João Doria: “Saia da sua bolha, presidente Bolsonaro. Saia da sua fábula”

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Governador de São Paulo responde a comentários de presidente, que tirou o corpo fora diante do aumento de mortes por coronavírus no Brasil

Foto: Governo do Estado de São Paulo

Jornal GGN – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), respondeu às críticas do presidente Jair Bolsonaro no começo desta tarde, durante o boletim diário feito no Palácio dos Bandeirantes.

Nesta manhã, Bolsonaro jogou a culpa do aumento das mortes por coronavírus no colo de governadores e prefeitos. “As medidas restritivas são a cargo dos governadores e prefeitos. A imprensa tem que perguntar para o Doria porque tem mais gente perdendo a vida em São Paulo. Perguntar para ele que tomou todas as medidas restritivas que ele achava que devia tomar”.

Nesta terça-feira, o presidente lavou as mãos a respeito do aumento das mortes de brasileiros por covid-19. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre​”, afirmou.

Doria começou o boletim dirigindo-se diretamente a Bolsonaro. “Antes de me referir a essa citação, eu quero dizer ao Presidente da República, o mesmo presidente que ontem, indagado por jornalistas sobre as mortes e o crescimento das mortes no Brasil, respondeu “quer que faça o quê?”.

“Saia da sua bolha, presidente Bolsonaro. Saia dessa sua fábula”, disparou Doria, durante a coletiva diária realizada no Palácio dos Bandeirantes. “Saia do seu mundinho de ódio. Não frequente apenas o seu gabinete de ódio. Percorra hospitais. Seja solidário com a realidade do seu país e com os brasileiros que já perderam suas vidas e tem os seus familiares chorando mortos, e com outros familiares que choram aqueles que estão em hospitais públicos e privados em todo o país”.

Além de exigir o respeito ao luto de mais de 5 mil famílias que perderam seus entes queridos e não puderam acompanhar o sepultamento, Doria também exigiu respeito aos médicos, enfermeiros e profissionais de saúde – “que, ao contrário do senhor que vai treinar em estande de tiro, estes profissionais da saúde estão trabalhando para salvar vidas, para atender as pessoas, proteger seres humanos”.

“Eu posso enumerar, presidente Jair Bolsonaro, algumas atitudes que o senhor já deveria ter tomado como Presidente da República e não adotou”, disse Doria. “Começando por respeitar os brasileiros. Os brasileiros que o elegeram Presidente da República e os que não o elegeram também. Respeitando pais, mães, avós, parentes e amigos que perderam as suas vidas no Brasil até ontem pelo coronavírus – o coronavírus que o senhor classificou como uma gripezinha, que o senhor classificou como um resfriadozinho. O coronavírus que o senhor minimizou dizendo que não era importante, e que não era grave, presidente Jair Bolsonaro”.

Doria foi incisivo ao pedir a Bolsonaro que “pare com essa política de perversidade. Pare de atrapalhar quem está lutando para salvar vidas. Pare de fazer política em meio a um país que chora mortes e infectados”.

“Eu convido o senhor, presidente Jair Bolsonaro: venha a São Paulo. Saia dessa sua redoma de Brasília e venha visitar comigo o Hospital das Clínicas, o Hospital do M’Boi Mirim ao lado do prefeito Bruno Covas, os hospitais de campanha. E venha ver a gripezinha, o resfriadozinho (…)”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Brasileiros observam o comportamento indisciplinado descumpridor da CF/88 do “Bozó” que esta mais para absolutista do que gestor público do regime democrático que é constituído dos três poderes, governador de São Paulo foi muito feliz e ponderado com um homem imponderado com o povo brasileiro que se mostra ditador, fascista, genocida “Bozó”.

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