Temer mais que duplica emendas parlamentares em mês de denúncia

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em setembro, governo soltou cerca de R$ 8,6 milhões diários a parlamentares. Dia do ápice foi o da denúncia contra o peemedebista
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
 
Jornal GGN – O presidente Michel Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por obstrução à Justiça e organização criminosa no dia 14 de setembro. Na mesma data, o governo liberou R$ 65 milhões em emendas parlamentares.
 
Mesmo com o orçamento apertado do ano, em apenas um mês, a liberação de emendas mais que dobrou: se em agosto foram destinados R$ 4 milhões por dia, em média, em setembro foram aproximadamente R$ 8,6 milhões diários. Em porcentagens, isso significa um aumento de 126%. 
 
No mês de setembro, foram dois dias os que obtiveram a maior liberação de recursos: na data de apresentação da denúncia contra Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e no dia 19 de setembro, véspera da conclusão do julgamento do STF, que já se previa que despacharia a acusação à Câmara dos Deputados.
 
O levantamento foi organizado pelo deputado Alessandro Molon, da Rede Sustentabilidade, que fez os cálculos a pedido da rádio CBN. O parlamentar já anunciou que irá entrar com uma petição junto ao Ministério Público para denunciar compra de votos para barrar a denúncia contra o mandatário.
 
“Os primeiros sinais do governo mostram que ele vai tentar repetir esse comportamento. Nós vamos denunciar ao ministério público e fiscalizar dia a dia. Lamentavelmente, tudo indica que o que o governo quer é garantir votos liberando emendas, algo inteiramente anti-republicano inclusive criminoso”, afirmou à rádio.
 
Ainda, o Ministério do Planejamento já anunciou que terá R$ 1 bilhão a mais para liberar em emendas parlamentares e negou que a medida tenha relação com pressões políticas ou a denúncia contra o presidente da República. Segundo a pasta, a medida foi obrigatória pela aprovação da nova meta fiscal, tendo que trabalhar com um déficit maior.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. O Ministério do Planejamento negou

    que a medida tenha relação com as denúncias;

    Como assim, negou.

    Cê acha que o  Ministério do Planejamento ia soltar uma nota dizendo:

    “O MP  autoriza a liberação  R$ 1  bilhão em verbas para a compra de votos dos parlamentares

    desde que eles se comprometam a engavetar o processo contra o nobre mandatário danação”?

     

     

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