Nicolelis defende intervenção no Ministério da Saúde: “Salvação nacional”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Cientista propõe tutela judicial do Ministério da Saúde e criação de comissão que vai acompanhar toda a logística para que o Brasil combata a pandemia com propriedade. Assista na TVGGN

Jornal GGN – O cientista Miguel Nicolelis defendeu, em entrevista ao jornalista Luis Nassif, na TVGGN, a tutela judicial do Ministério da Saúde e a criação de uma comissão que acompanhará toda a logística necessária para que o Brasil enfrente a pandemia do novo coronavírus com propriedade. Para Nicolelis, o Supremo Tribunal Federal precisa reconhecer que o País vive um “estado de guerra” e o general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, não tem condições de liderar as tropas.

“A minha proposta é de ter uma comissão nacional. Era [para ser] uma comissão nacional de manejo, um ‘Estado Maior’. Neste momento [em que o País caminha para seu pior momento desde o começo da pandemia], é uma comissão para salvação nacional, com governadores, com o Congresso, com o Supremo, a sociedade civil, cientistas, a participação da comunidade científica, para tentar criar um comando central emergencial e tomar conta de todos os aspectos multidisciplinares [da crise]: logística, compra de vacinas, distribuição, isolamento social, análises…”, explicou Nicolelis.

Para o ex-coordenador da comissão científica do “Consórcio Nordeste” para o combate à pandemia, “o Supremo [precisa] assumir que o Brasil está em ‘estado de guerra’ e o Ministério não está conseguindo dar conta”. “Ou fazemos alguma coisa, ou vamos ter a maior tragédia humanitária da história do Brasil nos próximos 30, 60 dias”, advertiu.

Na entrevista ao jornalista Luis Nassif, com participação do repórter Marcelo Auler, Nicolelis ainda comparou a situação de São Paulo ao Stanlingrado na Segunda Guerra Mundial. Para ele, se o sistema de saúde do estado colapsar nas próximas semanas, a situação de todo o País ficará “muito feia”. O colapso da região que detém um terço dos leitos de UTI do Brasil significará a queda de um dos últimos batalhões de defesa nesta guerra contra a Covid-19.

Para o cientista, o Brasil deveria decretar lockdown nas próximas semanas, pois será impossível combater o desastre humanitário que se aproxima, com a superlotação de UTIs em todos os estados, tentando construir novos leitos.

Além disso, o Brasil deveria estar sequenciando amostrar das novas cepas do coronavírus “para ver o espalhamento temporal geográfico das variantes. Porque não é só a variante de Manaus que está aí. Tem outras coisas acontecendo. E nós não temos a capacidade, neste momento, de criarmos um grande mapa nacional, no tempo, que mostre onde essas variantes estão caminhando.”

Ao final, Nicolelis chamou atenção para a mensagem que o descontrole total da pandemia no Brasil, agora em março de 2021, está passando à comunidade internacional. Para ele, na condição atual de “laboratório a céu aberto de cultivo” da Covid-19, o País acabará isolado mundialmente. Aí, “a perda econômica será ordens de magnitude maior do que se a gente tivesse feito a coisa certa desde o começo. (…) Por isso que essa comissão de salvação nacional, o lockdown e a vacinação aumentar dramaticamente são a solução.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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