BO sobre mortes por problemas respiratórios é investigado em Minas

No final de semana, funerária recebeu 23 corpos cuja causa mortis foram problemas respiratórios; boletim é verdadeiro, mas conteúdo é suspeito

Foto: Reprodução

Jornal GGN – As autoridades policiais em Minas Gerais abriram investigação sobre um boletim de ocorrência efetuado pela Polícia Civil mineira no último final de semana, quando uma funerária de Belo Horizonte recebeu 73 cadáveres entre a sexta-feira (20) e a noite de domingo (22).

O boletim informou que os laudos cadavéricos de pelo menos 23 corpos tiveram como causa mortis problemas respiratórios graves, e que um deles indicava morte por Covid-19 – ao mesmo tempo em que as autoridades de saúde afirmam que não existe nenhum comunicado oficial de morte por coronavírus no estado.

Segundo o jornal Correio Braziliense, a Polícia Militar confirmou a existência do boletim de ocorrência, mas ressaltou que existem suspeitas sobre a veracidade do que foi escrito no documento. Por outro lado, fontes no governo mineiro afirmaram à reportagem que o registro da ocorrência foi cancelado.

No boletim, consta que os policiais receberam uma denúncia anônima sobre a chegada de 41 corpos em 48 horas em um curto período de tempo, em uma funerária na região oeste de Belo Horizonte.

A denúncia indica que os mortos teriam diagnóstico de problemas respiratórios, o que chama a atenção para a pandemia da Covid-19, e existia a preocupação com o fato de haver estudantes de tanatologia no local, podendo ser expostos a risco de contágio.

Como um dos corpos tinha como causa mortis a Covid-19, ele foi enterrado sem velório, e outros passaram pelos procedimentos de praxe, incluindo a despedida pelos familiares. Também consta que os corpos encaminhados à funerária teriam vindo de cidades da região metropolitana de BH, da região central e da capital.

O major Flávio Santiago, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, confirmou à imprensa que o boletim de ocorrência foi mesmo registrado por um policial, mas que ele não faz juízos de valor no texto, enquanto a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que a situação está sendo avaliada e acompanhada pelos órgãos competentes – por enquanto, as autoridades dizem que não existem mortes confirmadas por Covid-19 em Minas Gerais.

Outro ponto que mostra desencontro das informações: o Jornal GGN chegou a receber o alerta de alguns colegas jornalistas de Minas Gerais, afirmando que a funerária anunciou que houve precipitação na divulgação das informações. Segundo esses colegas, os funcionários do local se assustaram com a mudança do protocolo de assepsia e lacração dos corpos, justamente por conta do coronavírus.

O novo protocolo adotado vale para todos os corpos, mas eles pensaram que só era válido para aqueles que foram vítimas da COVID-19. Então, todos os corpos que chegavam na funerária contavam com uma mensagem “de acordo com os protocolos do Covid-19”, o que gerou a confusão tanto na divulgação como na repercussão.
Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador