A parceria Serra-Calero

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Arte: Brasil 247

Jornal GGN – O ex-ministro Marcelo Calero, pivô da crise com Geddel Vieira Lima que levou a oposição a pedir o impeachment de Michel Temer, é funcionário concursado do Itamaraty. Demissionário do cargo de ministro da Cultura, Calero ganhou do chanceler José Serra dois meses de licença no Rio de Janeiro.

A parceria anterior entre ambos foi impressa em artigo publicado na Folha, em julho passado, sobre o Conjunto Arquitetônico de Pampulha. O texto abordava a candidatura da obra em Minas Gerais à Patrimônio Mundial com reconhecimento da Unesco.

“Fruto de um esforço conjunto de vários anos, o sucesso da candidatura da Pampulha somente foi possível graças ao engajamento da sociedade civil e ao trabalho dedicado de servidores da Prefeitura de Belo Horizonte, do Governo de Minas Gerais, do Itamaraty -por meio do Departamento Cultural em Brasília e da Delegação do Brasil na Unesco, em Paris- e do Ministério da Cultura, por intermédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que em breve completará 80 anos”, diz artigo assinado pelo ex-ministro e o chanceler.

O artigo está acessível aqui.

Calero foi secretário de Cultura do governo Eduardo Paes, no Rio.

O ex-ministro entregou carta de demissão na semana passada, após revelar à Folha que foi pressionado por Michel Temer a resolver um problema no Iphan – instituto que tomba patrimônios históricos – em benefício do ex-ministro Geddel Vieira Lima. 

Geddel já havia cobrado a liberação pelo Iphan de uma construção de condomínio em Salvador, Bahia, onde adquiriu um apartamento na planta que já custou quase 2 milhões de reais. 

Calero saiu do governo afirmando que além de Geddel, foi pressionado também por Eliseu Padilha. O ex-ministro diz ter gravado conversas com os homens fortes de Temer.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

28 Comentários

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  1. Odor de maldade

    Calero vale tanto quanto Geddel ou Temer. Só os tolos se deixam enganar enxergando nele um suposto ‘herói’. Herói meuzovo!

    Já Serra é próprio Tullius Detritus, o emblemático personagem das aventuras de Asterix, que era capaz de provocar a cizânia em qualquer ambiente onde surgisse. Além de exalar um insuportável odor de aranque defumado, a comida mais fedorenta inventada pelo ser humano.

  2. Hora da cavalaria aparecer

    Não tendo as mesmas habilidades enxadrísticas do dono do boteco aqui, de vez em quando arrisco uns pitacos.

    No meu entendimento, os episódios da semana que passou saíram do script previamente imaginado entre aqueles que protagonizaram a queda do governo legítimo de Dilma Rousseff.

    Uma série de erros cometidos em sequência deixaram à mostra a fragilidade da coalisão que assumiu o poder.

    O caso Geddel não terminou e tende a ter desdobramentos “desagradáveis” que obrigariam a imprensa a destinar diversas horas de seu noticiário, mesmo contra a vontade, para continuar ruminando suas causas e consequências. Já houve até uma leve menção à Serra e Alckmin por parte de uma das semanais.

    Se nada for feito, todo o esforço recompensado com a queda de Dilma pode ir por água abaixo.

    Hora de chamar a cavalaria personificada pelos procuradores ou pela PF.

    Até o final da semana, antes do fechamento das edições das revistas semanais, uma nova exibição de power-point, um vazamento de inócuas comunicações telefônicas para serem escandalizadas ou uma nova série de prisões de alguns peixes graúdos associados aos governos petistas podem ajudar a retirar o foco das atenções da fragilidade ética (para dizer o mínimo) do governo decorativo que assumiu o planalto para “combater a corrupção”.

    Se nada vier nesta semana para distrair a população, o caldo tende a entornar com rapidez incontrolável.

  3. Nassif, falando em Serra…
    Olha só o que eu acho que vc deveria estar olhando….

    http://www.planobrazil.com/almirante-citado-por-delator-da-lava-jato-recebe-sua-3a-estrela-e-pode-deixar-a-direcao-do-amrj/

    Aparentemente a Engevix ganhou 160 milhões de dólares para dar assessoria.
    A assessoria, de engenharia, resolveu então contratar outra empresa de engenharia para reformar uma base.
    Valor: 1 bilhão de dólares

    O almirante já foi promovido e vai mudar de lugar…
    Ele foi lá com o Serra…
    Mas o Serra não é do Itamaraty?
    Estava fazendo o que lá?

  4. nada tá tão ruim que não pode

    nada tá tão ruim que não pode piorar… desde semana passada delegados federais em grupos fechados dão como certa a prisáo do Lula em breve…

    agora no senado o senador jose medeiros detabendo com o senador lindbergh falou com muita convicção que a prisão do Lula vai ocorrer em dezembro, deu data e tava estranhamento seguro.

    Titanic a deriva

    1. Dar a prisão do Lula como certa

      É carne de vaca. Estranho mesmo é quem ainda duvida que ele será preso. Desde março deste ano que todos os meus colegas de trabalho dão a prisão do Lula como certa…

      1. bom, fofoca da prisão do Lula

        bom, fofoca da prisão do Lula tem desde que ele virou líder sindical, agravando por obvio desde 2014 com a lava jato…

        mas o que me chama a atenção agora é a precariedade confessada no processo que está em curso com moro e ao mesmo tempo a convicção da sua prisão pelo menos em alguns grupos que já em 2015 (e 2016) não alertavam com a certeza de agora

        quis chamar a atenção para a péssima hora dessa prisão no contexto político atual

        veremos….

        1. Então

          É justamente pela questão do momento que eu acho que não será preso agora.

          Aliás, depois da delação da Odebrecht vir a público, acho que a prisão dele vai deixar de ser tão almejada. Certamente ele será condenado, e tudo seguirá com pressa para a 2ª Instância bater o martelo antes de 2018, já que o objetivo principal sempre foi inviabilizar a candidatura do Lula.

          1. concordo com 2018 e pode ser

            concordo com 2018 e pode ser que vc esteja certo acaso a Odebrecht não seja o próprio fato novo contra ele…

            o fato é que tem grupos de dpfs deslumbrados que desde o 2o turno de 2014 fazem esse rebu, o que tenho visto agora são os mais sóbrios e “isentos” com mais segurança e convicção do que aqueles… vamos ver…

             

    2. É MAIS CERTO QUE ANDAR PRA FRENTE!

      A cabeça do Presidente Lula será entregue, na bandeja, na ante-véspera do natal, para deleite de toda tucanalha.

  5. Nassif, vamos com calma…

    José Serra é dos piores integrantes do governo golpista, e não acho que esse Calero seja muito flor que se cheire, mas… Precisamos ver as coisas como são pra não cair na Teoria da Conspiração:

    1) A candidatura da Papmpulha a patrimônio cultural da humanidade foi proposta em 2014 (portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/820/) e aceita pela Unesco em março de 2015 (glo.bo/1FKq8V6). O título foi entregue pela Unesco em julho deste ano:

    2) Quem se relaciona com organismos internacionais é o Itamaraty. Daí o motivo da canidatura da Pampulha ser obra do Ministério da Cultura mas ser encaminhada via Itamaraty;

    3) Quando a candidatura da Pampulha foi proposta a ministra da Cultura era Ana Cristina Wanzeler (interina), e o chanceler era Luiz Alberto Figueiredo. Quando a candidatura foi aceita o ministro da Cultura era o Juca Ferreira e o chanceler era Mauro VIeira.

     

  6. TEMER , pato manco.

    Associação entre Serra e Caleró não se tem nada de concreto , é tudo insinuação .

    O que é certeza é que as gravações de Caleró colocam TEMER no bolso. Não se sabe quem foi gravado e o quê foi gravado , ele apenas deixou o recado . TEMER é o LAME DUCK do jargão político americano , fantoche de quem armou tudo isso com Caleró . 

  7. Voltemos ao caso

    Voltemos ao caso Geddel-Temer-Calero:

    É lamentável ter todos aceitados passivamente ter Geddel comprado o apartamento na versão dele próprio. Mas…

    Ninguém colocou isso em dúvida? Quando você compra o apartamento e o empreendimento não sai, você irá receber seu dinheiro de volta. Simples assim! Pode demorar, ter que ingressar na Justiça, até aí tudo bem, pois de uma forma ou de outra vc será restituido.

    Agora se a pessoa exerce função na alta esfera da administração pública e intercede como aconteceu com Geddel, percebe-se ter algo mais do que mero comprador. Parece-me ter interesse monstruoso no negócio.

    Creio que tudo indica e sugere a possibilidade de que iria ganhar o apartamento na hipótese de aprovação da liberação ou ser sócio oculto nesse empreendimento…

     

    1. Geddel

      Análise correta….aí tem !

       

      Mas vamos acrescentar outras indormações vindas de Salvador , que sugerem briga de cahorro grande querendo  “invadir  território ” de outros, que tem entre amigos do governo,como sugere o texto, um psdbista/pemedebista/ anti Lula/ Dilma/Fora Petralhas, Calero – bom ator, conveceu o povão de que é íntegro por ser funcionário público !!!???. Ficou bem de galã da Globo como sugerem os comentários após a entrevista “Fantástica”. agora só falta o Faustãu…..”olha aí o Homem que salvou o Brasil …….esse é o cara,meu !!!

       

       

      “”    Gargalho ao ver e ler muita gente boa cair nessa onda de palavras de ordem, e agora mais ainda nessa de defender sem perceber os interesses do banqueiro Mariani, megamilionario e latifundiário urbano da mais alta estirpe, preocupado com a privacidade de sua residência, para atacar o inimigo político Geddel, por conta de sua conduta ou seu vacilo supremo sobre a construção de um prédio na ladeira da Barra.
      A história é a seguinte, caros amigos: percebam na foto o tamanho da área e a proximidade do empreedimento questionado do casarão com piscina do coronel revisitado e sofisticado, que perde sua preciosa privacidade com um prédio de 30 andares ao lado. E ainda tem sua piscina sombreada pelo edifício após o meio-dia. Aí está o pano de fundo de toda a discussão, e a razão do Iphan ter levado para a instância superior uma decisão local.
      Que tal aproveitar o tema e tratar seriamente da desapropriação desse mega terreno atras do empreendimento em questão para construção de um parque público para a população da cidade?
      Ou pouco interessa a discussão séria sobre a necessária mudança no espaço urbano em Salvador?
      Mas que tal aproveitar os holofotes para questionar a utilidade dessa propriedade?
      Que tal mais que isso, estender a discussão sobre as propriedades sem uso em toda cidade?
      Nunca fui frequentador das festas que rolavam nos anos 80 e 90 na mansao colonial da família Mariani na ladeira da barra, regada ao habitual intelectualismo vendido que como praga caracteriza a cultura baiana. Por ali passaram, ou passam, no verão baiano cantores, artistas, de várias matizes, alguns signatários do atual protesto numa óbvia solidariedade ao amigo.
      Vale lembrar que não faltavam muitos desses jornalistas e celebridades que hoje nem moram mais em Salvador, mas vociferam contra o inimigo sabe-se lá por quais interesses, exatamente como fazia o velho ACM nos piores tempos. Aliás, ACM que também protagonizou uma disputa com a mesma família a respeito do mesmo terreno.
      Nasci e fui criado na região e não entendia como nós crianças à época, sem área de lazer além do Porto da Barra, tínhamos que ficar atras das grades daquele grande sitio, sem poder ao menos catar as mangas que caiam dos pés sem sermos perseguidos por seguranças e cães ferozes.
      Essa foi a relação da família com o entorno, um exemplo da sua responsabilidade social, excluindo os excluídos por detrás das grades pra não incomodar a propriedade da realeza, mesmo quando estavam muito longe dali, ou a maior parte do tempo.
      Nem mesmo dividiam as frutas das árvores centenárias, e negavam alguns metros de terreno para a diversão da criançada. Nosso grande desafio era transgredir invadindo na marra aquela propriedade pulando as grades, como invadíamos o Iate Clube, outro símbolo de nobreza, nadando pelo mar, como pequenos piratas exigindo justiça social.
      Não estou defendendo Geddel e nenhum dos políticos envolvidos, mas gostaria de aprofundar a questão urbana da região, sem paixão partidária, e de olho nas possíveis pressões do banqueiro milionário sobre as autoridades, desde a época do governo anterior, inclusive vereadores, funcionários públicos e também o ex-ministro Calero, que merece ter investigada suas relações com a família Mariani e seus enviados e asseclas, com os quais teria telefonado ou se relacionado no período. 
      Me parece que não está em questão somente a construção de um prédio, ou a indecência de possuir um terreno dessa dimensão e sem uso em plena área urbana, em uma Salvador carente de espaços de convivência coletiva.
      A questão principal é admitir a influência do proprietário de terra sobre o que ou não se pode construir no entorno, pretensamente usando para isso o poder econômico sobre veículos de comunicação e autoridades.
      Como se do Rio de Janeiro, não coincidentemente terra do ex-ministro e diplomata , pudesse mandar nas coisas da capital da Bahia. Como se fosse dono da Ladeira da Barra.
      Já não basta a família ser co-proprietária da Braskem, que usurpou e negociou o ICMS do povo baiano com o PT do governo Wagner?
      Já não basta a Ilha das Vacas em Madre de Deus sem nenhuma contribuição para a sociedade local, apenas um paraíso sem utilidade pública, além das esporádicas visitas dos milionários herdeiros?
      O que não dá é achar progressista defender os interesses da velha oligarquia baiana, que pouco ou nada contribui para o estado, mesmo que o grande Clemente Mariani tenha tanta importância para nosso desenvolvimento.
      O que não dá é se deixar manipular por quem nem mora na cidade, por conta de um inimigo político, por pior que ele tenha agido ou possa parecer que agiu. 
      Por mim pode impedir a construção do prédio, mas se também desapropriar a mansao dos Mariani na Ladeira da Barra, e fazer dali um marco de uma Salvador comprometida com o coletivo. Isso sim é o correto.
      O que não pode nessa briga de elite é colocar o foco apenas na pretensa pressão política, e deixar passar incólume a vitória do oligarca latifundiário  carioca, sem responsabilidade social com as coisas da Bahia, e que ainda quer impedir a ocupação e a economia nas proximidades de sua sesmaria.
      Já passou da hora do povo de Salvador retomar essa terra que é sua, e que deve ser de todos.””

       

       

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