existir. Mas o raciocínio para confirmá-la agora é outro, pois logo se percebeu que isso da ‘opção’ simplesmente não existe.

      A homossexualidade, a bissexualidade e a transexualidade são condições naturais das pessoas. Nós somos o que somos e NUNCA nos deveriam ter sido retirados os direitos civis de casar, de adotar, de constituir família, de sermos visíveis. NUNCA deveria ter havido essa repressão espúria em relação à homoafetividade e aos transgêneros.

      Os direitos e visibilidades atuais, ainda que incompletos (cadê o combate à discriminação que é garantido a outros grupos?) não devem ser vistos, portanto, como uma concessão, como uma liberalidade. Mas apenas como a correção de um erro histórico, de uma repressão cruel (sim, por afetar a autoestima e a possibilidade de viver normalmente de centenas de milhões de pessoas) que nunca deveria ter sido implantada.

      Nada disso tem a ver com substâncias aditivas. Não se pode dizer que há o direito natural a se consumir drogas.

      Pode-se dizer, no entanto, que as sociedades podem reconhecer, sim, o direito das pessoas a consumirem o que desejarem, de um modo culturalmente sancionado ou não, desde que não prejudiquem a terceiros com isso.

      Homossexualidade, portanto, não é um ‘costume’, é uma essência. A repressão absurda, a homofobia, esta sim que era um costume (amplamente disseminado pela maioria das sociedades influenciadas pelas colonizações dos séculos XV ao XIX.)

      Isso para explicar porque é menos difícil mostrar às pessoas hoje a importância de se começar um combate à homofobia e porque é difícil mostrar a importância de se alterar o modo de combate a substâncias aditivas (que é bem sucedido, por exemplo, no que se refere ao fumo.)

      Um passa pela criminalização (ou maior condenação), outro pela descriminalização (ou menor condenação).

      O que há em comum nas duas situações é a necessidade de informação e bom senso.

      Fazer concessões políticas ao fundamentalismo religioso é um absurdo completo (e é visto assim pela sociedade.) Afinal, tira-se, subtrai-se direitos de um conjunto de pessoas sem agregar nenhuma vantagem a outro! Que vantagem, por exemplo, evangélicos têm se seus vizinhos gays não se casarem? Absolutamente nenhuma.

      O erro político está aí: nem sequer todos os evangélicos acreditam nos preconceitos tolos como podem até achar interessante saber que há políticos curvados aos discursos de alguns pastores, mas sabem que não obtêm nenhum benefício disso a não ser uma temporária valorização de bobagens, o que, portanto, não os leva a votar em quem faz discurso condescendente com a homofobia. Aliás, pode acontecer o contrário: evangélicos também querem ser incluídos e não querem ser vistos como intolerantes ou desrespeitadores de direitos civis.

      Já LGBTs e seus parentes notam como seus direitos são negociados, o que causa um sentimento válido de indignação.

      En relação à descriminalização da maconha não há a mesma clareza da questão.

      Nunca houve porque se proibir a expressão homoafetiva porque ela não causa mal a ninguém, ao contrário, forçar pessoas LGBT a se portarem heteronormativamente é que causa danos.

      Mas há indícios (quando não provas) de que o consumo abusivo de algumas substâncias causa mal. Aí o que fazer? É uma questão da sociedade buscar a minimização de perdas.

      Eventualmente há benefícios medicinais com algumas aplicações da maconha. Isso deve ser melhor pesquisado e evidenciado. Também podemos abandonar preconceitos disseminados por governos e mídias e estimular a percepção de que maconha não é ‘porta de entrada’ e não é pior que tabaco ou álcool (este também tem possíveis benefícios a saúde se consumido com moderação.)

      Mas o mais importante é reconhecer que a guerra ao tráfico é um desastre de mais de 50 anos. Então é necessário trabalhar com a informação de que a descriminalização trará benefícios para a sociedade, no mínimo com um menor fluxo de financiamento para atividades ilícitas e com a retirada do aprisionamento indevido de algo como cem mil jovens que se envolveram com a venda sem praticar atos violentos.

      Além de desumano manter esses (em maioria) muito jovens presos, haveria uma imensa economia no sistema prisional cujos recursos poderiam ser direcionados para a prevenção e conbate de outras coisas mais perniciosas para a sociedade.

      O que a mídia pode fazer? Pode trazer informação. Ano passado a Globo passou um Globo Repórter sobre a descriminalização em Portugal e um Profissão Repórter sobre o Estado do Colorado. Se poucos políticos, como FHC, Freixo e agora Wyllys abordam a questão, muitos veículos produzem matérias e notícias (eu trouxe várias nestes últimos anos e todas da grande mídia.)

      Como uso de maconha não é algo necessariamente benéfico à saúde não vejo porque se deveria fazer publicidade do mesmo em novelas. Pelo mesmo motivo que já é raríssimo se ver personagens fumando e cada vez menos se vê alguém bebendo álcool. 

      De fato, quem bloqueia a discussão de drogas, ou pelo menos da maconha, não é a mídia, mas a classe política, ainda presa à ilusão de alimentar manutenção de preconceitos para obter benefícios políticos de curto prazo. Se os políticos iniciam o debate, como os citados FHC, Freixo e Wyllys, até é feita a repercussão. Quando o Ministro Barroso falou a respeito, também houve a divulgação disso.

      Se partidos religiosos não querem que se fale disso, estão apenas sendo preconceituosos e abordando a questão de modo arcaico. Mas eles são minoria e nunca prometeram racionalidade ou modernização.

      Então não vejo como “concessão do PIG aos evangélicos”, mas como “concessão da coligação governista aos fundamentalistas”. Não é proibido a políticos discursarem e mobilizarem a sociedade, que o façam.

      Sem tirar a responsabilidade da sociedade civil (academia, mídia, comunidade artística), cabe aos políticos de partidos laicos estimularem mais e mais o debate.

      Eu apoio os que o fazem, uma das razões por preferir deputados do PSoL, PPS e PV.

       

       

       

  5. Willis possui um mandato

    Willis possui um mandato exótico, com apenas treze mil votos.Foi eleito pela fama alcançada no Big Brother e por ter o deputado Chico Alencar ,de seu partido, obtido grande votação. O Rio de Janeiro é, na maioria, evangélico. Willis conta com a rejeição desse povo. Precisa buscar algum outro assunto, de preferência escandaloso, para ver se se elege com a votação de algum nicho.

    Se houvesse uma reforma eleitoral séria, que premiasse a representatividade, Willis não se elegeria vereador.

    1. Em qualquer reforma eleitoral

      Em qualquer reforma eleitoral séria, o voto é do partido e não do candidato. Nessa reforma séria, a não ser que fosse voto em lista fechada, Willys ainda assim seria eleito, porque a soma de votos dados a candidatos de seu partido garantiu 2 vagas de deputado, destinadas aos mais votados dentre os de seu partido.

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