CPI da Covid

Humberto Costa lembra impacto do negacionismo na pandemia

Jornal GGN – Os questionamentos do senador Humberto Costa (PT-PE) a respeito da ação federal no combate à covid-19 lembram que muitos ganharam dinheiro com o negacionismo, enquanto o governo federal não tem tomado ações mais rigorosas em torno do combate à pandemia.

“Eu disse na semana passada que, entre março do ano passado e março desse ano, foram vendidos 52 milhões de comprimidos desse chamado kit de tratamento precoce só nas farmácias privadas do Brasil”, disse Costa, durante a oitiva do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “É muito essa investigação porque, com toda a certeza, tem gente que ganhou dinheiro (e muito dinheiro) com essa história de tratamento precoce e por aí vai”.

O senador lembrou Queiroga que, quando a CPI convoca um ministro, a convocação é de uma pessoa que alguém que irá falar pelo governo – e que entende a saia justa do atual ministro: “ver o presidente da República fazer tudo aquilo que é oposto ao que a ciência, o conhecimento vê como efetivo e ter uma visão diferente. Eu entendo que é difícil”.

Costa ressaltou que, diante das sucessivas ações de Bolsonaro em torno do negacionismo a medidas como isolamento social e uso de máscaras – e do ministro da Saúde voltar a dizer aos senadores que não é censor do presidente -, existe um impacto expressivo sobre o cidadão comum. “O que a pessoa comum pensa, ministro, é mais ou menos o seguinte: ‘se ele não convence o chefe que tem que usar máscara, parar de fazer aglomeração e de defender coisas que não tem efeito, como é que vai convencer a população?’”.

Durante os 77 dias que Queiroga está no ministério, 175.738 pessoas morreram de covid-19 no Brasil – Costa diz que isso é uma demonstração clara da necessidade de ações. “O senhor (Queiroga), por exemplo, disse aqui que quando esteve da outra vez, que muito em breve iria ver um processo de vacinação de 1 milhão de pessoas por dia. Porque isso ainda não aconteceu?”

Usando como justificativa o atraso de envio de insumos da China e o uso de vacinas estocadas para aumentar a quantidade de pessoas parcialmente imunizadas, Queiroga disse que a diminuição de insumos levou a um “certo retardo na vacinação” e que a velocidade do grupo de comorbidades não teve a mesma velocidade de outros grupos – “tanto é que o PNI (Plano Nacional de Imunização) resolveu fazer uma mescla de comorbidades e por faixa etária”.

Para Costa, a principal razão para esse atraso é a falta de vacina, o que é uma responsabilidade total do governo federal. “Em 2010, quando nós tivemos a vacinação do h1n1 aqui no Brasil, foram vacinadas 80 milhões de pessoas em um período de 100 dias. É evidente, então, que nós temos um problema grave que é exatamente a falta de vacina, pelas razões que nós sabemos”.

Acompanhe a CPI da Covid-19 pela TV GGN

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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