Senadores apresentam emendas para evitar que projeto acabe com foro privilegiado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Pressionados pela opinião pública, os senadores chegaram a um consenso para colocar em votação no plenário da Casa o projeto de autoria de Álvaro Dias (PSDB) que acaba com o foro privilegiado. Porém, já encontraram uma forma de burlar o texto e garantir que políticos continuem longe das garras da primeira instância: apresentar emendas parlamentares.
 
Segundo reportagem do Estadão, duas propostas já estão prontas. Uma delas, do senador Fernando Bezerra (PSB), prevê que as denúncias contra políticos devem passar por um “filtro” no Supremo Tribunal Federal antes de serem encaminhadas às instâncias inferiores. “No exercício do nosso mandato tem que haver algum tipo de proteção, sobretudo no caso da denúncia”, afirmou.
 
O senador é contra a possibilidade de procuradores da República que atuam em instâncias inferiores possam pedir investigações contra a classe política. “Eu acho que deveríamos preservar que a denúncia para os parlamentares ficasse ainda a título da Procuradoria-Geral da República. O Supremo analisaria a procedência ou não da denúncia. Caso fosse aceita, nós iríamos ser julgados como qualquer cidadão brasileiro pela Justiça de primeira instância”, declarou Bezerra.
 
Já a outra proposta cria uma espécie de vara especial para que os políticos sejam julgados, atrelada aos tribunais regionais federais. A ideia já foi discutida pelo ministro do Supremo, Luís Roberto Barroso.
 
“Eu defendo, insisto na ideia que foi defendida pelo ministro Barroso e tantos outros juristas: a criação de varas especializadas junto aos tribunais regionais federais, sendo que esses titulares e suplentes teriam dois anos improrrogáveis de mandato. Assim a gente poderia garantir o que não existe hoje, que é o duplo grau de de jurisdição”, apontou o senador Roberto Rocha (PSB).
 
Álvaro Dias e o senador Randolfe Rodrigues alertaram para a manobra e disseram que ela pode acabar com a finalidade do projeto.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Todo Cuidado É Pouco

    Nassif: a princípio, sou contra a exclusão do Foro Privilegiado. 

    Você e eu (você muito mais do que eu) somos rodados no trecho. Conhecemos (você, ainda, muito mais) os currais eleitorais. 

    E se no Çu-premu há risco de impunidade e perseguição política e ideológica, imagine, por exemplo, na Vara Distrital da Comarca de São Quiprocó das Quantas. O crime, hipoteticamente falando, foi lá.

    Tenho até pena do Meritíssimo oficiante do caso. Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come. 

    Isto sem falar da grande mídia, seja local, regional ou nacional (na mídia há sempre graduação de safadeza). 

    E não estou nem falando do Judiciário de hoje que, com as exceções à regra, as sentenças nada mais são que “resumo” de notícias midiáticas. 

    Veja o caso do Condado de Curitiba, que a Corte Mor de Suplicação dos Pampas já decretou que o conde Savonarola dos Pinhais tem poder de Vida e de Morte sobre aqueles que estão sob seu tacão. Ele decide até se você pode ou não ser “jornalista”.

    E veja que esse Verdugo está em constante holofote da mídia (dizem ele prefere plimplim). Agora, imagine na comarcazinha perdida, que ninguem ouviu sequer falar.

    Como o Judiciario brasileiro, nos casos políticos partidários, aboliu qualquer necessidade de provas, os Gogoboys farão a denúncia, em conformidade com os “sabujos” delegados do Intelectual Tardio. Aceita de pronto, se for do bando, tá livre, leve e solto. Caso contrário, a casa será invadida as 5,45 horas da manhã, mulher e filhos intimidados e o cachorro, que ousou latir para avisar da chegada de estranhos, sumariamente eliminado.

    Não preciso lhe dizer, como a realidade vem demonstrando, que a respeitável sentença, elucubrada há muitas cucas, já estará totalmente lavrada. Falando só o “P.R.I.”.

    É como diz a Bíblia — “vigiai e orai”. E até assim, o risco é grande. Pois a “carne”, que já era fraca, apodreceu…

    Tô mentindo?

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