A perigosa decadência da economia, por Welinton Naveira e Silva

Por Welinton Naveira e Silva

Comentário ao post “Xadrez das eleições de 2018

Em plena crise econômica mundial iniciada em final de 2007, ressurge o suspense da guerra nuclear no rastro de milhares e milhares de desempregados, refugiados e imigrantes, bem como, por questões territoriais, militares, sanções econômicas, pregações nazifascistas palatáveis ao sofrido povão, esquecido e de baixa autoestima. Dentre essas e outras tantas, configuram clima geral de sérios desequilíbrios conflitando interesses de grandes potências nucleares, Rússia, EUA e China. Sem esquecer, da Coréia do Norte, a cada dia mais armada.

É verdade que depois do grande crash de 1929, o sistema capitalista adotou mecanismos de seguranças procurando impedir semelhante desastre. Mas, não serão capazes de evitar a quebradeira final do sistema, por vários motivos. Principalmente, por conta de Dona Tecnologia.

Dona Tecnologia, a cada dia vai se tornando mais poderosa, em todas as áreas. Sem limites algum. Com a maior segurança e desenvoltura vai ocupando os mais diversos espaços do trabalho humano, braçal e intelectual. Demitindo aos milhares e por todo o Planeta. Inclusive, contribuindo para a acelerada gigantesca concentração de rendas em mãos de poucos, aumentando os riscos da desestabilização global da economia.

Para a comprovação do ameaçador estado geral sobre a economia, basta uma olhada na evolução da inteligência artificial e da robótica desses últimos tempos, surpreendentemente, se tornado mais hábeis e poderosas, fornecendo base sólida para acreditar que os jovens que deveriam entrar no mercado de trabalho daqui a dez ou doze anos, por mais estudos e preparos que tenham, não encontrarão espaço algum para concorrer com a inteligência artificial e os variados tipos e naturezas de robôs que estarão no mercado, inclusive, humanoides. Aptos ao trabalharem de 24 horas por dia em altos níveis de produtividades, eficiência e precisão. Confiáveis e fiéis. Sem reclamarem de nada.

Quando a tecnologia não afasta o homem do trabalho, viabiliza a contratação de trabalhadores de pouco preparo, já que a habilidade, conhecimento e inteligência, estão  ficando aos cuidados da inteligência artificial e da robótica. Mas, gente de pouco estudo e pouco preparo, ganha pouco, ficando sem poder de consumo. Vai daí, que o crescente número de desempregados somado ao número de contratados ganhando pouco, resulta um polo consumidor de baixo poder de consumo médio. Portanto, não é preciso maiores esperteza para concluir o inevitável enfraquecimento do grande polo consumidor mundial do sistema capitalista, inviabilizando o gigantesco polo produtor de riquezas mundial. Empurrando o capitalismo para inevitável ruptura.

Tudo indica que por volta de 2023, estarão no mercado, computadores aptos a conversar com o ser humano. Aptos a trocarem ideias com as pessoas sobre os mais diversos temas, dos banais aos mais complexos e intelectualizados. Aptos a conversar com uma plateia inteira de debatedores, simultaneamente, interagindo com outras plateias, pessoas, e computadores inteligentes, buscando soluções para as questões mais complexas. Rapidamente, encontrarão soluções. Mas, causarão gigantescos desempregos no campo do trabalho intelectual.

Como de sempre, cada nova tecnologia abre oportunidades para outros trabalhos, só na era tecnológica avançada, essa nova oportunidade não é para o homem, mas sim, para outras modalidades e tipos de inteligências artificiais e robóticas. O trabalho humano, irremediavelmente, vai sendo posto de lado. Sem utilidade alguma.

Estamos entrando na era da inteligência artificial, a cada dia mais imprescindível, em todas as áreas, elaboração de projetos, estudos, pesquisas, produção, análises, julgamentos, segurança, avaliações e outras mais, na engenharia, arquitetura, geologia, estatística, medicina, justiça, contabilidade, economia, ensino, logística, militar, etc. Milhares de trabalhadores intelectuais ficarão sem espaço para trabalhar. Por mais estudos que tenham, ficarão desempregados. A tecnologia não se da bem com o sistema capitalista. Mas, nada detém a formidável Dona Tecnologia.

Com a contínua redução do gigantesco polo consumidor mundial, o polo produtor vai encolhendo, perdendo forças, rumando para inevitável falência. Sem um sideral polo consumidor dotado de real poder de compra, o polo produtor do sistema capitalista fica inviável. A atual grande crise mundial tem tudo a ver com desemprego tecnológico, mas pouco se fala sobre essa questão, insolúvel no sistema capitalista.

A decadência econômica do sistema capitalista pode ser confirmada de muitas maneiras, dentre elas:

a)      Crescente devastador desemprego tecnológico;

b)      Incontida gigantesca corrupção;

c)       Contínuos conflitos militares e quase um bilhão de pessoas vivendo na miséria;

d)      Devastadora agressão ao meio ambiente;

e)      Crescentes gigantescas concentrações de riquezas em mãos de poucos;

f)       Gigantescos recursos financeiros e humanos investidos em armas;

g)      Gigantesco custo social no ineficaz e impossível combate as drogas;

h)      Acelerada degradação dos políticos, das importantes instituições, inclusive, da Justiça;

i)        Grande insegurança social gerada pelos serviços de informações, em permanentes espionagens e sabotagens, de pessoas, empresas e instituições, sem fronteira alguma;

j)        Formidável e imbatível progresso econômico, social, tecnológico, científico e militar, da miserável China de 1949, saindo do zero absoluto para a 2ª potência econômica do mundo em apenas 60 anos. Logo mais, será a primeira potência.

Ou seja, milhares de trabalhadores braçais e intelectuais não encontrarão espaço algum para concorrer com a tecnologia. Estarão no olho da rua por todo o mundo bem antes de 2030. Trágica realidade a ser equacionada, antes que surja a guerra nuclear, de uma hora para outra, “para resolver tudo”. Portanto, só resta à humanidade, perceber que o capitalismo está em processo final de exaustão. Sem remédio algum que dê jeito. Está em rota de quebradeira geral de consequências mortíferas.

Antes que isso aconteça, é necessário iniciar à perigosa e complexa mudança do sistema capitalista para uma estrutura econômica de base socialista, provavelmente, passando por uma economia de transição. Tudo, a ser equacionado, montado e implantado. Se essa complexa operação for devidamente realizada a tempo, contando com grandes cabeças e fortes lideranças mundiais, a devastadora guerra nuclear será evitada. A civilização não será extinta. Teremos então, a sonhada utopia de dar início à construção de um novo mundo, justo, fraterno, harmonioso e limpo, para todos. Viável e possível. O grande problema, por enquanto, é a crítica dependência da inteligência do homem, sabidamente nada confiável na área política. 

Redação

16 Comentários

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  1. O texto faz acreditar
    Que os donos do capital são uns imbecis e vão usar a tecnologia para sabotar o sistema que alimenta as fortunas dos grandes monopolistas mundiais. Impossível nem que se crie uma renda universal ou mesmo que inventem trabalhos para os seres humanos. Mas auto sabotar e destruir o sistema que teria impacto para eles mesmo não faz sentido algum. É só pensar um pouco.

  2. Renda garantida ou barbárie

    Esse foi o assunto principal em Davos: a quarta revolução industrial.

    Já existem inúmeros documentos apontando para este cenário, um monte de gente qualificada e desqualificada que simplesmente não terá onde trabalhar.

    Acho que num primeiro momento teremos, infelizmente, a barbárie. Bilhões de desempregados mundo afora e vivendo em cidades com padrões que não permitem que obtenha um mínimo de alimento, moradia e água para sobreviver.  Não vai dar coisa boa!

    A solução será a renda garantida….um “bolsa família” global.

  3. Tá difícil

    Enquanto na crise dos anos 30 do século XX, Roosevelt procurou uma coalização nacional para executar o New Deal que colocou a economia nos trilhos, hoje temos um presidente que quer enfiar goela abaixo aos americanos suas ideias. Vai ser muito difícil, na minha modesta opinião, que os planos de Trump obtenham sucesso. E um fracasso nesta altura da crise poderá ser catastrófico para o capitalismo, independente do crescimento desenfreado da tecnologia. 

  4. A tecnologia e o futuro

    Eu ouvi exatamente a mesma linha de argumentação, nos anos 70, do século passado, quando meu professor de Introdução à Economia, alertava para a destruição de empregos e salários que automação de escritórios e da manufatura causariam em pouco tempo.

    Ele estava de todo errado? Não, é claro. Estava de todo certo? Também, não. Mudanças ocorreram, postos de trabalho humanos perderam utilidade e foram substituídos por processos automatizados ou robotizados. Porém, outros postos foram criados, a qualificação das pessoas aumentou, bem como a qualidade de vida dos trabalhadores. Há desequilíbrios, há extremos. Há onde as condições de trabalho, salários e educação estão piores, mas há outros em que tudo melhorou. Na percepção empírica vejo uma média melhor, inclusive, nos países periféricos. Na América Latina de um modo geral, na Ásia e no Leste Europeu, consigo confrontar memórias de 20 anos ou mais com momentos recentes. Isso sem falar no Brasil.

    A conjuntura atual responde a outros problemas, muito mais ligados ao fluxo monetário, à globalização e à submissão dos estados soberanos ao Corporate World do que à tecnologia. Não há elementos para afirmar que o previsto no artigo não ocorra ou, ao menos, não ocorra parcialmente. O que se pode afirmar é que a tecnologia não é um inimigo do homem comum por essência e que ao lado de possíveis e prováveis impactos negativos traz inegáveis efeitos positivos. Se o balanço irá pender para o lado dos benefícios ou não, só será possível comprovar no futuro.

    O alerta de agora é tão válido e importante quanto o foi há 40 anos, mas, não devemos tomá-lo pela ótica da fatalidade inevitável. Apenas devemos nos manter atentos e politicamente atuantes em defesa do melhor.

  5. Sobre robôs e a CLT
    O problema não é a automação, é a automação em uma economia de livre mercado. A automação propriamente dita é boa, os robôs trabalham para seres humanos e diminuem a demanda por HH, então a qualidade de vida média da população deveria aumentar já que as pessoas teriam que trabalhar menos para uma mesma produção. O problema é que, na economia de livre mercado, ao invés de todo mundo receber salário trabalhando menos, os patrões com sua visão microeconômica preferem empregar poucas pessoas trabalhando muito. A maioria da população vai ficar desempregada e os poucos com empregos terão que trabalhar que nem uns condenados por um salário de fome, com medo de ficarem desempregados também. E como a renda média vai desabar, o consumo vai reduzindo em um ciclo vicioso.
    A única solução para isso é o fortalecimento da legislação trabalhista e a redução da jornada de trabalho, que é exatamente o OPOSTO do que nós estamos fazendo.

  6. Comparar a revolução

    Comparar a revolução teconológica dos anos 70 com a Inteligência articial de hoje é não ter entendido a proposta do autor do texto.

  7. num futuro próximo!!!

    brasil possui um atraso tecnológico de 100 anos. Continente Africano possui 150 anos de atraso tecnológico.

    O fim está muito longe…

  8. Processadores menores, mais rápidos e mais trabalho.

    Tecnologicamente falando, até os anos 90, terminava a jornada de trabalho, todos iam para casa ou para a esbórnia. Numa sexta-feira de janeiro como hoje, bares, boates, restuarantes e pizzarias lotados. Nos dias atuais, vejo bancos informando que seus gerentes estão à disposição até as dez da noite, pelo celular (smartfones=nanocomputadores), tablets, laptops ou computadores de mesa. Hoje, qualquer um pode ser acordado às 3 da manhã:- “você viu a Bolsa de Tóquio? Um atentado na Tailândia ou no norte da Índia e pronto, o mundo em alvoroço. A jornada de trabalho do século XXI pulou de oito horas diárias no Brasil para 24×7. Assim é que é!

  9. A garantia da liberdade contra a opressão do trabalho ….

    Pior do que o futuro nos espera é a falta de esperança no futuro (Maestri 2017).

    A garantia da liberdade contra a opressão do trabalho produzirá mais riqueza.

    Estas duas frases parecem desconexas porém tem toda a ligação com o que já se pensa em países muito desenvolvidos para o futuro, agora mesmo em 2017 começa um programa experimental de renda mínima universal experimental na Finlândia, em janeiro deste ano dois mil finlandeses escolhidos ao azar (ou sorte!!!) receberão 560 Euros por mês durante dois anos, ou seja, receberão aproximadamente R$2.000,00 por mês a título de nada.

    Este programa tem por objetivo de testar por dois anos o que vai ocorrer com estes cidadãos, e se der um sucesso, em 2020 com este ou com um valor mais alto, dependendo do que acontecerá com a amostragem, todo o finlandês receberá algo em torno disto como uma espécie de renda mínima universal para todos.

    Qual o sentido disto tudo, é que pensam os finlandeses que cada pessoa não tendo preocupações com sua sobrevivência se dedicarão a coisas mais nobres do que simplesmente seguir um caminho imposto pela necessidade de trabalho numa área que não lhes interessa, ou seja, ganhando algo que o sustente dentro de um mínimo razoável cada um se dedicará aos seus sonhos. Se o sujeito quiser ficar estudando até os quarenta anos para se transformar num super-profissional ele fará isto, por outro lado se ele quiser se dedicar ao artesanato e começar logo após seus estudos básicos mínimos a produzir coisas e vendê-las ele não terá a preocupação de no início ser fadado ao fracasso.

    Talvez o que estão propondo é uma volta a um passado magnífico que um povo conseguiu numa determinada época através de outros meios. 

    Pergunto a todos, por que os Gregos da antiguidade geraram fantásticos filósofos, geômetras e outros pensadores que nunca se teve algo do mesmo nível salvo em menor escala com a renascença?

    O que levaram homens tão evoluídos mentalmente como nós gerarem obras filosóficas, artísticas e outras que até os dias de hoje são estudadas?

    Exatamente a liberdade de escolher e trilhar um caminho sem a necessidade de serem premidos pelo trabalho como hoje o concebemos.

    Quantos de nós quiseram ser desde bombeiros a físicos e fomos desestimulados pois alguém nos falou que eram profissões que não tinham futuro em termos de sobrevivência?

    Talvez o medo do futuro seja muito maior do que o futuro nos reserva, isto vale para a nossa vida atual que nos impede de deixar florecer tudo aquilo que pensamos em estar dispostos a oferecer ao mundo, isto também vale para quem olha uma sociedade sem trabalho para todos pensando que a humanidade é composta somente de algumas pessoas brilhantes e outros que são verdadeiras nulidades.

    Quanto pagaríamos a uma pessoa que viesse fazer um serviço simples em nossa casa, como uma instalação elétrica ou hidráulica e este serviço ficasse perfeito, ou alguém que viesse recuperar um móvel antigo e com grande valor sentimental e esta restauração ficasse perfeita? Profissionais como estes não necessitam estudar e saber as ciências com profundidade, necessitam ser quase artistas em profissões que achamos simples mas ninguém as faz com qualidade.

    Há muito espaço e muito valor para o trabalho de um homem REALMENTE LIVRE e se este durante todo o tempo em que ele se dedicasse a seu aperfeiçoamento até a perfeição ele poderia simplesmente não estar preocupado com a sua sobrevivência, ele poderia ganhar o seu mínimo e quando tivesse a formação necessária para fazer o seu trabalho a perfeição poderia fazê-lo cobrando o que ele valeria e reembolsado através de impostos e contribuições tudo aquilo que recebeu e que permitiria que outro atingissem também o grau da perfeição.

    Volto a dizer, pior do que o futuro nos espera é a falta de esperança no futuro, vamos pensar mais longe, não como cidadãos do passado que para ganhar o seu pão e produzir o máximo que podiam, trabalhavam dias em ações que nos dias atuais fazemos em horas e que no futuro serão feitas em minutos ou até segundos, pensemos então nestes cidadãos do futuro que para produzir algo precisarão de uma hora na sua semana e o resto trabalharão somente pelo prazer.

  10. Discordo do artigo

    Provavelmente o autor do texto irá propor que abandonemos a tecnologia que alimenta 7 bilhões de pessoas e aposentemos as colheitadeiras que fazem o trabalho de 100 funcionários, para voltarmos a plantar no cabo de enxada.

    Nem passou na cabeça do autor do texto que sem esta tecnologia, os alimentos e bens teriam um preço absurdamente alto, como  eram antigamente para a grande maioria das pessoas. Que antigamente, roupas e comida eram caros porque eram produzidos artesanalmente. e que a tecnologia simplesmente não pode voltar pra tráz, pois o mundo caminha para frente, novas necessidades foram criadas devido à super população. 

    Lembro-me das narrativas de minha avó, que para conseguir cozinhar, tinha de puxar toda água na manivela do poço, tinha de acordar as 5 da manhã para cortar lenha e fazer a comida no fogão a lenha. Que a comida era quase toda plantada na enxada, no fundo do quintal, a roupa era não apenas costurada à mão, mas era feita toda por ela a partir de sacos. E se voltarmos mais atrás no tempo, até o tecido tinha de ser feito a mão. Uma simples viagem à cidade era uma aventura, dezenas de Km feitos à pé, com chuva ou frio, pois na época, só os ricos é que tinham cavalos, e descalços pois pobre não ganhava para comprar sapatos. Sim, tudo era caro, pois era feito a mão em processo penosíssimo e demorado. Um simples par de sapatos era para a maioria ” artigo de luxo ” só os ricos podiam ter. Quer o autor que voltemos a este tempo ?

    Banho, lá no sul, na época era só no sábado, principalmente no inverno. Banho sem chuveiro elétrico, em clima de geada, água aquecida no fogão a lenha, para 10 filhos. Enfim, banho era artigo de luxo naquela época. O povo fedia horrivelmente devido a isto. E no norte do país imaginem viver no passado sem ventilador nem ar condicionado, imaginem dormir com 40°C, sem energia elétrica.

    Devido a inexistência de anti concepcionais no passado cada família chegava a ter 10, 20 filhos, os pais de familia sofriam o diabo para sustentar uma prole tão grande assim, e a miséria se alastrava descontroladamente. Hoje tudo mudou, devido a tecnologia e avanços na medicina. Uma vasectomia é cirurgia rápida, barata, ao alcance de todos, até do mais pobre. Os avanços tecnológicos seriam tão ruins assim ?

    Uma picada de cobra ou de aranha na época era quase sempre fatal, pois não dava tempo de ir a pé para a cidade antes que o veneno fizesse efeito. E era comum este tipo de acidente, e este tipo de morte.

    E depois disto o autor do texto tenta nos convencer que a tecnologia é ruim. Quer que voltemos ao passado. Tenha dó.

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    Discordando do autor, as verdadeiras causas do desemprego e crise globais são outras.

    Nos EUA a causa da crise de 2008 foi a revogação da Lei glass steagall, que estava em vigor desde a crise de 1929, e que separava bancos comerciais e bancos de investimento. Sem esta lei o mercado ficou desregulamentado, cartelizado, e o capitalismo em si já selvagem, ficou pior ainda, gerando uma quebradeira de empresas sem limites. A que  lei impedia que a crise de 1929 de repetir-se, foi revogada por Bill Clinton. Poderia-se dizer que a ganância gerou a crise.

    E no Brasil, as causas do desemprego sabemos bem, são a quebradeira de empresas por processos judiciais das operações de combate à corrupção. Realmente nada a ver com demissão por ” causas tecnologicas “.

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    Nos séculos passados já houve protestos e quebradeira de máquinas, feitos por empregados insatisfeitos com o desemprego, e nem é preciso dizer que deram em nada. As máquinas e a tecnologia continuaram com o sem protestos. Máquinas são ótimas, pois podem baratear ainda mais a produção e a eficiência do processo produtivo.

    Se nós não embarcarmos na tecnologia, outros países embarcarão e produzirão bens e serviços a preços que não poderemos competir. Isto irá tornar a economia do Brasil pior ainda do que já está. Eles exportarão produzindo com máquinas a custos baixíssimos e venderão a preços irrisórios. Isto causará uma migração das nossas últimas linhas de produção para o exterior, onde eles adotam tais tecnologias. Será que o autor do texto pensou neste fato ?

    O mau uso da tecnologia pode ser ruim sim, se feito por pessoas ganânciosas. Mas o mau uso de qualquer coisa pode ser ruim. Devemos banir o fogo da sociedade só porque a inquisição o usou para torturar pessoas inocentes ?

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    Não é preciso socialismo, apenas menos ganância. Aliás mesmo nos países socialistas havia ganância e exploração, como atesta a China. Nem o socialismo está imune à ganância. E o socialismo, naufragou em 1989 durante a queda do muro de Berlim, em parte porque se fechou tanto que não pode acompanhar as inovações tecnológicas do ocidente. . Talvez precisemos de um capitalismo menos selvagem, com mais regulamentações.

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    Com a queda da natalidade, a população absorverá em décadas o desemprego gerado pela tecnologia , e aí teremos um planeta mais enxuto, com menos população e com fábricas mais eficientes e automatizadas, que garantirão produtos a preços muito menores. 

    Naturalmente que isto envolverá esforço, espírito de renúncia e de sacrifício pelo proletário, e isto é a verdadeira causa da revolta com as máquinas, todo mundo quer melhorar o mundo sem se sacrificar em nada.

     

     

    1. Sonho de uma noite deverão.

      Com a queda da natalidade, a população absorverá em décadas o desemprego gerado pela tecnologia , e aí teremos um planeta mais enxuto, com menos população e com fábricas mais eficientes e automatizadas, que garantirão produtos a preços muito menores.

      Na na ni na não. Ainda é uma sociedade de consumo. Sociedades de consumo exigem obsolecencia propramada.

      Demandam, sempre,  um número cresente de consumidores. E até o desenvolvimento sustentável tem limites. Então sem “Admirável Mundo Novo”.

      Fome, peste e guerra, junto com sua coadjutora a morte ainda são os meios “humanitários” de controle populacional e a forma de implemento de mudanças. O progresso só viceja na barbárie.

       

      1. Canadá e Austrália

        Caro Sr. Paulo

        Certa vez me disseram uma grande verdade, o grande segredo do capitalismo selvagem para explorar e expropriar as pessoas é a explosão demográfica. Quanto mais gente nascendo, menor será o salário do proletário, e maior o lucro dos empregadores. Por isto todos os capitalista ficam furiosos quando falamos de controle populacional, pois seus mega lucros seriam diminuidos caso a população parasse de procriar como coelhos.

        Mas não precisa ser assim. Canadá e Austrália por exemplo são países capitalistas, tem populações pequenas ( 20 milhões e 30 milhões respectivamente ) sem explosão demográfica, conseguem ter um padrão de vida elevado e continuar comercializando, trabalhando e vivendo, sem problemas. A sua teoria de que ” o progresso só viceja na barbárie ” não se justifica portanto.

        Como eu disse o grande problema é a ganância, a gula  da elite que quer aumentar seus lucros numa velocidade gigantesca, custe o que custar. Com paciência,e mais tempo, pode-se lucrar o mesmo tanto, sem explorar ninguém e sem destruir o planeta.

        Comércio não depende de quantidade de pessoas, mas de quantidade de dinheiro circulando e da quantidade de  bens produzidos. A maior prova disto é que o PIB per capita de países de pouca população como Canadá e Austrália é bem elevado.

        ———–

        Por isto mesmo, a classe  pobre poderia acabar com a própria exploração que lhe é imposta, se ficassem apenas algumas décadas com natalidade bem baixa, o que acabaria com o desemprego por completo e elevaria os salários, pela lei da oferta e da procura.

         

        Mas aí entrairia o espírito de renúncia e de sacrifício, e a disciplina que poucos no proletário querem ter, que como comentei é a grande causa da miséria. Discutir com a elite não resolve, cada um apenas pode fazer a sua parte.

        ” Ganância significa : Pressa desnecessária”.

        ” A palavra ” proletário ” vem de ” prole “, porque os pobres tem prole numerosa, tem muitos filhos geralmente, devido à ignorância sobre o controle de natalidade. “

  11. Em algum momento….

    Em algum momento haverá a troca de valores veniais por valores reais, de papel moeda por ativos reais, de ações na bolsa por propriedades efetivas de patrimônios. Isso está começando, a julgar pela voracidade com que o patrimônio brasileiro está sendo entregue. Quando alguém gritar que o papel verde pintado de dólar não vale porra nenhuma, será tarde demais, e já teremos entregue a amazônia, alcântara, a Petrobras, a VALE e etc. Participamos de uma troca estúpida de matérias primas e riquezas por espelhos e ilusões, por viagens a Disney. A economia global se sustenta apenas pelo fato de achar que um papel verde vale mais do que sua fazenda ou córrego de água limpa. Essa credibilidade está acabando.

  12. Muito bom comentário Welinton! As pessoas precisam entender.

    Parabéns, meu caro. As pessoas precisam tomar consciência destes fatos que já estão ocorrendo!

    Quase todo o pensamento progressista (inclusive acho que é a posição deste blog) pensa que a crise atual é causada pelo financismo e globalização, ou seja, pelo neoliberalismo. Na verdade o neoliberalismo foi uma maneira de fazer o capitalismo sobreviver. A causa da crise é a tecnologia: trata-se de uma crise do trabalho, que está se tornando supérfluo. O problema é que o capitalismo gera lucro em cima do trabalho e precisa da massa de consumidosres/trabalhadores para comprar.

    Um esclarecimento:

    A ótima análise do Welinton é de base marxista (onede ele escreve tecnologia, leia-se capital fixo e onde ele escreve trabalho, leia-se capital variável). Creio que ele não disse porque as pessoas não levam o marxismo a sério. Mas os marxistas são os únicos que podem explicar a crise atual de forma consistente e com base em dados empíricos. Não sei porque as esquerda e blogs como este insistem em não publicar artigos marxistas (parece que o capitalismo conquistou todos os corações e mentes: as pessoas não conseguem pensá-lo criticamente).

    Para quem acha que o marxismo é anacrônico, devo lembrar que desde os anos 80 o pensamento marxista vem se renovando e se tornando muito poderoso, em termos teóricos. A crítica do valor desenvolvida por Postone e Kurz é um exemplo disso. A teoria da queda da taxa de lucro abordada por Guglielmo Carchedi (veja este artigo http://resistir.info/crise/carchedi_04jan17.html) é outro exemplo. E há vários outros.

    Acho  muito importante que pelo menos uma parcela da população enteda o que está acontecendo (e a parcela “da esquerda” é a única que pode), pois só a consciência pode evitar reações irracionais à inevitável crise final do capitalismo, como são o facismo, o fundamentalismo e a guerra. E o marxismo atual pode contribuir decisivamente para este processo de conscientização.

    UM APELO AO NASSIF: POR FAVOR, DIVULGUE DIARIAMENTE TEXTOS MARXISTAS NESTE BLOG. Não é necessário concordar com os marxistas, mas acho que pela posição ideológica do blog, seria quase um dever abrir este espaço ao pensamento marxista atual.

     

  13. Leiam também Romulus

    No blog do Romulus esse tema é analisado com profundidade, tendo como conclusão o inevitável fim do mercado. Restará uma elite protegida por 10% da população mundial. Portanto, 85% da população mundial estará na miséria, sem retorno. É um cenário com altíssima probabilidade de se tornar real. Um cenário alternativo é imaginar que a ciência e a tecnologia avancem tão velozmente que sejam capazes de dispensar a mão de obra para a geração dos bens materiais necessários à manutenção de bilhões de humanos. A grande dúvida é saber, na hipótese de que isso se realize,  se a brutalidade mental das elites que controlam o planeta,permitirá  a emergência e realização dessa utopia.

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