Além de criar barreira de árvores, Temer nega divulgar visitas que recebeu em um ano

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Medida contraria a Lei de Acesso à Informação
 

Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República
 
Jornal GGN – Como se não bastasse a instalação de árvores para obstaculizar registros fotográficos pela imprensa dos visitantes que o presidente Michel Temer recebe no Palácio do Jaburu, agora o Gabinete de Segurança Institucional nega o direito de a população saber, definitivamente, quem visitou Temer.
 
Isso porque uma repórter do Estadão buscou a informação pelas vias legais: a Lei de Acesso à Informação, assinada pela ex-presidente Dilma Rousseff, que obriga a órgãos do governo a prestar informações de interesse público. 
 
“É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão”, diz o artigo 5o da Lei 12.527, promulgada em novembro de 2011.
 
A jornalista pediu as seguintes informações: os nomes dos visitantes, horários, datas e motivos das visitas ao presidente da República, entre os dias 13 de maio do último ano até o dia 25 deste ano.
 
Mas contrariando a própria Lei que estabelece a obrigatoriedade de o governo e seus órgãos concederem e tornarem públicas este tipo de informações, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Sergio Etchegoyen, negou passar os dados.
 
A primeira justificativa foi considerar o pedido “genérico”. A repórter entrou com recurso, que também foi negado pelo secretário-executivo adjunto do GSI, Cesar Leme Justo, com o mesmo argumento. Um segundo recurso foi negado por Etchegoyen, “ratificando” a negativa. 
 
A medida do gabinete de Michel Temer ocorreu pouco após a visita do dono da JBS, Joesley Batista, em encontro não oficial com o mandatário, em que o executivo gravou a conversa, motivando a abertura de diversas investigações, incluindo contra o próprio presidente, por obstrução à Justiça, e uma denúncia de corrupção passiva. 
 
Quando visitou o Palácio, previamente autorizado, Joesley entrou pela garagem. O mandatário justificou que a entrada era mais segura, porque “não tem imprensa”. Imediatamente depois do caso ser tornado pública, o mandatário tentou demonstrar transparência, divulgando detalhes de suas todas os seus encontros e reuniões na agenda oficial, incluindo conversas de poucos minutos.
 
Mas após ser alvo de diversas investigações e do envio da denúncia à Câmara, Michel Temer determinou a construção de um corredor de árvores, que escondem a identificação dos visitantes do peemedebista no Palácio do Jaburu. E, agora, negou o acesso de jornalistas e, consequentemente, da população às visitas que recebeu neste um ano de mandato.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. A moita e o moita

    Prezados leitores,

    Em março do ano passado, numa espécie de compensação, já que ficara nítido o caráter golpista e persecutório da Fraude a Jato em relação ao PT, aos petistas e à Esquerda, veículos de mída noticiavam o escândalo da máfia da merenda escolar em SP, envolvendo o 1º escalão do tucanato, inclusive secretário da Casa Civil de Geraldo opus dei Alkmin. Um excerto de notícia publicado no El País mostrou 

    “O caso coloca sob suspeita também a secretaria da Casa Civil do governador Geraldo Alckmin, porque o então chefe de gabinete do ex-secretário Edson Aparecido, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, aparece em um grampo telefônico feito pela polícia pedindo dinheiro a integrantes de uma das empresas. Ele foi demitido no dia 18 de janeiro, na véspera da operação ser deflagrada.”

    Ou seja: o uso de ‘moitas’ pelas quadrilhas do PSDB e do PMDB não são, necessàriamente, uma novidade, mas um hábito regular. E moita sugere o quê, caros leitores? Trapaças, tramas escusas, corrupção, soborno, desvio de dinheiro público e coisas do tipo, não é mesmo?

    Esse general chefe do recriado SNI – eufemística e tucanamente rebatizado de GSI – também gosta de atuar na ‘moita’, às ecusas, à socapa, à sorrelfa. Ele mantém a tradição da família, já que pai,  avô e tio foram coniventes ou partícipes de torturas contra adversáros dos regimes ditatoriais. sérgio etchegoyen foi o único militar da ativa a proferir discurso contra Comissão Nacional da Verdade, que se incumbiu de apurar e relatar as perseguições e torturas durante a ditadura militar, apontando nomes de vítimas e de torturadores.

     

  2. A moita e o moita

    Prezados leitores,

    Em março do ano passado, numa espécie de compensação, já que ficara nítido o caráter golpista e persecutório da Fraude a Jato em relação ao PT, aos petistas e à Esquerda, veículos de mída noticiavam o escândalo da máfia da merenda escolar em SP, envolvendo o 1º escalão do tucanato, inclusive secretário da Casa Civil de Geraldo opus dei Alkmin. Um excerto de notícia publicado no El País mostrou 

    “O caso coloca sob suspeita também a secretaria da Casa Civil do governador Geraldo Alckmin, porque o então chefe de gabinete do ex-secretário Edson Aparecido, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, aparece em um grampo telefônico feito pela polícia pedindo dinheiro a integrantes de uma das empresas. Ele foi demitido no dia 18 de janeiro, na véspera da operação ser deflagrada.”

    Ou seja: o uso de ‘moitas’ pelas quadrilhas do PSDB e do PMDB não são, necessàriamente, uma novidade, mas um hábito regular. E moita sugere o quê, caros leitores? Trapaças, tramas escusas, corrupção, soborno, desvio de dinheiro público e coisas do tipo, não é mesmo?

    Esse general chefe do recriado SNI – eufemística e tucanamente rebatizado de GSI – também gosta de atuar na ‘moita’, às ecusas, à socapa, à sorrelfa. Ele mantém a tradição da família, já que pai,  avô e tio foram coniventes ou partícipes de torturas contra adversáros dos regimes ditatoriais. sérgio etchegoyen foi o único militar da ativa a proferir discurso contra Comissão Nacional da Verdade, que se incumbiu de apurar e relatar as perseguições e torturas durante a ditadura militar, apontando nomes de vítimas e de torturadores.

     

  3. Mas ai eu entendo

    Mas ai eu entendo perfeitamente as razões do ladrão Michel Temer, marido da Dona Marcela, em se esconder. Claro que o sujeito não pode estar dando mole, levando ao conhecimento das quadrilhas rivais, revelando a identidade de seus comparsas, sócios e parceiros.

    No mundo do crime, e, em especial no seio das facções especializadas em furtos, roubos, e desvios de bens públicos. O segredo, o sigilo a discrição e a mentira, são ferramentas indispensáveis à logevidade e ao êxito na carreira profissional de um constitucionalista de fancaria. Na verdade, um embusteiro e corrupto de porte amiudado.

    Orlando

     

     

  4. .

    A essas alturas do campeonato o bichinho está com medo até da própria sombra.

    No início de seu “mandato” o Temerário golpista revelou que tem muita experiência em tratar com bandidos. Está mostrando isso na prática a cada dia.

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