França desaconselha uso de máscaras caseiras menos eficazes contra variantes da Covid-19

"As máscaras fabricadas em casa com as melhores intenções do mundo não respeitam as normas e não oferecem todas as garantias necessárias", diz

Da RFI

Diante da propagação das novas variantes da Covid-19, muito mais contagiosas, surgiu a dúvida sobre a eficácia das máscaras usadas atualmente pela população para se proteger do coronavírus. O Alto Conselho de Saúde Pública da França (HCSP) foi consultado e recomenda a partir de agora apenas o uso de produtos de melhor qualidade. “A grande maioria das máscaras industriais de tecido” são adequadas, ao contrário das máscaras artesanais, que não filtram o ar suficientemente, indicou nesta terça-feira (19) o ministro da Saúde francês, Oliver Véran.
A orientação do HCSP, transmitida no domingo (17) à Direção Geral da Saúde na França, mais ainda não publicada oficialmente, segundo a rádio France Info, recomenda apenas a utilização de modelos cirúrgico, médico, FFP2 ou de pano da categoria 1 (industrial).
“Continuam válidas todas as máscaras com capacidade de filtrar o ar superior a 90%”, explicou o ministro da Saúde, em entrevista à rádio France Inter. Quase todos os modelos industriais de pano, destinados ao grande público e chamado de categoria 1, respeitam essa norma, detalhou Véran.
O mesmo não acontece com as máscaras de pano caseiras. “As máscaras fabricadas em casa com as melhores intenções do mundo não respeitam as normas e não oferecem todas as garantias necessárias” exigidas pelo Alto Conselho de Saúde Pública, alertou. Os modelos industriais de categoria 2 também devem ser evitados.
De acordo com a norma industrial francesa, chamada de Afnor, as máscaras de categoria 1 filtram 90% das partículas e as de tipo 2 apenas 70%. Essa indicação tem que estar obrigatoriamente na embalagem ou no manual do produto, informa a Afnor em seu site.
Variante britânica
Um responsável do HCSP declarou na segunda-feira (18) que a instituição decidiu desaconselhar o uso de máscaras caseiras devido à circulação na França da variante britânica da Covid-19. O Alto Conselho faz apenas recomendações. Cabe ao ministério da Saúde decidir se segue ou não a orientação.
Olivier Véran declarou que “atualmente existe cerca de 2.000 infectados na França pela variante do vírus que surgiu no ano passado no Reino Unido”. Esses casos representam cerca de “1,4%” das contaminações cotidianas registradas no país, como mostrou uma pesquisa recente, realizada com todos os testes PCR positivos para a Covid-19. “Logicamente, como temos 20.00O casos em média por dia, temos entre 200 a 300 novos casos da variante inglesa por dia”, calculou o ministro. Ele voltou a ressaltar que essa mutação “é mais contagiosa”, mas não provoca “sintomas diferentes”.
Para exemplificar o problema, ele citou a situação em um lar de idosos da região parisiense, onde todos os 36 residentes testaram positivo para a nova variante do coronavírus. “Provavelmente, com a versão original do vírus teríamos tido 15 ou 20 contaminados. Temos 36 e isso mostra o quanto essa mutação é agressiva e contagiosa”, frisou Véran.

O uso de máscaras é obrigatório na França nos locais públicos, a partir dos seis anos de idade.

 

 

Redação

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