Oposição articula bloco na Câmara contra Maia e Bolsonaro

Proposta de PT, PSB e PSOL é reunir número capaz de pleitear espaços relevantes na Mesa Diretora 
 
Foto: Lula Marques
 
Jornal GGN – Os partidos de oposição PT, PSB e PSOL, anunciaram nesta terça-feira (21) a articulação de um bloco para fazer oposição na Câmara dos Deputados. 
 
Logo após a reunião de lideranças partidárias, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), declarou que o bloco, chamado por ela de “campo democrático-popular”, quer atrair PDT, PCdoB e Rede. 
 
O principal objetivo dos três partidos é reunir forças, em termos de número, para conseguir espaços relevantes na Mesa Diretora, cuja a formação é determinada pela quantidade de deputados em bloco. PT, PSB e PSOL somam 98 parlamentares. Se conseguirem atrair PCdoB, PDT e Rede, o número aumenta para 136 deputados.
 
O bloco também estuda se irá ou não apoiar de forma única a candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os três partidos são contrários à reeleição do democrata, mas, por motivações pragmáticas que visa espaço na estrutura da Casa, estudam a possibilidade do apoio. 
 
Até o momento, Maia é o favorito na corrida – conta com o apoio de 12 partidos que, juntos, reúnem 262, dos 513 deputados da Casa, incluindo o PSL de Bolsonaro. Outros candidatos de centro que estão na disputa são Arthur Lira (PP-AL) e Fábio Ramalho (MDB-MG). Como a votação, prevista para 1º de fevereiro, será secreta, a vitória do democrata não está garantida.  
 
No sábado, a Carta Capital publicou uma entrevista com o deputado eleito, Marcelo Freixo (PSOL), pré-candidato, que chamou de “suicídio” a opção dos partidos de esquerda apoiarem a candidatura de Maia.
 
“A esquerda toda, se formasse um único bloco, teria 135 votos [do total de 513 parlamentares], não precisaria apoiar Maia. É um número muito expressivo para dentro da Câmara, e que mandaria para as ruas uma forte mensagem de enfrentamento”, avaliou.
 
Por ora, membros do novo bloco apontam que o mais importante é garantia “a unidade dos partidos de esquerda”.
 
“Nossa agenda é contra os retrocessos civilizatórios nos costumes, e, particularmente, contra a agenda reacionária de retirada de direitos proposta pelo Paulo Guedes”, completou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
 
O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, pontuou, ainda, que “estar junto com o PSOL e o PSB” sinaliza independência dos parlamentares que não vão apoiar Maia.
 
Já o presidente do PSB, Carlos Siqueira, deixou claro que os socialistas não vão apoiar a candidatura do democrata. “Não há a menor chance de o PSB se aliar a Maia. Ele é o candidato de Jair Bolsonaro. Vamos fazer um esforço conjunto para enfrentar o desastroso governo”, explicou.
 
No final de semana, o PSB organizou um encontro entre os membros para decidir sobre o apoio, mas não houve consenso. Em entrevista para a Folha de S.Paulo, o vice-presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Paulo Câmara, fez elogios a Maia. 
 
“O que tenho colocado muito claramente é que eu não coloco objeção a Rodrigo Maia porque ele foi um presidente que sempre foi muito atento com Pernambuco”, disse. A presidente do PSB, Luciana Santos, também fez manifestações públicas em favor do democrata.  
 
Redação

5 Comentários

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  1. Coerência e Ética

    Os brasileiros precisam desesperadamente de Educação Política.

    Os democratas precisam se unir e mostrar para os cidadãos que existem alternativas. E que cada eleitor seja responsabilizado pela escolha que fez. Cada voto dado tem consequências na vida real.

    Maia pertence ao DEM (partido que abriga o MBL), é golpista e aliado da quadrilha do Temer, ajudou a enterrar o Estado Democrático de Direito. Os eleitores precisam ter condições de distinguir claramente as propostas políticas. Isto é impossível quando no saco se misturam os gatos e os gatunos.

  2. Ciro Gomes diz esperar os cem dias do governo.

    É o caso de sugerir a ele, que comece a contagem a partir da eleição no segundo turno, no final de outubro. Assim, os cem dias  coincidirão com a reabertura do Congresso, ele não precisa esperar mais dois meses e pegar o bonde atrasado.

    Ou será que ele tem alguma dúvida do desastre que já é esse desgoverno?

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