Temer vai fundir terceirização com reforma trabalhista

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O presidente Michel Temer já tem um novo plano para colocar em prática a terceirização aprovada pela Câmara na semana passada tentando minimizar os efeitos negativos. Segundo reportagem da Folha desta terça (28), Temer não vai publicar o texto que tem respaldo mínimo ao trabalhador na íntegra. A ideia é selecionar os trechos que interessam ao governo e inseri-los numa reforma trabalhista.
 
Com isso, Temer ainda ganha um motivo para pressionar os aliados congressistas a fazer a reforma trabalhista caminhar mais rápido, pois disso dependerá que a terceirização entre em vigor.
 
Antes, a ideia era aguardar o Senado aprovar um texto mais novo sobre terceirização – o que foi aprovado pela Câmara é de 1998 – e juntar os dois. Porém, aliados apontaram que o governo corre risco com essa alternativa, pois com a pressão popular, pode ser que os senadores decidam mexer no texto original.
 
A terceirização que está no Senado foi aprovada pela Câmara quando Eduardo Cunha era presidente. Apesar de já permitir a terceirização ampla, ou seja, de atividade-fim, o texto previa pelo menos 50 itens que asseguravam os direitos dos trabalhadores. Incluindo a obrigação de a empresa-mãe fiscalizar se a terceirizada cumpre com os direitos trabalhistas.
 
No texto que aguarda sansão de Temer, esse item não existe. Nele, as únicas garantias aos trabalhadores são três: os terceirizados não podem fazer serviços que não estão estipulados em contrato; devem ter a mesma condição de trabalho que os contratados e também devem ser abrigados pela CLT no que tange fiscalização.
 
Centrais sindicais já convocam um protestos para o dia 28 de abril, contra a reforma da previdência, trabalhista e o projeto de terceirização.
 
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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. Terceirização é a reforma trabalhista…

    …, ou mais exatamente, é parte dela. Sempre foi, e é o quinhão da CNI no golpe.

    Um amigo meu foi procurar trabalho temporário para a Páscoa.

    O cenário é terrível, tenebroso.

    Uma empresa faz recrutamento, intermedia a empresa chocolateira.

    A estratégia é simples. A empresa chocolateira diz assim para a empresa de intermediação  “eu posso pagar tanto para vale-transporte, tanto para alimentação e tanto de remuneração, vejam o que conseguem disso”.

    Aí, a empresa intermediadora paga menor remuneração, menos vale-transporte e menos para alimentação.

    Intermediação de mão-de-obra é a agência de empregos, só que com um chicote na mão.

    O problema, segundo li inclusive por aqui, não é só a qualificação da mão-de-obra, é também a qualificação do próprio trabalho.

    O que segurava bastante era a política de recuperação do valor de compra do salário.

     

  2. Tudo que vem deste camarada –

    Tudo que vem deste camarada – é sempre notícia ruim…

    E é preciso duvidar de todas as “boas” intenções deste governo – é sempre contra o povo!

    Com Dilma o Brasil estava gripado e o diagnóstico do temer é amputar os 2 braços e as 2 pernas!

    E ainda vai mandar a conta do hospital…

    Todos que estiverem a favor deste camarada tem que sair…

  3. A reportagem é burocrática, leia-se tucana e pró-degola da CLT

    Prezados,

    Na prática o mordomo de filme de terror piscou. Notem que o cagaço ocorre um dia após o fracasso das manifestações pró-golpe, pró-corruptos e pró-Fraude a Jato e a três dias de novas manifestaçãoe não só contra o desmonte da previdência social como também da CLT.

    Os brasileiros democratas temos de ir em peso às ruas nesta sexta-feira, assim como no dia 28 de abril; e no dia 3 de maio as multidões devem tomar as ruas de Curitiba, numa onda vermelha, em defesa da democracia do grande líder popular e nosso melhor presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva.

  4. A expropriação do fundo público dos trabalhadores

    Estamos assistindo à uma brutal expropriação dos recursos do fundo público dos trabalhadores, em geral, pelo setor privado, em particular, pelo capital financeiro, e tudo isso, patrocinado pelo Estado. Ao final, das reformas propostas pelo governo Temer, só nos restará a nossa força de trabalho. Vilipendiada, e á mercê dos interesse de nossa burguesia! Isso, sem pagarem o que nos devem, o FGTS, a contribuição previdenciária, etc. Um esbulho colossal vindo de um governo ilegítimo e pactuado nas trevas. Triste fim para toda a classe trabalhadora!

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