Suspeito de praticar “rachadinha” com Queiroz, Flávio Bolsonaro terá R$ 457 mil para contratar no Senado

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por receber o cargo de terceiro secretário da Mesa Diretora do Senado, Flávio dobrou, em relação a outros senadores, a verba disponível para contratar motorista e assessores

Jornal GGN – Flávio Bolsonaro, cuja passagem pela Assembleia do Rio de Janeiro levantou suspeitas de prática de “rachadinha” (contratação de assessores parlamentares que são obrigados a devolver parte do salário em benefício do político ou partido), terá quase meio milhão de reais para fazer novas contratações, agora no Senado.

Só por ter ganhado o cargo de terceiro secretário na Mesa Diretora do Senado, Flávio dobrou a verba que ficará a seu dispor, que hoje totaliza R$ 456 mil. Se não tivesse vencido a eleição para terceiro secretário, o filho do presidente Jair Bolsonaro teria a mesma verba destinada aos senadores que não estão na Mesa: R$ 217 mil.

Em dezembro de 2018, antes de assumir o cargo no Senado, Flávio virou notícia porque seu ex-motorista na ALERJ, Fabrício Queiroz, foi denunciado pelo banco ao Coaf, por ter feito transações financeiras consideradas atípicas.

Queiroz tinha o hábito de fazer depósitos em dinheiro em sua conta, ou de receber repasses de outros funcionários e ex-fucionários do gabinete de Flávio Bolsonaro. Depois que o crédito caia na conta, Queiroz sacava tudo em dinheiro, dificultando que as autoridades saibam qual destino ele deu aos recursos.

Nessa toada, Queiroz movimentou R$ 7 milhões em 3 anos. Somente entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, foram R$ 1,2 milhão. Desse total, R$ 24 mil foram repassados para Michelle Bolsonaro, que nunca se manifestou sobre o caso. O presidente Jair Bolsonaro afirma que o dinheiro é parte do pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil que fez a Queiroz. Segundo o Coaf, o ex-motorista – que recebia cerca de R$ 25 mil no gabinete, e como policial da PM – não tinha renda nem patrimônio compatíveis com as movimentações milionárias.

Segundo a Folha de S. Paulo desta quinta (7), Flávio poderá contratar, pelo gabinete no Senado, 5 assessores, 6 secretários e 1 motorista apenas). A cadeira na mesa diretora lhe dá o direito a mais 13 servidores comissionados (6 assessores, 6 secretários e mais 1 motorista).

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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