A fome voltou…

Em agosto de 2015 as manifestações contra Dilma Rousseff se caracterizaram por panelaços realizados por aqueles que raramente usam suas panelas https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/o-terror-das-panelas-cheias-e-silenciosas-na-periferia-por-fabio-de-oliveira-ribeiro. O que eles demonstravam era o terror das panelas cheias nas periferias.

Veio o golpe e a economia real afundou nos juros pagos aos paneleiros de 2015. As panelas deles estão quietas, mas as panelas dos pobres estão vazias. Michel Temer congelou os investimentos em educação e saúde, destruiu todos os programas sociais e quer revogar direitos trabalhistas e previdenciários. A retomada da economia não ocorreu e o caos começou a torpedear as finanças dos Estados e municípios. Ninguém poderá ser socorrido pela União em razão da queda de arrecadação de tributos federais.

Por enquanto, a fome do povo desempregado – desprovido de direito à educação e privado de assistência médica – está se manifestando de maneira silenciosa. Mas em breve ela explodirá de formas bem conhecidas: saques a lojas e supermercados, violência urbana generalizada. O caos institucional produzido pela imprensa, pelos golpistas e pelo Judiciário começará a cobrar seu preço em breve, pois as panelas dos ricos foram ouvidas e esvaziaram as panelas dos “outros” (a maioria da população brasileira, considerada indesejada por tipos como Aécio Neves, Sérgio Moro, Gilmar Mendes, FHC, Michel Temer, Aloysio Nunes, José Serra, Mirian Leitão, Merval Pereira etc…).

Gananciosos, mesquinhos e egoístas os Juízes e Desembargadores cariocas já começaram a exigir na Justiça as verbas necessárias para pagar seus salários acima do teto. Mas quando todo o edifício público desabar sob o peso dos juros (pressão que vem de cima) e o clamor violento das panelas esvaziadas (pressão irresistível que vem de baixo), nem mesmo suas excelências deixarão de sofrer as consequencias da desgraceira econômica e do vácuo de poder que eles ajudaram a criar.

A fome não tem religião, nem ideologia, nem tampouco pode ser contida com discursos e policiais, nem tampouco será amenizada com propagandas sofisticadas utilizando moças bonitas. A fome impeliu os franceses a decapitar seus aristocratas e fez os russos fuzilar a família do imperador. Em breve a fome fará os brasileiros agir e sofrer. Mas os sofrimentos dos “outros”, dos brasileiros indesejados pela elite branca, racista e excludente, não deixarão de se espalhar pelo primeiro andar. Enfim o país será um só. Divididos pelos preconceitos, seremos unidos enfim pela geografia e pelo sangue que há de escorrer aos borbotões em todas as classes sociais.

O clima de ódio criado por Aécio Neves ainda não foi resgatado nas ruas, nem cobrou tudo que pode cobrar dos tucanos. A destruição da economia brasileira promovida pela Rede Globo com ajuda de Sérgio Moro, Deltan Dellagnol não deixará pedra sobre pedra como disse Dilma Rousseff. Todavia, nem mesmo a presidenta deposta poderia imaginar o tamanho da cova que foi cavada pelo incompetente e provavelmente senil Michel Temer. Nada mais pode salvar o Brasil de uma tragédia, nem a realização de eleições com Lula nem a condenação e prisão dele.

Todas as portas foram fechadas e apenas uma ficou aberta. Aquela que conduz ao sofrimento coletivo generalizado. A crise artificialmente criada pela elite brasileira se tornará finalmente uma crise real para seus criadores. Pequena perda, direi quando os tiros de canhão começarem a destruir os bairros nobres. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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