Parlamentarismo com Dilma é “golpe branco”, mas Cunha articula mudança para 2019

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Em entrevista publicada nesta segunda-feira (29) pela Folha de S. Paulo, o presidente Eduardo Cunha (PMDB) disse que tem conversado com partidos de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a aprovação de uma emenda à Constituição que estabelece o parlamentarismo. 

Segundo Cunha, a medida é pensada para o sucessor de Dilma, portanto, para 2019, mas deve ser votada ainda em sua estadia no comando da Câmara, até 2017. Cunha disse ainda que adotar o sistema parlamentarista, hoje, seria uma “golpe branco” na presidente, mas avaliou que se o regime já estivesse em vigor, o país não estaria sujeito a crises de toda sorte.

“O tema tem ganhado força. Tenho conversado com quase todos os agentes políticos, PSDB, DEM, PPS, PMDB, PP, PR, com todos os partidos. Com José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Tasso Jereissati (PSDB-CE). Com certeza, vamos tentar votar na minha presidência”, comentou.

O único obstáculo, apontado por Cunha, seria uma “dúvida jurídica”. Isso porque “como houve o plebiscito [em 1993] que culminou na não aprovação do parlamentarismo, há dúvidas se uma simples emenda constitucional seria suficiente ou se precisaria de plebiscito, ou referendo. Acho que, sem referendo, é muito difícil implementar o parlamentarismo.”

Questionado sobre as chances de impeachment hoje no Congresso, Cunha voltou a dizer que não podemos tratar desse tema como um mero “recurso eleitoral”. “Avança-se ou não se houver um fato dentro da ótica constitucional”, justificou. Para ele, se o Tribunal de Contas da União rejeitar as contas de Dilma em relação ao exercício fiscal de 2014, “não quer dizer nada.” Mas se houver “práticas neste mandato condizentes com improbidade, é outra história.”

“O Brasil não é uma republiqueta. A grande evolução que se deve ter é que temos que discutir o parlamentarismo no Brasil, e rápido. Um debate para valer e votar.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

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  1. Esse canalha do Eduardo Cunha

    Esse canalha do Eduardo Cunha quer achacar o governo e ganhar poder e dinheiro. Ele é tão pilantra que sabe que a propositura do parlamentarismo é golpe branco. Mas se esquiva de dizer que é golpe branco, tanto se aplicável imediatamente como se para o próximo mandato. O boquirroto sabe que não tem estatura política para se eleger presidente da república; assim como a imprensa – que de inimiga passou a aliada de ocasião e com amnésia em relação às falcatruas passadas do deputado – ele quer inviabilizar tanto o governo de Dilam Roussef, quanto o do próximo presidente (provavelmente Lula). Já está passando da hora do MPF e do STF providenciar a tornozeleira para esse cara.

  2. Golpe Branco contra a vontade popular, isso sim!

    O grande medo deles é a volta de Lula em 2018 e o avanço das reformas, principalmente a redemocratização da mídia.

    E o que eles querem é tirar das mão do povo a tarefa de escolher os rumos do país. Nesse caso, caberá à bancada BBBB (bola, boi, bala e bíblia) e ao PIG ditar os rumos do país. Não Passarão!

    O Legislativo não goza de grande aprovação popular. Só quero ver quando a população tomar conhecimento de tudo isso. Parece que esses parlamentares já se esqueceram das manifestações de Junho de 2013.

  3. Isso tem de ser decidido por

    Isso tem de ser decidido por meio de plebiscito, senão é golpe contra o povo.
    Já rejeitamos isso uma vez, e tenho certeza que faríamos isso novamente, quase todas as medidas votadas nos últimos 3 meses são casuísticas, ou para retirar o poder da presidente Dilma, ou vislumbrando uma provável vitória do presidente Lula em 2018.
    Há de se criar mecanismos constitucionais que impeçam essa casualidade, assim foi com a PEC da bengala, com o fim da reeleição, com financiamento privado, no ritmo que as coisas estão indo onde chegaremos.

    E mais, o presidente da câmara fala que se o regime fosse o parlamentarismo essa crise não estaria ocorrendo, não é bem assim juvenal, afinal  se o congresso trabalhasse em sintonia e harmonia pelo país talvez a crise não fosse tão grave. O ajuste fiscal foi pensado no início do ano, e só foi votado quase 6 meses depois, isso para ficar apenas no ajuste fiscal, sem falar da alteração na previdência sem pensar na sustentabilidade. E, para não ir tão longe, é sempre bom lembrar, acabaram com a CPMF assim, de um ano para o outro, e o povo que se vire para ter uma saúde melhor e agora nossa elite vem fazer média pedindo mais saúde.

  4. Quando o poder do presidente

    Quando o poder do presidente é fraco, fica visível o quanto as lideranças políticas jogam no quanto pior melhor. Isso aconteceu em 64. A diferença é que hoje as forças armadas estão fora do jogo político – ainda bem.  

  5. Imbecilidades!

    Isso já foi decidido pelo POVO em Plebiscito. Se quiserem mudar, tem que ter uma Nova Constituição antecedida de Plebiscito. Esse Meliante tem que ser pego pelo Janot e ir para a PAPUDA.

  6. Estou errado, ou a

    Estou errado, ou a “assembléia constituinte” que muitos pediam está aí, eatende pelo nome do Eduardo Cunha? 

    Quem manda no Brasil, Cunha ou Moro? (Dilma é que não é). Ou melhor, quando vai acabar esse pesadelo? Se é que vai

  7. isso é safadeza com o povo

    isso é safadeza com o povo brasileiro, já teve plebiscito e o povo rejeitou essa idiotice, na realidade esses congressistas querem dominar o país e ter um presidente fantoche, e quem nos salva de um parlamento retrogrado e entreguista como o que temos? O papa? O chapolin colorado? Os marcianos?

  8. Nem a pau, juvenal!

    Com o parlamentarismo, se valesse hoje, esse pilantra do cunha serio o primeiro-ministro.

    Com o parlamentarismo, o primeiro-ministro seria escolhido pelo congresso, ou seja, pela turminha que está lá e que conhecemos bem.

    Parlamentarismo não.

    Constituinte exclusiva para reforma política já!

      1. já decidimos

        já decidimos uma vez que não queríamos o parlamentarismo.

        Os que estão lá não foram eleitos para implantar o parlamentarismo.

         

        Parlamentarismo somente com nova conmstituição e plebiscito.

         

        Prioridade maior é a reforma política através de uma constituinte exclusiva, sem a interferência dos que aí estão.

  9. Pelo andar da carruagem…

    Pelo andar da carruagem…

    este senhor periga ser aclamado primeiro-ministro da população carcerária.

    Com todos os méritos.

  10. Parlamentarismo

    Não sou contra ou a favor, muito antes pelo contrário, Mas, na situação atual do Brasil, seria  bom analisarmos certos aspectos da questão.  Em primeiro lugar, instituir o parlamentarismo significa transferir o Poder Executivo – hoje fazendo parte da troica com o Legislativo e o Judiciário – para o Legislativo.  Ou seja, teríamos apenas dois poderes.  E quem elegeria o executivo, ou primeiro ministro?  O Congresso, transformado em  colégio eleitoral, como nos melhores tempos da ditadura militar. Só que o parlamento brasileiro não é escolhido na base do princípio “um eleitor, um voto”.  E quais os resultados disso? Bem, vejamos qual a origem dos presidentes do Congresso nos últimos 38 (trinta e oiito) anos. Eles representaram: Piaui, Bahia, Pará, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraiba, Rio de Janeiro, Ceará, Paraiba, Amapá, Bahia, Bahia, Pará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Amapá, Alagoas, Acre, Rio Grande do Norte, Amapá, Amapá, Alagoas e outra vez Alagoas. Repararam que não há um só representante de São Paulo, Minas, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que representam a grande maioria do eleitorado?  E o único representante do Rio de Janeiro não era carioca, mas baiano (Nelson Carneiro) e recebeu o posto no fim da vida como homenagem à sua vida parlamentar?  Não sei como classificar essa união em  torno de objetivos comuns em política, mas em matéria penal se chama quadrilha.  Se criássemos um parlamentarismo agora, com o tipo de representação popular que temos, quem seriam os donos do Poder Executivo nos próximos 38 anos?  Claro que não é proibido pensar em parlamentarismo, mas antes teríamos que fechar o Senado e fazer “um cidadão, um voto”. (Quem quiser conferir a lista dos presidentes do Legislativo, está disponível no site do Senado).

  11. Precisa comentar?
    Tenho conversado com quase todos os agentes políticos, PSDB, DEM, PPS, PMDB, PP, PR, com todos os partidos. Com José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Tasso Jereissati (PSDB-CE). Com certeza, vamos tentar votar na minha presidência”

    Culpa do Mercadante!
    Mande ele embora!

  12. Pelo visto o Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Serra,

    Aécio, Moro, Gilmar Mendes e a mídia golpista são nossos sete cavaleiros do apocalipse.

  13. Parlamentarismo é golpe

    Por duas vezes em sua história os brasileiro disseram não ao parlamentarismo. Até quando vamos assistir esse safado aplicar golpes abaixo da cintura do povo brasileiro?

  14. Se quisesse o parlamentarismo

    Se quisesse o parlamentarismo o povo teria aprovado o mesmo em 1993. Votei pelo Presidencialismo e estou satisfeito. Não correia o risco de deixar o poder nas mãos de bandidos como Eduardo Cunha. 

  15. O maior aliado do Governo

    O maior aliado do Governo atende pelo nome de Eduardo Cunha. Ele faz mais pela aprovação do ajuste fiscal que os trapalhões da coordenação política, como mercadante e cia. Creio que é hora de os companheiros pararem de antagonizá-lo. Isso só atrapalha.

    1. Vovó

      Cunha é aliado do PSDB.

      Para de querer mudar o lado sujo do seu amigo. 

      Se nossos empresários disfarçados de congressistas em menos de 6 meses já fizeram a miséria, aprovando tudo contra a população, imagine se houvesse o parlamentarismo?

      Nossos congressistas governam para eles e para  seus aliados.

      Nada mais que isso. 

       

  16. Plebiscito

    Como o presidencilismo foi definido em plebiscito, creio que apenas outro plebiscito teria legitimidade para permitir a alteração do sistema de governo.

    É um plebiscito que o Cunha está propondo ou ele quer cassar o meu voto e o de todos os eleitores que votaram no plebiscito de 1993?

    E se for um novo plebiscito, a monarquia pode voltar a concorrer?

    1. O Congresso pode aprovar uma

      O Congresso pode aprovar uma emenda que institua o parlamentarismo e colocar em votação em um referendo. Nesse caso, a opção seria “aprovar a mudança para o parlamentarismo ou manter como está”.

      Se o troço não for a votação popular, é golpe.

  17. Lula

    O problema da direita é LULA !

    “…..a partir de 2019….”   parlamentariemo?

    Porque eles não podem com o LULA. 

    Parlamentarismo é golpe antecipado contra a vontade popular que elegerá LULA em 2018!

    ÇERRA45 vice fegace….viiiiiiiiiiixe! ficarão para 2038!

  18. Isso pode não ser tão ruim

    Isso pode não ser tão ruim como parece, principalmente vindo de quem vem. Mas vamos dar uma pequena olhada pro passado. Desde a redemocratização todos os presidentes precisaram fazer alianças com outros partidos para conseguir alguma maioria na câmara e assim governar. Está claro que sem o congresso, ninguém governa. Devido baixa consciência política do brasileiro e também do nosso modelo eleitoral, o cidadão vota pra presidente pensando que ele sozinho vai resolver tudo.
    Vejam que mesmo na eleição do Lula em 2002, quando ele teve cerca de 40% dos votos no primeiro turno o PT obteve apenas 93 deputados federais, o que não chega a 20% da câmara. Parte disso deve-se também ao fato de a eleição para os cargos legislativos ser ofuscada pela eleição do executivo. Portanto nem mesmo no que poderíamos dizer como sendo o auge (naquela época cerca de 30% das pessoas se diziam petistas e nem mesmo eles votaram em candidatos de seu partido), um partindo conseguiu eleger o presidente a fazer uma boa base de sustentação. O que o abrigou a se aliar com o PMDB.
    Vejo como fundamental trazermos para o primeiro plano a eleição de deputados. Um presidente, bom ou ruim vai ficar 4 ou 8 anos no poder. Um deputado, fica 20 ou 30 e faz leis que duram décadas ou séculos.
    dessa forma implementar o parlamentarismo traria a eleição para o congresso para o primeiro plano. Iríamos discutir em qual deputado se vai votar, como seria a composição do governo com esse ou aquele PARTIDO vencendo… e não um ou outro salvador da pátria sem base de sustentação que depois de eleito tem que entregar cargos para governar.
    Portanto sou a favor do parlamentarismo, sem plebiscito para decidir, porque se tiver plebiscito perde, tal como em 93, mas perde porque as pessoas dirão não ao que nem sabem o que é.

  19. É a salvação da patria

    Provavelmente se continuarmos como estamos, será Lula e aécio em 2018. Segundo as pesquisas Aécio venceria. Seria JB como Ministro da Justiça, dando continuidade ao que Moro tem feito.

    Mas mesmo que Lula ganhe, o Republicanismo o impedirá de governar. Mesmo Lula sendo um Excelente presidente, sua ingenuidade tratará de achar novos JBs para cargos de confiança. Ou seja, ganhe quem ganhar, Aécio é quem governaria o país.

     

    Então o Parlamentarismo pode mesmo ser a salvação da Pátria, numa época onde a radicalização leva à paralização da economia do país, e ao desmonte de nossas empresas.

  20. Curiosamente as pessoas aqui

    Curiosamente as pessoas aqui defendem o presidencialismo, mesmo contra todas as evidências. O único lugar do mundo onde isso deu certo foi nos EUA.

     

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