A identidade nacional e a sabedoria do “povão”, por Rafael Pizzato Vier

A identidade nacional e a sabedoria do “povão”

Por Rafael Pizzato Vier

Ouvindo a entrevista de Renato Meirelles aqui no GGN me convenci, mais uma vez, que os pobres têm razão. Essa é uma briga das elites.

Sempre foi assim, desde Getúlio Vargas quando, para assumir o Poder de fato, teve que enfrentar a “revolta dos paulistas” em 1932. E, por conta disso, implantar um regime autoritário.

Essa disputa entre as elites seguiu nos anos seguintes entre o PTB/PSD Getulista e a UDN. A disputa entre um projeto “desenvolvimentista, inclusivo e soberano” e outro “moderno, elitista e subalterno”.

O grande problema dessa disputa é que, quando as elites não entram em acordo, cria-se um impasse e dele surge sempre uma “terceira via”, para piorar ainda mais as coisas.

Foi assim em 1964. E a prova dessa “terceira via” (autoritária) foi a criação da Frente Ampla em 1966, quando as elites políticas se unem para ensaiar uma volta ao Poder. Como resposta a essa tentativa, após darem-se conta da burrada que haviam feito, tem-se o AI – 5. Logo em seguida, em 1968, Lacerda, que havia contribuído decisivamente para se criar um impasse político, é cassado.

Em 1985 Tancredo Neves, filiado ao antigo PSD Getulista, ex-primeiro-ministro do governo de João Goulart assume o Poder. Com seu falecimento assume novamente uma “terceira via” – Sarney. Por conta disso, inicia-se um novo período de crises e instabilidade.

Em 1989, na primeira eleição presidencial depois do regime militar, as mesmas elites políticas entram em disputa. Roberto Marinho, proprietário da empresa que Lacerda, da UDN, trabalhava, apoia Mário Covas. Seu discurso de lançamento da campanha, “Choque de Capitalismo”, é obra (indireta) de Roberto Marinho. Do outro lado da disputa, há o getulista Brizola. Mas nenhum dos dois lados vai para o segundo turno. Lula é apoiado por Brizola (em 1998 Brizola seria seu vice na chapa). Covas também apoia Lula. Collor, mesmo sendo apoiado na última hora pelo empresário RM, vence sem o apoio das elites políticas. FHC ensaia participar do governo, mas o PSDB fica de fora do governo Collor.

Novamente, tem-se uma “terceira via” no Poder. E, sem a participação direta de nenhuma parcela das elites, surge um impasse.

Após um período de crises e instabilidade política Collor cai.

Itamar Franco assume temporariamente o Poder, mas dessa vez com apoio direto de uma parcela da elite política. FHC é ministro da Fazenda, a pasta mais importante do governo. E ali  garante seu trampolim para assumir definitivamente o Poder em 1995.

Em 1997 uma emenda constitucional garante o Poder de FHC até 2002. Tem-se assim um período de estabilidade político-institucional.

Em 2003 assume Lula. E no seu governo, resgata, definitivamente, sua “não sabida” herança getulista. A parcela da elite política derrotada, face ao desgaste do governo neoliberal anterior, aceita abrir mão do Poder. E tem-se aí um novo período de estabilidade.

Em 2014 surge um novo impasse. A fração da elite política derrotada (fora do Poder desde 2003) não aceita o resultado.  A parcela da elite vitoriosa, por sua vez, é incapaz de se impor, dado os limites de sua representante no Poder (uma ex-brizolista) e o agravamento da crise econômica internacional.

Em 2016 há a possibilidade do vice-presidente Michel Temer, do PMDB, assumir o Poder. Caso não consiga fazer com que o PSDB, diretamente ou indiretamente através de um “técnico” de seu entourage, assuma o Ministério da Fazenda, espaço mais importante do Poder, os dias de Temer estarão contados.

E mesmo o PSDB assumindo sua parcela no Poder, caso não consiga encontrar uma fórmula segura, leia-se, um nome competitivo para reassumir o Poder central em 2018, a instabilidade político-institucional permanecerá intensa.

Resumo da ópera. O povão está com a razão, é uma briga das elites.

E aí alguém pode se perguntar: mas não está havendo um desequilíbrio nessa disputa, afinal, é sempre um dos lados, no caso o “conservador”, que derruba o outro?

Isso não é verdade se lembramos de que essa história inicia com Getúlio Vargas em 1930.

A parcela “conservadora” da elite política assumiu diretamente o Poder somente nos oito anos de FHC. O Jânio do PTN, com apoio da UDN não conta, ele era um outsider, como demonstraria em poucos meses.

Mas e os golpes contra Getúlio, Jango e o atual governo Dilma, como ficam nessa história?

 Em todos esses momentos o que houve na verdade foram impasses entre as duas frações da elite política brasileira. E aí cabe lembrar que Getúlio, politicamente, não se suicidou, o que ele fez foi dar sua última cartada, haja vista que, ao “sair da vida” ele permitiu que sua fração progressista da elite política permanecesse no Poder até 1964.

Por fim, pode-se dizer que em 1964, conforme se relatou através do caso da Frente Ampla, o que houve não foi um Golpe de uma fração política em outra, mas um impasse entre elas.

E aí mora o perigo do atual momento, pois, toda vez que a elite política entra num impasse, surge uma “terceira via”. E, como bem lembrou Fernando Brito, atualmente há a possibilidade de surgir um “salvador da pátria” fascista, caso consiga, democraticamente, face a uma crise econômica causada por um impasse político, fazer o povão apoiá-lo.

http://www.tijolaco.com.br/blog/bolsonaro-plinio-salgado-e-extrema-direi…

 

Agora, vale a pena tecer algumas considerações.

O que é elite política? São os representantes oriundos dos 20% (no máximo 30%) da parcela de maior renda da população. O metalúrgico Lula, num país, majoritariamente miserável, é elite.

Diante disso, acreditar que pode haver uma solução fora de um acordo entre as elites, num país de duzentos milhões de habitantes em que a grande maioria da população é muito pobre ou miserável, é o mesmo que torcer por uma “terra arrasada”.

Como diria a canção “quando o morro descer e não for carnaval ninguém vai ficar pra assistir o desfile final. Na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu, vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil – é a guerra civil”. Ou ainda, quando “a senzala descer ninguém vai segurar”. Com isso se quer dizer que “professores universitários esclarecidos” ou “sindicalistas rebeldes”, por exemplo, nunca representarão um rompimento do pacto elitista. Não é possível os sujeitos rompem com eles mesmos.

Em suma, não há saída sem a participação do ¼ da população de maior renda – a elite. É ela quem vai às ruas desde a morte de Getúlio em 54. Foi assim também em 64 no “Comício da Central do Brasil” e nas “Marchas da família com deus pela liberdade”. Na “Passeata dos cem mil” em 68. Nas “Diretas Já” em 83/84. E, por fim, é essa mesma parcela que foi à rua nos dias 13 e 18 de março de 2016, conforme mostram as pesquisas. Há, evidentemente, diferenças, mas elas são variações de uma minoria, relativamente, privilegiada num universo de pobres e miseráveis.

Então quer dizer que estamos vivendo numa boa, brigando entre nós à toa?

Não. Há graves problemas. Somos uma elite incapaz de conviver democraticamente. E a prova disso são os impasses políticos insolúveis que constantemente criamos entre nós. Eles causam graves consequências a todos, impedindo que construamos um processo continuado de desenvolvimento.

E por que somos assim?

A resposta está, volto a insistir, na tese de Jessé de Souza. Temos um problema de identidade.

As duas frações políticas da elite brasileira bebem da mesma fonte e comungam com a ideia de que temos, de maneira cientificamente comprovada, uma identidade: cordial e patrimonialista, marcada pelo personalismo e o compadrio.

Popularmente, nos enxergamos como uma sociedade corrupta, do jeitinho e da indolência. Esse diagnóstico descamba para o popular: Congresso de picaretas, palhaços, ridículos, etc. Para uma presidnta anta. Um empresariado tacanho. Sindicalistas vagabundos. Um exército brancaleônico. Um judiciário inepto. E por aí vai.

E depois nos perguntamos:

Por que sempre a mesma história de corrupção por trás de toda tentativa de golpe?

Por que pactuamos com o rompimento de regras democraticamente estabelecidas?

Por que aceitamos que o Chico seja julgado de uma maneira e o Francisco de outra?

Ora, mas que perguntas tolas. Não nos identificamos como uma sociedade sem valor?

Por que agora estranhar que qualquer discurso, por mais contraditório que seja, ao colocar a palavra corrupção no meio, passa a ser socialmente aceito?

Por que reivindicar respeito às regras democráticas e aos princípios republicanos, quando nos identificamos como uma sociedade “pervertida”?

Por que uma sociedade que se identifica com todos aqueles vícios, cientificamente demonstrados, deveria se dar ao respeito?

Ao nos vermos como essencialmente “desvirtuados”, por que respeitar as regras segundo princípios lógicos e imparciais?

Ora, se nos identificamos como uma sociedade “sem valor”, então, locupletemo-nos e golpeemo-nos uns aos outros. Qual é o problema? Não estamos sendo coerentes, ao menos nesse caso?

Dessa forma, descobrimos que essa identidade brasileira, “cientificamente comprovada” (de maneira equivocada) pela nossa “intelectualidade progressista”, está na verdade servindo de instrumento para que a parcela “conservadora” e “não intelectualizada” da mesma elite a qual a intelectualidade pertence, crie impasses políticos insolúveis, a ponto de fazer o país cair em aventuras populistas ou ditatoriais.

Em outras palavras, são as ideias equivocadas da parcela “progressista” da elite, que dá sustentação aos discursos moralistas e hipócritas (contra a corrupção) dos representantes da parcela “conservadora”, dessa mesma elite.

Não por acaso, quando os papéis se invertem em relação a quem está no Poder os discursos não mudam, muda apenas o lado de cada palestrante, seja ele um político ou um intelectual. Alguns, inclusive, preferem nunca mudar de lado, para poderem fazer sempre o mesmo discurso moralista e equivocadamente científico, expressando nossa falsa identidade de um “povo sem valor”.

Como é sábio o povão ao ver o impasse atual como uma briga das elites (o povão não consegue se apresentar como ator nessa disputa). E como nós somos tolos, posto que incapazes de nos vermos como uma sociedade nobre e civilizada como todas as outras que habitam esse Planeta. Se assim fosse, a democracia e a história poderiam completar o serviço…

Definitivamente, ou jogamos nossa identidade fora, ou assumamos nossa burrice e nossa incapacidade para estabelecermos uma disputa civilizada pelo Poder. Nesse caso, o “sem valor” não são os outros, mas cada um de nós. Por outro lado, se não nos vemos como indivíduos “sem valor”, porque nos vermos dessa maneira enquanto coletividade. Só pode ser por tolice.

Redação

14 Comentários

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  1. “Sempre foi assim, desde

    “Sempre foi assim, desde Getúlio Vargas quando, para assumir o Poder de fato, teve que enfrentar a “revolta dos paulistas” em 1932. E, por conta disso, implantar um regime autoritário.”

    Os paulistas ajudaram Getúlio a depor Washington Luiz em 1930, Getúlio prometia uma nova Constituição, uma vez que a velha, além de injusta, havia sido rasgada com a revolução de 1930.

    Dois anos depois e NADA de Constituição… Getúlio governava com a caneta na mão, criando decretos seguidos de decretos. O estado que mais pagava impostos ao governo não tinha leis para seguir, ou, se preferir, segurança jurídica.

    Aconteceu a Revolução Constitucionalista de 1932, reconheço, por incitação das elites, mas não sem motivo.

    Durante essa revolução, para ganhar apoio, Getúlio dizia ao Brasil que a revolução dos paulistas era separatista, o que era uma grande mentira, cujos resquícios dessa mentira perduram até hoje.

    Vencidos os paulistas, em 1934 Getúlio promulgou a tão cobrada Constituição. No discurso de promulgação reconheceu que a reivindicação paulista era pertinente. Esteve em Sampa e inaugurou a Av. Nove de Julho. Não por acaso, data em que teve início a revolução contra ele próprio.

    Em 1937 Getúlio rasgou a Constituição e decretou o Estado Novo. Ou seja, o regime autoritário aconteceu cinco anos após a revolução de 1932.

    Hoje há um grande preconceito contra paulistas, mas na verdade, o povão que você cita, também está aqui em SP.

    Lula não venceria sem os votos paulistas. Dilma também não. As maiores manifestações do Brasil como as Diretas Já, por exemplo, assim como também as recentes manifestações a favor de Dilma aconteceram em SP.

    Está na hora de colocar os pingos nos is. Há uma elite porca aqui? Sim.  Ela é a maior do Brasil? Sim.

    Mas elites existem até nos mais remotos rincões deste pais, a diferença é que, devido a enorme população, é aqui também que essa eleite é maior, infelizmente.

     

      1. Detesto o Villa, não só como

        Detesto o Villa, não só como “historiador” mas também como pessoa.  Se estudares mesmo verás que paulistas TAMBÉM ajudaraim Getúlio e que SP NUNCA foi separatista.

        Júlio Prestes não era uma unanimidade por aqui. Havia uma oposição, essa mesma que também ajudou Getúlio a derrubar o governo de Washington Luiz.

        1. “As oligarquias mineiras em

          “As oligarquias mineiras em busca de apoio político após a ruptura da política do “café-com-leite”, envolveram-se em alianças entre oligarquias que eram opostas à situação política. Dentre essas oligarquias que apoiaram Minas Gerais, pode-se destacar os estados do Rio Grande do Sul e Paraíba e com alguns grupos de oposição de outros estados, inclusive o Partido Democrático (de São Paulo), que teve participação ativa na “Aliança Liberal“. “

           

          https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Democr%C3%A1tico_(1930)

           

  2. Que tremendo papo furado.
    Que tremendo papo furado. Quem elegeu os sucessivos governos petistas de 2006 para cá (diferentemente de 2002) não foi a elite. Essa mal e mal apoiou Lula em 2002 por causa do hoje convenientemente esquecido descalabro causado por FHC.

    De mais a mais, com todos os seus defeitos, os governos petistas muito fizeram para reverter a desigualdade social. Chamar isso tudo de “briga de elite” parece coisa da Luciana Genro – pergunte a quem dependia de comer calango até 2002.

    No meio disso o autor dá um cavalo de pau para falar em mentalidade nacional exclusivamente de elite, como se o povo não a absorvesse e reproduzisse. Há alguns culpados mais culpados que outros, mas não há lógica que resista a essa ladainha, filha de uma longa linhagem de estudos que insistem em dizer que “o povo assistiu a tudo bestificado”. Para o bem e para o mal, o povo não é simples agente passivo.

  3. Excelentes provocações. Acho

    Excelentes provocações. Acho que há várias reflexões possíveis a partir delas. Deixo-as como incentivo ao debate ou à produção de novas hipóteses:

    Pode ser que tenhamos, de fato, um problema de identidade. Talvez isso faça parte de um esforço “paulistocêntrico” de entender o que é o Brasil. Mas, por um lado, será que é realmente necessário construirmos uma identidade nacional? Por outro: não é fundamental compreendermos se há valores que efetivamente nos compõem, hoje, se há Brasis reais em disputa?

    O que será que quer, defende e aprecia esses 70% que não estão disputando, historicamente, o poder? Como abrir portas para que enunciem esses pontos-de-vista hoje ausentes do debate público? Como permitir com que esses grupos se autorrepresentem?

    Será que não é possível efetivamente criar uma interpretação à esquerda por exemplo sobre o fenômeno da corrupção que não seja facilmente sequestrável pelos conservadores, que não caia no moralismo barato e que não esteja presa nos mesmos “jogos de poder” e axiologias?

    Um abraço

     

  4. Vc não entendeu nada
    Elites é alguma criado pelas esquerdas Para poder fazer política.
    Simplesmente não existe!

    O que existe é gente, de diversas ideologias, que tentam fazer um país para progresso de seu povo. Getúlio, JK e Lula são exemplos.
    E outro grupo que nega a existência do Estado como representante do poder do Povo. Nega O Poder do povo!

    No meio disso tudo, as esquerdas tentar lucrar politicamente com o advento das Elites, o mal. Parecido com o que fazem com o Lula, o demônio barbudo de nove dedos.

    Mas lembre se, depois que vc conseguir seu pós doutorado, querendo ou não, vc é das elites, hehehe. Mane elites!

    Atrás das elites é onde as forças ocultas se escondem. Enquanto vc fala das elites as forças ocultas permanecem ocultas na poeira que vc levanta com este discurso diversionista.

    Ainda acho que é exatamente por não saber disso que as esquerdas fracassaram. Ficaram brigando com o inimigo que não existe, as elites.
    Identifique seus inimigos! Pois só assim pode combatel-os.

    1. O problema é que ninguém sabe o que é elite

      A origem dessa confusão toda está na própria indefinição do termo elite, palavra que em todo o mundo tem um sentido claro e elogioso, mas que entre nós ganhou um significado obtuso. Conforme a abordagem, determinado indivíduo ou grupo pode ser elite ou não. No fundo, o que chamamos de elite é um totem, uma entidade maligna que é culpada de todos os males do país, mas que ninguém sabe exatamente o que é, exceto que seus integrantes são sempre os outros.

    2. Um dos criadores da teoria

      Um dos criadores da teoria das elites foi wilfredo Pareto e  outro um sociologo italinao, chamado Gaeta Mosca. Ambos eram a favor do livre mercador, conservadores socialmente e apoiaram o fascimo de Musoline. Não eram e nunca forma de esquerda.

      Vai estudar…

  5. Misturou e confundiu tudo

    Ao misturar teses elevantamentos estatísticos de Renato Meirelles, cheios de equívocos e meias-verdades, aos estudos sociológicos e às teses defendidas por Jessé Souza, o autor conseguiu tudo confundir e misturar; e nada explicar de forma satisfatória.

    Viajou na maionese ao fazer simplificação rasa e igualar diferentes segmentos da sociedade brasileira. O fato dos que se manifestam em defesa da democracia terem cursado uma faculdade não os torna semelhantes aos plutocratas que defendem o golpe de Estado. O autor se enrola ao citar Jessé Souza, pois este sociólogo, em livros e entrevistas, deixa claro que está errada a classificação social das pessoas apenas pos critérios simplificados como a renda; ou apenas segundo o grau de escolaridade.

    A citação de Jessé Souza me pareceu ‘contrabando’, pois neste artigo o autor expressa o oposto do que está escrito nas obras de Jessé, dentre elas “A ralé brasileira: quem é e como vive”, “Batalhadores brasileiros” e “A tolice da inteligência brasileira”. Rafael Pizato cita Sérgio Buarque de Holanda, fala em ‘jeitinho’, patrimonialismo, etc. Mistura e confunde tudo. querem um exemplo? Vejam o trecho a seguir.

    “As duas frações políticas da elite brasileira bebem da mesma fonte e comungam com a ideia de que temos, de maneira cientificamente comprovada, uma identidade: cordial e patrimonialista, marcada pelo personalismo e o compadrio.”

    Assim deslocado e fora e contexto, esse trecho induz o leitor a uma interpretação oposta do que está nos livros e estudos de Jessé Souza.

    No parágrafo seguinte, emenda Rafael Pizzato.

    “Popularmente, nos enxergamos como uma sociedade corrupta, do jeitinho e da indolência. Esse diagnóstico descamba para o popular: Congresso de picaretas, palhaços, ridículos, etc. Para uma presidnta anta. Um empresariado tacanho. Sindicalistas vagabundos. Um exército brancaleônico. Um judiciário inepto. E por aí vai.”

    Os mais experientes hão de perceber nas citações feitas por Pizzato o uso de uma  velha técnica, que se caracteriza por citar autores de Esquerda, progressistas e até socialistas, para defender idéias opostas, ou seja, de Direita, liberais-conservadoras e capitalistas. 

    Com a pretensão de abordar vários temas num mesmo artigo, Rafael Pizzato não consegui desenvolver nenhum deles de forma satisfatória. Enaltecendo as supostas identidade nacional e sabedoria do “povão”, usadas até mesmo no título do artigo, o autor já começa a confusão no resumo histórico que tenta fazer na primeira parte do artigo. Na segunda parte, então, quando ele tenta fazer uma análise sociológica do momento atual, aí é que ele se enrola todo: faz uma série de perguntas, aborda vários temas e para uns e outros não consegue respostas nem argumentos bem fundamentados.

    Uma frase que era usada pelo Chacrinha resume este artigo: “Eu vim para confundir, não para explicar.”

     

     

  6. Essa história da “briga de elites” é CAÔ!

    Um instituto de pesquisa desconhecido, menos confiável ainda que os outros, veio com essa história e tem Velhinhas de Taubaté repetindo. Vejam os atos hoje do MST. E os outros organizados pela Frente do Povo Sem Medo, Furacao 2000, etc.

  7. chamar os governos populare

    chamar os governos populare de elitistas é forçar a barra….

    há somente uma elite escravagista que detona sempre so movimentos populares….

    é isso…

    ou então restam falácias…

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