Jucá é alvo de mais uma denúncia da PGR

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
 
Jornal GGN – O senador Romero Jucá (PMDB-RR) foi denunciado nesta segunda-feira (28) por corrupção e lavagem de deinheiro, pela Procuradoria-Geral da República. As acusações são de Jucá ter solicitado e recebido R$ 150 mil para beneficiar a Odebrecht em duas medidas provisórias tramitando no Congresso em 2014.
 
A peça foi encaminhada nesta segunda-feira (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tem como base a delação premiada de ex-executivos da empreiteira, como o ex-diretor de relações institucionais Cláudio Mello Filho. 
 
Jucá teria solicitado o montante por meio de doação oficial pelo Diretório do PMDB de Roraima, que teria alimentado a campanha do filho do parlamentar, Rodrigo Jucá, que concorria a vice-governador ao lado de Francisco de Assis Rodrigues.
 
“Não há dúvidas de que o sistema eleitoral foi utilizado para o pagamento disfarçado de vantagem indevida a partir de ajuste entre Romero Jucá e o executivo do Grupo Odebrecht Cláudio Melo Filho”, apontou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
 
Em troca, no Congresso, Jucá teria facilitado a aprovação das Medidas Provisórias 651 e 656, que alterava as regras do Imposto de Renda de empresas. O senador teria modificado o texto da primeira para ser aprovada com base nos interesses da Odebrecht, em 2014, sem obter sucesso. Entretando, com a segunda medida provisória teria conseguido ajudar a empresa.
 
“[Janot] não aponta a contrapartida. Nem o próprio empresário [Cláudio Melo Filho, ex-executivo da Odebrecht] aponta, só fala que o senador era um homem de prestígio e que eles [executivos da Odebrecht] queriam estar próximos de um homem de prestígio. Então, é a nova versão do que poderia ser a contrapartida da corrupção. Eu acho que o STF fatalmente não receberá essa denúncia”, disse o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que atua na defesa de Jucá.
 
Para o advogado, esta denúncia é um “caso típico de criminalização da atividade parlamentar”. A peça passará pelo relator Edson Fachin e deve ser julgada pela Segunda Turma do Supremo, que integra também os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Celso de Mello.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Esse janot(a) é assim mesmo,

    Esse janot(a) é assim mesmo, ou se faz de bobo pra passar bem? Afinal, o cara delata até mãe na zona se for pra salvar a pele. Mas, creio que para fazer alguma denúncia precisaria, no mínimo, ter corroborado a fala delatada com algo concreto. Se não, fica como o desMoronado em Curitiba, a condenar todos e mais alguns petistas, sempre e sempre, meramente com base nas palavras ocas dos torturados e presos, sem qualquer comprovação: pior, muito pior, a escrever e assinar que provas (assim, por a mais b, ou pela prova dos nove) não são necessárias porque o desembarga-cumpadi e o candycandy tão com ele e não soltam. Haja saco. O que acontecerá com essa denúncia de meia pataca: ora, ora e ora, depois de gastarem tubos de dinheiro público (inclusive para diárias e passeios diversos), darão por nada consta e mandarão arquivar. E o tal conselhinho-dos-tutores-do-mistério-público nada fará contra esses farsescos desprocuradores. Repito: haja saco, pra aguentar essa gentinha, né dona carmencita?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador