Petistas tentam evitar indicação de Bolsonaro para Comissão de Direitos Humanos

Sugerido por Gunter Zibell – SP

Do Hoje Em Dia

Indicação de Bolsonaro para direitos humanos atrapalha petistas

BRASÍLIA – A ameaça do PP em indicar o deputado Jair Bolsonaro (RJ) para comandar a Comissão de Direitos Humanos da Câmara travou nesta terça-feira (11) a definição da bancada do PT sobre as comissões que pretende presidir neste ano. 
 
Os deputados petistas terminaram a reunião sem consenso. A prioridade é a escolha da Comissão de Constituição e Justiça, principal colegiado da Câmara. O partido ainda tem outras duas vagas de presidência. Há uma tendência para que fiquem com as comissões de Agricultura e Saúde. 
 
Petistas ligados aos direitos humanos, no entanto, defenderam que seja priorizada a Comissão de Direitos Humanos que no ano passado foi alvo de polêmica ao ser chefiada pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), criticado por ativistas negros e gays. O colegiado ficou mais de um mês sem reuniões diante dos protestos contra o parlamentar. O PSC chegou ao comando da comissão porque o PT, que tradicionalmente ocupava o posto, abriu mão. 
 
Mesmo com a indefinição, o líder do PT, Vicentinho (SP), disse que a bancada não vai permitir que a Comissão de Direitos Humanos seja tomada novamente por polêmicas. 

 
“Nós não tomamos a definição porque estamos procedendo a melhor forma, ouvindo todos os segmentos e assegurando um debate. O que eu posso assegurar é que nunca mais essa Comissão de Direitos Humanos vai passar o constrangimento do ano passado”, disse. 
 
A estratégia do PT é convencer o PP a recuar na indicação de Bolsonaro, também conhecido pelas posições conservadores e ataques a movimentos gays. O PP deseja continuar a comandar a Comissão de Minas e Energia, mas o PSD, que tem prioridade na escolha, deve ficar com o colegiado. 
 
O nome de Bolsonaro é visto como pressão para manter Minas e Energia. Na sua bancada, ele argumenta que se for indicado a presidente pode fazer do colegiado uma vitrine eleitoral e conseguir mais de 1 milhão de votos, ajudando a aumentar a ampliar o partido na Casa no ano que vem. 
 
Mais comissões 
 
Atualmente, a Câmara tem 21 comissões permanentes, são nesses colegiados que os projetos temáticos são analisados primeiramente. As escolha das comissões seguem o tamanho das bancadas. O PT, maior bancada, tem direito a três comissões, por exemplo. 
 
O comando da Câmara discute a aumentar o número de colegiados. Foi proposto dividir a Comissão de Turismo e Desporto em duas ou Seguridade e Família também em duas. Essa discussão deve ser feita até a próxima semana, com isso, as comissões só devem funcionar depois do feriado de Carnaval.
Redação

11 Comentários

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  1. Espero que o PT, assim como o

    Espero que o PT, assim como o PSDB, e todos os partidos com algum trâmite na área dos direitos humanos impeçam a eleição de um fascista do naipe de Bolsonaro. Aliás, mais sujo do que pau de galinheiro o Congresso não pode ficar se deixar que esse deboche e achincalhe se consumam. Tudo tem limite. 

  2. Novo nome

    Com Bolsonaro na comissão ela deveia mudar de nome para Comissão de Direitos Humanos para os Humanos Direitos (ou de Direita).

    Mas como um professor meu dizia tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador! A ver.

  3. O problema é o discurso da governabilidade

    Por alguns anos muita coisa errada foi feita com base no discurso de que é necessário garantir a ‘governabilidade’.

    Mais de uma vez, no entanto, li argumentações do tipo: ‘o PT não tem culpa de Feliciano’, ‘o partido escolhe as comissões que quer’.

    Ora, mesmo que certas coisas não sejam combinadas de antemão, há responsabilidade sim no abandono de temas.

    Se quando algo bom é feito pelo governo e se atribui isso à “governabilidade”, o mesmo é válido para quando algo ruim acontece.

    Afinal, a bancada governista é a mesma!

    Desse modo, se Bolsonaro assumir a CDHM, depois de 3 oportunidades que o PT terá antes de escolhê-la (e o PMDB também terá 3 antes do PP), depois de oportunidades de negociações entre partidos da mesma bancada, ora, torna-se responsável sim por isso e deve ser lembrado do ônus político.

    A matéria apenas indica que o partido percebeu isso, pois estava muito mal acostumado a que seus militantes o defendessem acriticamente de qualquer coisa.

    Vivemos tempos de maior transparência agora.

    1. Vc é engraçado, acha q o PT deve escolher segundo SUAS priori//s

      Os deputados do PT nao escolherao Bolsonaro. Mas o Partido nao é obrigado a escolher uma comissao que nao é a mais importante no momento para ele porque o PP quer propor Bolsonaro. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. 

      1. Nada disso

        Eu não acho que o PT deve escolher segundo MINHAS prioridades.

        O PT deve fazer o que julgar melhor fazer. E certamente não é obrigado a nada.

        O que eu disse é que há ônus político com isso e que isso também é acompanhado pelo eleitor.

        E que há pessoas que defendem a governabilidade nos acertos e se omitem nos erros. Ou, ainda, tentam manter a defesa mesmo dos erros.

        E a preocupação atual do PT em tentar mudar as prioridades DELE, refletida nesta discussão interna, é sinal de que o PT percebe o processo do mesmo modo que eu.

        Ano passado NÃO HOUVE nenhuma preocupação do PT com o assunto. Este ano já há preocupação parcial.

        Logo, equivocado não estou.

        Enfim, o PT faz o que quer e assim disputa os eleitores que almeja. Se prefere os conservadores morais e em segurança como público, é uma decisão do partido e eu não tenho nada a ver com isso, eu apenas tenho título eleitoral e escolho o que me parece melhor. Eu prefiro composições políticas que não façam concessões a conservadorismo moral e em segurança.

        Eu mantenho minha visão crítica. Se o PT não ajudar em negociações a fazer com que o PP desista dessa comissão, é sinal de quem tem muito menos poder do que alardeia. Ou que usa esse poder para coisas que podem interessar ao PT mas não a um grupo de eleitores.

        Quem vai precisar de voto em outubro são os partidos, que façam o discurso e tomem as atitudes que julgarem as mais convenientes nessa busca de votos.

        Só isso.

        Se você acha que o PT, como partido líder na Câmara, está conduzindo adequadamente o processo de seleção de presidentes de comissões, ótimo. Você votará em deputados federais do PT. Qual o problema? Nenhum.

        Tanto você como eu acordaremos em 06 de outubro com a consciência tranquila do dever cumprido. A única coisa é que preferimos projetos políticos diferentes.

         

        1. O eleitor vai cobrar isso? Só do PT? Veja a sua “lógica”…

          Antes do PP escolher, o PMDB e o PSDB poderao fazer suas escolhas. Pq é o PT quem tem obrigaçao de fazer essa escolha? O eleitor entao ficará contra todo mundo e votará nulo…

          Isso é importante, mas há outras coisas importantes tb, e o Partido tem todo direito de fazer as escolhas melhores para ele, nao as que você acha que ele tem que fazer. O partido está fazendo o que pode para o PP desistir. Nao está fazendo concessoes nenhumas, o PP nao depende do PT, ele tb tem suas próprias prioridades. E ninguém dispoe de varinha de condao. 

          1. Ninguém pode responder pelo que outros eleitores vão cobrar

            Eu vou cobrar com base nas minhas convicções e conscientização. Que são algo individual. Nós podemos expor nossas posições, podemos tentar convencer outras pessoas das mesmas. Mas não podemos impor nossos diagnósticos aos outros. Cada cidadão fará o seu.

            Na minha visão, se um governo formado por uma coligação se vangloria dos acertos obtidos com a governabilidade e atribui isso ao PT (como: ‘foi no governo do PT que se aprovou o pré-sal para educação’, ‘foi no governo do PT que se aprovou cotas para unis’) pode sim ser responsabilidado pelo desleixo com a CDHM (foi no governo do PT que que se fez pouco caso da CDHM e ela ficou para PSC e PP.)

            Eu estou dizendo que é assim que eu penso. Eu sei que você pensa diferente, não tem problema.

            Eu não disse que o PT tem obrigação de nada. Já falei isso acima, você só está repetindo a argumentação que já usou.

            Também já disse que eu não acho que o PT deve fazer o que eu acho que tem fazer. Acho que o PT deve fazer o que todo partido político faz: buscar eleitores.

            Se o PT está fazendo o que pode para que o PP desista, beleza. Acho que será melhor para mim, para você, para o PT e para o país. Isso é uma boa prática política.

            Em sendo assim, se concordamos que ‘evitar o PP assumir a CDHM’ deve ser elogiado, e se atribui ingerência do PT nisso, a recíproca é verdadeira: ‘não evitar que o PP assuma a CDHM’ deve ser criticado como demonstração de  incapacidade de articulação política. Lógico, só criticará quem julgar que isso deve ser criticado. Quem não achar Bolsonaro um grande incômodo, pode perfeitamente abrir mão dessa crítica.

            E é claro que ninguém dispõe de varinhas de condão, mas se alguém tivesse uma, eleições para quê mesmo?

            As coisas estão como devem ser: os partidos fazem propostas e atitudes na Câmara, os eleitores observam se sentem representados e em 05-out votarão pela manutenção ou pela mudança.

            Não há, em absoluto, problema.

          2. Eu não vi ilogicidade nenhuma

            Mas também não tem importância.

            Vamos aguardar o que sairá dessa novela, a escolha dos presidentes será em 28-fev. acho.

  4. Boas novas!

    Vejam como é útil que se façam manifestações, ao invés de engolir sem questionar qualquer coisa que surja em Brasília. Ainda dá para a opinião pública influenciar em algo.

    http://revistaforum.com.br/blog/2014/02/pp-nao-vai-indicar-bolsonaro-para-a-comissao-de-direitos-humanos/

    PP não vai indicar Bolsonaro para a Comissão de Direitos Humanos

    Com medo de ter a sua imagem desgastada frente à opinião pública, partido desiste de indicar deputado à CDHM

    Por Redação

    Deputado havia afirmado de que seria pior do que Marco Feliciano na presidência da CDHM

    O Partido Progressista (PP) decidiu, após reunião da cúpula, que não irá indicar o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) e nem mesmo disputá-la. O partido divulgou ter mais interesse na Comissão de Minas e Energia.

    A avaliação do partido é de que haveria um desgaste muito grande para a imagem da legenda, principalmente depois de ontem (11), quando ativistas dos Direitos Humanos promoveram um beijaço dentro da Câmara dos Deputados em repúdio à possível indicação de Bolsonaro para a CDHM.

    Desde a semana que o parlamentar resolveu assumir que tinha interesse em presidir a comissão, fez várias declarações provocativas. Entre elas, a de que as pessoas “teriam saudades da presidência de Marco Feliciano (PSC-SP)”, dando a entender que seria mais obscurantista do que o pastor-deputado. Em outro momento, Bolsonaro disse que “nem gays, nem os índios” iriam atrapalhar o seu trabalho caso fosse eleito.

    Há uma grande expectativa para se saber quem vai assumir a presidência da comissão. Na rede, existe uma campanha que pede para que a vaga seja assumida pela deputada Erika Kokay (PT-DF). Em conversa com Fórum, tanto Erika, quanto o deputado Henrique Fontana (PT-RS) declararam que a CDHM é uma prioridade do Partido dos Trabalhadores. A questão será resolvida na semana que vem, quando os partidos irão indicar os seus nomes às respectivas comissões.

     

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