Jornal GGN – O desgaste do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o escândalo de candidaturas de laranjas podem ter impactado no crescimento da sigla do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
O partido esperava superar em número a bancada do PT, mas, próximo de finalizar o período de janela partidária ( que permite que parlamentares troquem de legenda sem perder os mandatos por infidelidade partidária), o PSL conseguiu empatar com o Partido dos Trabalhadores, passando de 52 para 54 deputados, com a entrada de Bia Kicis (DF) que trocou o PRP pelo PSL, e a saída de Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para assumir a Casa Civil, deixando a vaga para o suplente Marcelo Brum (PSL-RS).
O PSL se tornou o partido com o maior crescimento entre todas as legendas nas últimas eleições, passando de 8 para 52 deputados na Câmara. A popularidade de Jair Bolsonaro também ajudou o PSL a eleger três governadores e a conquistar a maioria nas assembleias de 4 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo. No Senado, a sigla que não tinha nenhum representante passou a ter 4 parlamentares.
A expectativa, logo após as eleições, entre os correlegionários do PSL era que conseguiriam subir para 56 membros no período da janela partidária, mas os planos foram frustrados, possivelmente por causa dos escândalos envolvendo os Bolsonaro.
Pode ter pesado também a avaliação inicial do governo. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada dia 26 de fevereiro mostrou que 39% avaliam de forma positiva a gestão Bolsonaro. O registro é inferior em comparação ao resultado de pesquisas de início dos governos passados. No primeiro governo, Dilma teve 49% de avaliação positiva. Já os primeiros e segundos governos Lula tiveram 57% e 50%, respectivamente, de avaliação positiva.
A avaliação de início de gestão de Bolsonaro é melhor apenas do que a de Michel Temer (11%) e do que o segundo mandato de Dilma (11%).
No troca-troca partidário, o PT passou de 56 deputados para 54. Uma das vagas que o partido perdeu foi por conta da cassação do mandato de Luiz Caetano.
O tamanho das bancadas é decisivo para a distribuição de recursos públicos do chamado fundo partidário. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o líder do PSL no Senado e presidente da legenda em São Paulo, Major Olímpio explicou que a negociação para trazer um parlamentar inclui a prometer uma parcela do fundo partidário.
“Tentei falar com parlamentares que estavam migrando, mas eles estavam convictos de ir para a legenda definida. Quando você vai fazer migração, começa a temporada de caça ao deputado e o seu partido promete parcela do fundo partidário, estas coisas. O PSL ofereceu o partido, sem contrapartidas outras”, afirmou.
O parlamentar disse que cortejou Styvenson Valentim (RN), um dos novos parlamentares da Câmara dos Deputados, que acabou trocando a Rede pelo Podemos. A Rede foi um dos 14 partidos que não alcançaram a cláusula de desempenho, por isso não terão acesso aos recursos do fundo partidário.
Além do valor que o partido oferecerá do fundo partidário, na hora de escolher um novo partido o político avalia como fator de atração o tempo de rádio e TV que a sigla tem disponível. Quanto maior for a bancada, maior será o tempo de propaganda, e isso poderá garantir a conquista de mandatos futuros.
Já para o partido, um maior número de parlamentares não é decisivo apenas para ter acesso a uma parcela mais gorda do fundo partidário. O tamanho da bancada garante força para reivindicar uma cadeira nas comissões. O quantidade também determina o direito à contratação de mais ou menos assessores e espaço dentro da estrutura legislativa.
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Capitão Styvenson Valentim e Senador e não Deputado como foi colocado na reportagem
Mesmo com toda a artilharia lançada diuturnamente contra o PT, esse partido não foi superado pelo badalado PSL (partido suco de laranja).