Jornal GGN – O CEO da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, disse à CPI da Pandemia, na manhã desta quinta (13), que conversou com Fabio Wajngarten, ex-chefe da SECOM, em 9 de setembro de 2020, por telefone, para falar sobre a oferta da vacina da PFizer contra a Covid-19. Ele admitiu que Wajngarten colocou Jair Bolsonaro e Paulo Guedes na ligação. Àquela altura, Bolsonaro já havia recebido uma carta da Pfizer pedindo “celeridade” na resposta brasileira para a reserva de vacinas.
Na ligação “eu comentei as nossas ofertas e disse que estávamos em negociação com o Ministério da Saúde”. O ministro da Economia, Paulo Guedes, perguntou a quantidade de vacinas ofertadas e “disse que precisávamos de mais”. A Pfizer se comprometeu a “buscar mais doses para o Brasil”.
Murillo também relatou que duas diretoras da Pfizer tiveram reunião presencial com Wajngarten, em uma sala do departamento da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, que teria contado com a presença de Carlos Bolsonaro e do assessor especial Filipe Martins.
Na terça (12), à CPI, Wajngarten negou ter participado de reuniões com a presença dos filhos de Bolsonaro para tratar de vacinas. Ele afirmou que conversou menos de 5 vezes com Carlos Bolsonaro em seus dois anos de governo, e alegou que tinha mais proximidade com o senador Flávio Bolsonaro. A participação de Carlos em reuniões sobre a pandemia foi revelada pela primeira vez pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.
VACINAS. O primeiro contato da Pfizer com o governo Bolsonaro se deu em maio de 2020. A primeira oferta foi formalizada em agosto de 2020. O Ministério da Saúde efetuou a compra de 100 milhões de doses do imunizante em março de 2020. Em 10 de maio de 2021, com a CPI em andamento, a Pasta assinou um novo contrato, requerendo mais 100 milhões de doses para o quarto trimestre de 2021.
O depoente disse ainda que o Ministério da Saúde brasileiro só admitiu comprar a vacina contra a Covid-19, ofertada ainda em 2020, após o Congresso aprovar a lei 14.124, em 10 de março de 2021. Para ele, a lei trouxe “segurança jurídica” para a negociação. “Nós pudemos assinar, somente, quando as condições foram dadas”, disse o depoente.
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