Jornal GGN – Discussões e muita interrupção marcam o início da sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (12), que ouve o deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo Bolsonaro na Câmara. Ele é suspeito de coordenar o núcleo político no Ministério da Saúde, que teria corrompido a compra de vacinas durante a maior pandemia do século.
Barros alegou à CPI que Jair Bolsonaro jamais o implicou no escândalo da compra da vacina Covaxin, envolvendo a empresa Precisa Medicamentos como uma atravessadora. Mas a CPI dispõe de depoimento do deputado federal Luis Ricardo Miranda, afirmando que Bolsonaro teria dito que o novo esquema na Saúde deveria ser “coisa” de Ricardo Barros.
+ ASSISTA AO MOMENTO EM QUE LUIS MIRANDA DIZ QUE BARROS ERA O DEPUTADO APONTADO POR BOLSONARO COMO ENVOLVIDO EM ESQUEMAS NA SAÚDE:
Na versão de Barros, o que ocorreu foi que Miranda levou ao encontro com Bolsonaro cópias de reportagens sobre irregularidades em contratos firmados pelo Ministério da Saúde com a empresa Global Saúde, em gestões passadas. A Global é do mesmo grupo da Precisa – a empresa que estava negociando a importação da Covaxin.
Foi por ver a foto de Barros nessas reportagens que Bolsonaro teria questionado se o líder do governo estaria envolvido em mais um escândalo, ao que Miranda teria dito que não poderia afirmar, disse Barros. “Por que Bolsonaro citou Barros? Porque eles levaram minha fotografia ao presidente. Está claro isso. Trata-se de um mal entendido.”
“O presidente nunca afirmou que eu estava envolvido com a Covaxin. Ele só perguntou se o Ricardo Barros estava envolvido”, acrescentou o depoente.
Quando o relator da CPI, senador Renan Calheiros, pediu para que o vídeo com a declaração de Miranda, citando o nome de Ricardo Barros na CPI, fosse repetido, o senador Marcos Rogério (DEM) interveio junto a outros governistas, aumentando a temperatura e o tom duro das declarações.
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“Ele [Ricardo Barros] está aqui na condição de depoente, e faço apelo para que colabore com o depoimento”, disse Calheiros. “Não vou interromper, mas não permitirei que vossa excelência manipule a verdade e cite uma entrevista qualquer para desqualificar o que ele [deputado Miranda] falou à CPI”.
Renan ainda reforçou que Bolsonaro jamais desmentiu as declarações de Miranda. Para o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD), Bolsonaro deveria ter negado a citação de Miranda para poupar o líder do governo de “constrangimentos”.
Diante do bate-boca, Aziz acabou por suspender a sessão para recuperar o depoimento de Miranda à CPI. No retorno, Barros insistiu que Bolsonaro jamais disse que ele estava envolvido no caso Covaxin.
Barros também negou que tenha indicado Roberto Dias para o Ministério da Saúde, atribuindo a indicação ao ex-ministro Marcelo Castro, a pedido do deputado Pedro Lupion. Ele também disse que a fiscal de contratos Regina Celia também não é indicação sua.
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