Urgência a projeto que altera partilha do pré-sal pode ser votada esta semana

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

Deputados devem decidir, esta semana, se aprovam requerimento de urgência apresentando em março deste ano que aceleraria a votação do projeto de lei (PL 6.726/13) sobre o regime de partilha de produção na exploração do pré-sal. O PL apresentado há dois anos chegou a ser arquivado na Câmara, mas voltou este ano com a previsão de retorno do sistema de concessões para a exploração de blocos petrolíferos em águas profundas, substituindo o modelo de partilha adotado desde 2010.

A urgência permitiria que os relatórios de comissões que precisam analisar a matéria possam ser apresentados diretamente no plenário. Mas a aprovação para que isto ocorra promete ser permeada por muita discussão. O governo não quer mexer neste tipo de contrato que, hoje, é firmado entre uma empresa estatal e uma empresa ou consórcio de empresas contratadas para exploração e produção, com a partilha de produção de um campo de petróleo. Pelo modelo, a Petrobras representa a operadora única do pré-sal e mantém uma participação mínima de 30% nos blocos licitados.

O argumento endossado por entidades como a Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) e sindicatos de engenheiros do país é que empresas multinacionais não optam por construir plataformas de exploração de petróleo no Brasil. Em contraste, a Lei da Partilha incentiva a construção de plataformas no Brasil, medida  que permite gerar tecnologia e emprego no país. Lei da Partilha é a Lei 12.351, de 22/12/2010, que prevê que a exploração e a produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos na área do pré-sal e em áreas estratégicas sejam contratadas pela União sob o regime de partilha de produção.

De outro lado, críticos do atual regime, apostam que o modelo de concessão pode atrair mais investidores e estimular a competição no setor, gerando ainda mais recursos para o Tesouro. Para o autor do projeto, deputado Mendonça Filho (DEM-PE), a partilha é um “fracasso”. Ele cita, como exemplo, o leilão do campo de Libra, em 2013. “Eram esperados mais de 40 participantes. Ao final, apenas 11 depositaram os recursos para participação no leilão. Dentre os 11, deixaram de figurar grandes empresas norte-americanas e inglesas, incomodadas, ao que parece, pelo modelo de partilha e, mais especificamente, pela obrigatoriedade de ter a Petrobras como operadora única”, afirmou.

Mendonça propõe o regime em que o concessionário assume todos os riscos e investimentos de exploração e produção. A empresa que vencer a disputa para o bloco petrolífero passaria a ter direito integral ao petróleo e do gás – sem ser obrigada à partilha de resultados -, descontados os tributos que precisarão ser pagos sobre a renda, royalties, participações e pagamento pelo uso da área.

No Senado, um projeto semelhante – PL 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP) – também tentou trilhar o caminho rápido do plenário, mas o texto caiu em uma comissão especial que acabou não apresentando um relatório dentro do prazo estipulado. O projeto voltou esta semana para a pauta do Senado. Serra também defende a liberação da exploração na camada do pré-sal para outras companhias e propõe duas mudanças:  fim da participação obrigatória da Petrobras no modelo de exploração de partilha de produção e fim da condicionante de participação mínima da estatal de, pelo menos, 30% da exploração e produção do pré-sal, em cada licitação.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. Prezados
     
    Já dizia  alguém

    Prezados

     

    Já dizia  alguém ….

    Ou se instaura a decência  …..

    Ou nos locupletamos todos…

    Parece que os usuais comentaristas do blog já decidiram o que fazer..

     

     

  2. Perguntinhas ao entreguista

    “deixaram de figurar grandes empresas norte-americanas e inglesas, incomodadas, ao que parece, pelo modelo de partilha e, mais especificamente, pela obrigatoriedade de ter a Petrobras como operadora única”, afirmou.”

     

    por que essa necessidade de se ter empresas inglesas e norte-americanas?

    Acho que elas não participaram porque acharam mais lucrativo encontrar políticos entreguistas para mudar a lei a seu favor.

     

    “Mendonça propõe o regime em que o concessionário assume todos os riscos e investimentos de exploração e produção.”

    Quais riscos, senhor entreguista? 

    A Petrobras já achou todo o petróleo do pré-sal, sem ajuda de outras empresas.

    É só furar e extrair.

    “investimento de exploração e extração” todas tem que fazer, em qualquer lugar do mundo.

    Ou seja, mamão com açúcar para as petroleiras estrangeiras.

     

    E sem grana para a educação, porque sem a partilha, vai cair a regra de conceder esse dinheiro para educação.

     

    Não tem lei contra TRAIR A PÁTRIA?

    1. “por que essa necessidade de

      “por que essa necessidade de se ter empresas inglesas e norte-americanas?”:

      Pro Brasil virar o Oriente Medio pelos proximos 100 anos.

  3.  
    Entreguistas, assim como os

     

    Entreguistas, assim como os demais oportunistas do reino animal. Não descansam. Vivem em permanente  sobrevoos,  urubu assuntando  de butuca  aberta, buscando identificar uma possível presa.

     A Petrobras ainda não engatinhava, e, já se tornava alvo da feroz cobiça desses abutres.  Nas primeiras páginas de O Quarto Poder,  Paulo Henrique conta:  …” no Brasil o Repórter Esso tinha como diretriz não dar cobertura à campanha “O Petróleo é Nosso”,  já que a criação da Petrobras não interessava ao governo americano nem à Esso.  Em 1957, o Congresso Nacional criou uma CPI, concluída em 1959, que comprovou o envolvimento da Esso e da McCann-Erickson (filial da agencia de publicidade americana) na distribuição de verbas contra a nacionalização do petróleo.”…

    Justo neste momento, ano da graça de 2015, um  notório abutre tarja preta disfarçado de tucano, realiza rasantes de mais um ataque à Petrobras.  O farsante e entreguista José Serra, ora senador da Chevron, de repente  resolve cumprir seus acordos.  Sorrateiro enfia uma cunha para abrir a brecha  por onde Chevron e seus tucanos, pretendem obter o que a Carlos Lacerda e a UDN não conseguiram.

    Certamente, mais uma vez darão com os burros  n’água.

    Orlando

     

    1. E, nossos bravos deputados e

      E, nossos bravos deputados e senadores, que tanto bradam pela educação, SAO SEM NOÇÃO

      Pois conforme estimativas da Petrobras, em um unico poço o valor destinado a educação sera no montante de R$ 50.000.000,00(cinquenta milhoes de reais), agora de um 30% de desconto nos varios poços a serem produtivos.

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