Os 23 crimes do governo Bolsonaro que serão investigados na CPI da Covid

Lista foi feita a partir do plano de trabalho da CPI somado a um documento que elenca a estratégia de defesa, feito pelo próprio governo

Foto: Sergio Lira – Poder360

Jornal GGN – Juntando o plano de trabalho da CPI da Covid e um documento do próprio governo Bolsonaro que elenca os crimes de pandemia que serão investigados pelo Senado a partir desta semana, o portal UOL desenvolveu uma lista com 23 pontos que deverão ser apurados na comissão parlamentar de inquérito.

O GGN reproduz a lista abaixo:

(1) Governo Bolsonaro questionou eficácia de vacinas e desautorizou a compra da Coronavac, em outubro de 2020, movido por uma guerra ideológica contra a China

(2) O presidente da República e seus assessores minimizaram e continuam minimizante a gravidade da pandemia, com discursos negacionistas e uma falsa dicotomia entre salvar vidas e salvar a economia

(3) Bolsonaro não apenas não promoveu ações para incentivar a adoação de medidas restritivas contra a pandemia, como ainda afrontou governadores e promoveu aglomerações, sem usar máscaras

(4) Bolsonaro e seus assessores promoveram o chamado “tratamento precoce” contra Covid-19, sendo que tal tratamento jamais existiu, como também não há, no Brasil, nenhum remédio com eficácia cientificamente compravada contra o coronavírus. Ainda assim, o Ministério da Saúde pagou até micro-influenciadores no Instagram para fazerem posts recomendando a busca pelo “tratamento precoce”

(5) O governo federal retardou e negligenciou o enfrentamento à crise no Amazonas, que envolveu o estouro de casos e internações, seguidos pela falta de oxigênio em hospitais

(6) Governo não quis coordenar o enfrentamento à pandemia junto aos estados, levando o Supremo Tribunal Federal a declarar a autonomia dos entes federados na “ausência” de ações da União. Bolsonaro usa a decisão do STF como desculpa, alegando falsamente que não faz mais na pandemia porque foi proibido pelo Judiciário

(7) Governo não promoveu campanhas em meios de comunicação de massa para difundir as medidas de prevenção à Covid

(8) Ministério da Saúde passou por processo de militarização, ou seja, saída de gestores técnicos especializados, para dar lugar a militares sem conhecimento sobre a gestão de uma crise sanitária do porte da pandemia de Covid

(9) Sob Bolsonaro, o governo demorou para pagar o auxílio-emergencial aos trabalhadores informais e desempregados. O presidente ainda decidiu suspender o benefício em dezembro de 2020, sendo que a pandemia não havia acabado. A atittude do governo levou milhares de brasileiros a se exporem nas ruas em busca de renda

(10) O PRONAMPE (programa de crédito) também é questionado por ineficácia

(11) Bolsonaro politizou a pandemia, tratando a necessidade de fechar serviços não essenciais como uma tentativa de governadores de gerar caos social para derrubar seu governo.

(12) O Ministério da Saúde não desenvolve um programa nacional de testagem e rastreamento de casos de Covid, como forma de romper com as cadeias de transmissão do vírus. Ao contrário disso, testes ficaram armazenados e perderam a validade

(13) Governo federal não agiu para prevenir a falta de insumos diversos, como o kit intubação

(14) Governo federal atrasou o repasse de recursos destinados à habilitação de leitos de UTI pelos Estados

(15) Bolsonaro não apresentou nenhum plano minimamente aceitável para garantir a segurança e a vida dos povos indígenas e, por isso, a APIB teve de recorrer ao Supremo Tribunal Federal. O presidente, inclusive, foi denunciado à Corte de Haia por genocídio dos povos originários no contexto da pandemia

(16) O governo federal levou mais de um ano para instalar um Comitê de Combate à Covid – que ainda não apresentou frutos

(17) Governo não elaborou plano de comunicação à Covid de maneira ampla. Somente recentemente começou uma campanha tímida a respeito da vacinação. Ex-chefe da Secom alegou que não fez campanha antes porque “não tinha vacinas”

(18) Governo federal não monitorou nem rastreou a disseminação de novas cepas do coronavírus. Ao contrário disso, deixou a crise de oxigênio em Manaus ser um mais um elemento para espalhar a nova cepa para outros estados

(19) Bolsonaro escolheu para cargos estratégicos generais que não apresentaram nenhuma diretriz estratégica para o enfrentamento à Covid – Eduardo Pazuello na Saude e Braga Netto na Casa Civil

(20) Bolsonaro pressionou os ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich para que assinassem um protocolo em defesa da hidroxicoloroquina, sendo que não há comprovação de eficácia contra Covid. Ao contrário, o remédio causa sérios efeitos colaterais

(21) Bolsonaro recusou uma oferta de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer em meados de 2020. Depois de descoberto, alegou ter descartado a compra porque o imunizante não tinha aprovação da Anvisa. A vacina de Oxford também não tinha aprovação da Anvisa quando o Ministério da Saúde anunciou a parceria com a Fiocruz para testar e produzir a vacina no Brasil

(22) Por intermédio do gabinete do ódio, o governo Bolsonaro produziu fake news a respeito da pandemia

(23) Governo não cumpriu as auditorias do TCU durante a pandemia

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