As consequências do cabo de guerra entre Dilma e o Congresso

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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A presidente Dilma Rousseff disse que seu governo não está a “reboque” do Congresso; que, até aqui, não sofreu nenhuma grande derrota. Será?

Jornal GGN – Em entrevista publicada pelo Estadão no início de junho, a presidente Dilma Rousseff disse que seu governo não está a mercê do Congresso, e que o Legislativo, até agora, não impôs nenhuma derrota significativa ao Planalto. Pelo menos não como aquela da CPMF, que marcou o segundo mandato de Lula.

Dilma disse: “Vocês falam muito que a relação está difícil, mas temos tido um processo de discussão bastante efetivo. Até agora, não tivemos uma derrota do tamanho daquela da CPMF [em 2007], a mais grave derrota dos últimos anos para o governo. O governo não está a reboque do Congresso. Pelo contrário: temos relação independente e harmoniosa. [O Congresso] Pode pautar algumas questões que nós não concordamos. Agora, isso é da democracia.”

Com a declaração, a presidente tentou minimizar o fator Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Desde que a atual legislatura deu início aos trabalhos, a imprensa tradicional contabiliza cada gol que a cúpula do Congresso marca contra o governo.

No calor dos acontecimentos, esse “gol” é definido como “vitória” indiscutível da dupla peemedebista – sendo que Cunha é o artilheiro do time, por motivações próprias. Mas quem tem razão: Dilma, com sua visão macro dos acontecimentos, ou a imprensa, que às vezes superdimensiona alguns fatos? 

O GGN listou abaixo grandes 14 temas que marcaram a cobertura sobre a Câmara e o Senado de fevereiro até aqui, e explica as consequências de cada um.

Principais temas discutidos pela Câmara até 15/06/2015

 

Além da batalha em torno dos projetos acima, há ainda aqueles que Dilma deixou de lado por falta de terreno fértil. É o caso da regulação econômica da mídia, prometida para o segundo semestre deste ano. Pouco tempo depois de o governo manifestar a intenção, Eduardo Cunha deixou claro que alguns temas só passam pela Câmara sob o seu cadáver. 

Cunha ainda levou vantagem em outras batalhas: anunciou a saída de Cid Gomes do Ministério da Educação por não admitir que o titular chamasse deputados de “achacadores”; se recusou a negociar com os articuladores políticos do início do governo (Mercadante, Pepe Vargas, Miguel Rossetto); criou uma nova CPI da Petrobras para desgastar o governo, etc.

Principais temas discutidos pelo Senado até 15/06/2015

 

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

20 Comentários

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  1. Congresso prepara presentão para Chevron & Cia: Dilma entregará?

    Congresso prepara presentão para Chevron & Cia: Dilma entregará?

    Em 10/06/2015, em vergonhoso comportamento no plenário do Senado, ninguém menos que o líder do Governo Dilma, senador Delcídio Amaral (PT-MS), aprovou explicitamente a proposta do PSDB que visa iniciar a liquidação do regime de partilha e de conteúdo local do pré-sal, tão duramente aprovados pelo Governo Lula em 2009.

    Como mostrou o Wikileaks (aqui e aqui), na campanha presidencial de 2010, o senador José Serra (PSDB-SP), notório entreguista do patrimônio nacional (vide o livro Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr), em relato de Patrícia Padral, diretora da Chevron, garantiu e comprometeu-se, caso eleito, a mudar as regras a favor do interesse das petroleiras estadunidenses, dizendo-lhe o seguinte sobre a lei do pré-sal: “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”.

    Pois bem, José Serra não foi eleito em 2010, e o PSDB foi derrotado também em 2014, pela quarta vez. No entanto, agora, em 2015, não é que Serra está prestes a cumprir o que prometeu à Chevron.

    Como se dará esta façanha do PSDBraX?

    Na continuidade da referida sessão do senado, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), atropelando a Comissão de Constituição e Justiça e outras comissões, avocou diretamente à pauta do plenário, da semana de 15 a 19 de junho, a discussão e votação da proposta entreguista do PSDB, de autoria de José Serra. Pelo número de apoios ao requerimento para tratar dessa questão, não será surpresa que José Serra, Delcídio Amaral, Renan Calheiros e tantos outros “defensores do interesse nacional …” aprovem a proposta do PSDB.

    Como se sabe, o senador Renan Calheiros é investigado por suspeita de ter recebido propina do esquema de corrupção da Petrobras. Por este motivo, deveria ser mais discreto e não se utilizar das prerrogativas de presidente do Senado para patrocinar o entreguista José Serra, na sua promessa a agentes estrangeiros para subtrair mais riquezas do Brasil. Infelizmente, agindo como agiu, em sessão do senado e contra a Petrobras, Renan Calheiros só faz aumentar a sua suspeição.

    Prosseguindo Renan Calheiros no seu comportamento suspeito, e aprovada no Senado a proposta de José Serra, na semana seguinte, de 22 a 26 de junho, alguém duvida que a Câmara dos Deputados, sob a batuta a jato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aprovará e embrulhará o presente para a Chevron? Ainda mais quando o deputado Eduardo Cunha, também investigado por suspeita de ter  recebido propina do esquema de corrupção da Petrobras,  poderá até dizer, na habitual cara de pau, que apenas está seguindo Renan Calheiros.

    Na semana seguinte, em 29 e 30 de junho, a presidente Dilma estará visitando os Estados Unidos, para tratar de questões comerciais, culturais e de outras naturezas, supostamente recíprocas e para o bem de ambos os países.

    Não é difícil imaginar o nível de constrangimento, pressão e chantagem, a que a presidente e o seu governo estarão submetidos nos próximos dias, pelos que querem entregar o pré-sal brasileira às petroleiras estrangeiras.

    Fica a pergunta: a presidente Dilma se recusará a entregar a Obama o presentão do Congresso dito brasileiro à Chevron & Cia?

  2. Discordo. O caso não é de

    Discordo. O caso não é de conflito entre poderes, mas de abuso de poder do presidente da Câmara dos Deputados. Eduardo Cunha é um criminoso que pretende fomentar sua própria impunidade jogando o Congresso contra o Poder Executivo.

    Nada que não possa ser resolvido de maneira bem simples: o MPF pede a prisão preventiva daquele criminoso e o STF manda ele para uma jaula na Papuda, de onde ele não poderá mais fazer mal a ninguém, nem comprometer a estabilidade da República.

    1. E com direito a fazer consultoria.

      Mas ele tem de ir acompanhado de Lula, Dilma, José Dirceu, Renam entre tantos outros e com direito a fazer consultoria.

  3. DILMA NA VERDADE PERDE É PARA A GLOBO, VEJAM A TÁTICA

    Existem milhares de softwares gratuitos de boa qualidade, o que fazem hoje vários desses softwares serem procurados para serem feitos download, SURPRESA, quando se clica nos links caem em blogs de jornalistas da direita, como reportagens dos jornalões escolhidas a dedo pelo tema que querem bater, hoje por exemplo alguns programas que eu procurei caíram num blog de tal Murilo que eu nem conhecia, está lá, NOBLAT, CLAUDIO HUMBERTO, CANTANHEDE, MERVAL e outros, o esquema de hoje é jogar na lama a Venezuela e fazer o herói Aécio, há de se convir que é uma boa tática e também derrota de alguém que estão no mundo da Lua, O efeito da retração da economia nas micro empresas começou a ser devastador, acordem, acordem, se o dominó cair mais peças, irão cair todos e sem volta, acordem. Acordem, socorra as micro empresas ainda dá tempo. Viseira de burro é para burro, ainda há muitos buracos pela frente e tem buracos bem grandes não dá para pular e se tem que desviar o tempo conspira contra. Acordem pelo amor de Deus.

  4. Leis demais…

    … e gerentes de menos.

    Um Estado caríssimo – só o STJ tem mais motoristas e carros que muita companhia de taxi. Como comparação, nos EUA, somente os presidentes dos tribunais superiores têm direito a carro.

    Esses socialistas e social-democratas são caros demais, ineficientes demais. Nossa democracia funciona ao contrário – somos nós que trabalhamos para nossos representantes e não o contrário.

    Aqui, ao contrário da fábula, as formigas é que se dão mal e sustentam as cigarras do Estado. No país de faz de conta dos nossos socialistas, a moral da história é sempre: “E a conta está aqui para vocês pagarem.”

  5. Não é cabo de guerra

    Concordo com Fábio. Não há disputa entre poderes, há sim atentados sistemáticos à Constituição Cidadã de 1988, por ironia do destino comandada pelo grande Ullysses Guimarães (também do PMDB), atentados esses que deverão ser submetidos posteriormente a referendo popular para o retorno à normalidade constitucional.

  6. Nassif,
    o governo também

    Nassif,

    o governo também nunca conseguiu implacar a reforma política, nem durante o governo Lula. Então não dá pra debitar isso como uma derrota do governo

  7. Tá tristinho tá!!!

    Fica assim não. Vai aprendendo que o PT é um partido de oportunistas bandidos. O povo é um mero detalhe. Tá tristinho tá!!!

  8. Só não sei até que ponto isto irá chegar.

    A truculência política nunca dá bons frutos. Dilma parece o George Foreman do box. Grande e desengonçado. Tem força, mas não tem agilidade nem habilidade. Enquanto isso, Cunha Clay e Renan Cassios batem a vontade. Dilma Foremam pede ajuda para o segundo (Lulinha) e este diz taxativamente: “Segura firma ai cumpanheira, tem de ir até o último round ou então eu tô frito em 2018” (se chegar vivo até lá, of course). Estamos no 2º round e Dilma Foremam está com as perninhas bambas. A torcida fanática de Dilminha grita desesperadamente: “Fora Clay, Fora Cassios, arrebenta eles. Vamos invadir o ring, vamos expulsar todo mundo que não pensa como nós”. E agora neste round está em jogo a redução da maioridade penal. Vejam só. Quem grande pauta para o PT. Como todo esquerdista vesgo o governo não quer que mexa nos “pobres menininhos desamparados” como se o CRIME TIVESSE IDADE. Então alega-se que as prisões não tem condições de receber assassinos menores. Se existe algo tão esfarrapado como esta desculpa, só mesmo do Lula em dizer que nunca soube de nada (mensalão e petrolão). Ora, se não existe, faça! Porque fizeram estádios vultuosos e não podem fazer prisões diferenciadas? Será porque estes menores interessam ao recrutamento da esquerda para tornarem-se black blocks? Qual o real interesse em manter assassinos a solta? Quer dizer que as vítimas são descartáveis? Não há e nem nunca haverá justiça para as vítimas? Matou e tá livre sem mácula? É por isso e por outros que o ódio ao PT e seus asseclas cresce a cada dia. Só não sei até que ponto isto irá chegar.

  9. Infelizmente nossa democracia

    Infelizmente nossa democracia ancorada na Constituição está fragilizada perante Eduardo Cunha e Renam Calheiros . Pois achava que uma emenda constitucional seria uma barreira para políticos do calibre de Cunha. No entanto, temas polêmicos e considerados sagrados para o todo poderoso mercado estão sucumbindo diante de político malicioso é perigoso, do ponto de democrático e ético, como Eduardo Cunha, assessorado pelo time tucano. Um bom exemplo é o fator previdenciário, que foi pro beleléu.

  10. Não dá entender um partido

    Não dá entender um partido como o PSDB. Pois os tucanos criaram a CPMF, o fator previdenciário e fizeram de tudo pra fazer superávits primários  porque sem isso o Brasil não como dar certo. No entanto,  com a ajuda e patrocínio de tal partido, o fator previdenciário foi eliminado. Como acreditar nisso?

  11. Os Congressistas tem de desenhar para Dilma entender.

    Vamos ver se FHC de saia vai pagar para ver o tratamento de choque para demência. E pior contrariando a vontade da população sofrida e claramente estelionato eleitoral.

    Acabar com a farra de aposentadorias integrais para Ministros do Judiciário, ex-Presidentes e toda aristocracia: na, né , ni, nó, não, Jamais!

    Dilma procura o suicídio politico. Os Congressistas tem de desenhar para ela entender.

    Fator previdenciário. A oportunidade de Dilma ter a derrota que tanto ela quer ver. E ficar de vez isolada na contra-mão  .

    Quem sabe a chance de pedir a renuncia que o PMDB vai adorar.

     

    “O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu nesta terça-feira (16) representantes das centrais sindicais e senadores que estão em campanha para que a presidenta Dilma Rousseff não vete as mudanças aprovadas pelo Congresso Nacional no cálculo do fator previdenciário. Após a reunião, Renan marcou para dia 14 de julho a sessão do Congresso para apreciar o veto caso a presidenta assim decida.” Noticia do Estadão

     

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