Relator pede prisão em flagrante de Wajngarten; presidente da CPI nega

"Se este depoente sair daqui ileso diante das mentiras, nós vamos abrir uma porta que depois vamos ter muita dificuldade para fechar", disparou Calheiros

Jornal GGN – O senador Renan Calheiros (MDB), relator da CPI da Pandemia, pediu oficialmente a prisão do ex-chefe da SECOM, Fábio Wajngarten, à comissão parlamentar de inquérito instaurada para investigar a gestão temerária do governo federal na crise da Covid-19. “Se este depoente sair daqui ileso diante das mentiras, nós vamos abrir uma porta que depois vamos ter muita dificuldade para fechar”, disparou Calheiros.

Wajngarten foi acusado por parte dos senadores de mentir e tergiversar na CPI, durante depoimento que começou às 10h desta quarta (12), em temas envolvendo campanhas de comunicação sobre a pandemia e a negociação frustrada pela compra de vacinas com a Pfizer. Ele entregou à CPI a carta que o laboratório americano enviou a Jair Bolsonaro pedindo “celeridade” na resposta brasileira para reserva de doses do imunizante, ainda em setembro de 2020.

Presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD) se negou a levar o pedido adiante. “Eu não tomarei essa decisão. Eu ser carcereiro de alguém? Não. Eu sou um democrata. Se ele mentiu, nós temos como pedir o indiciamento dele, mandar para o Ministério Público, mas não [será preso] por mim. Ele será preso depois de ser julgado. (…) Não façam dessa CPI um tribunal que vai prender pessoas antes de serem julgadas”, apelou o presidente.

Wajngarten afirmou à CPI que a SECOM não tinha relação com a campanha “O Brasil não pode parar” e acabou desmascarado durante a audiência. Wajngarten também negou ter afirmado à revista Veja que existiu “incompetência” de Eduardo Pazuello na negociação com a Pfizer por compra de vacinas. Depois recuou. A revista, atacada por ele, divulgou o áudio da entrevista, que também foi exposto na CPI. Os senadores também reclamaram da resistência de Wajngarten em fornecer nomes de pessoas que teriam sido envolvidas na questão da Pfizer, e do seu esforço para eximir Bolsonaro de responsabilidade pelo descontrole do surto sanitário e falta de imunizantes.

Acompanhe a CPI por aqui.

Redação

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