Jornal GGN – Se comparado aos países que conseguiram reduzir o avanço do coronavírus nos últimos meses, o Brasil adotou medidas restritivas muito tímidas e isso pode ser decisivo e dificultar que os resultados desejados sejam atingidos nas próximas semanas. É o que aponta reportagem de O Globo desta segunda (16), que ouviu diversos especialistas sobre o tema.
Embora esteja num momento relativamente “precoce da epidemia”, com 200 casos confirmados e nenhuma morte, o Brasil já está com transmissão comunitária. Isso significa que as autoridades perderam o controle de como o vírus se espalha entre a população. Sem medidas draconianas para frear o contágio, a desaceleração não será alcançada a contento.
O que hoje os cientistas têm feito é analisar os países que tiveram algum sucesso na missão e buscar identificar quais medidas foram adotadas.
Nos países asiáticos e em alguns da Europa, por exemplo, o distanciamento social não dependeu do bom senso da população. Grandes centros urbanos, com mais de 40 milhões de habitantes, foram isolados e monitorados. Fronteiras foram fechadas. Aqui no Brasil, por outro lado, os governos estaduais emitiram recomendações ainda amenas e o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, furou o consenso por isolamento participando dos atos contra o Congresso.
Outro ponto trabalhado em países asiáticos foi a testagem maciça, com o intuito de evitar que a transmissão escapasse do controle. Aqui no Brasil, a medida sofre resistência. Segundo O Globo, a Sociedade Brasileira de Infectologia, por exemplo, vê “risco de esgotamento de insumos, porque os kits de diagnóstico PCR são um recurso finito e caro.”