“O golpe precisa de espetáculo”, diz Breno Altman

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – “O golpe precisa de espetáculo”, disse o jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, que foi coercitivamente levado a depor no dia 1° de abril, em fase da Operação Lava Jato. Altman discursou durante ato de Defesa da Democracia e dos Direitos Sociais, no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (07), data em que é celebrado o Dia do Jornalista.
 
“A escalada da operação Lava Jato, que fornece combustível pra ofensiva conservadora, é baseada na criação de fatos que permitem alimentar a conspiração de direita, o golpe constitucional que tramam no Parlamento e no Tribunal Superior Eleitoral”, disse o jornalista, relacionando a Operação comandada por Sergio Moro, juiz da Vara Federal do Paraná, com o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
 
“[A Lava Jato] é hoje, não uma trincheira de luta contra a corrupção, mas um cancro, uma caverna de conspiração”, disse, completando: “Eles precisam de espetáculo. O golpe precisa de espetáculo”.
 
Assista à declaração:
 

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ATO EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS SOCIAIS no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.Breno Altman, do Opera Mundi, que foi levado a depor coercitivamente no dia 01/04, sem nunca ter sido intimado a depor anteriormente.”Eles precisam de espetáculo. O golpe precisa de espetáculo. A escalada da operação Lava Jato, que fornece combustível pra ofensiva conservadora, é baseada na criação de fatos que permitem alimentar a conspiração de direita, o golpe constitucional que tramam no Parlamento e no Tribunal Superior Eleitoral. Ela é hoje, não uma trincheira de luta contra a corrupção, mas um cancro, uma caverna de conspiração.”Video – Lina Marinelli, especial para os Jornalistas Livres

Publicado por Jornalistas Livres em Quinta, 7 de abril de 2016

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1.  Em que momento a imprensa

     Em que momento a imprensa brasileira vai querer ser séria?

    Olha só, havia notícias de que a Mossack Fonseca se envolveu na compra de um apartamento no edifício Solaris.

    O apto. que querem porque querem dar p’ro Lula também fica lá e tem um processo apurando se pertence ou não a ele. Nada a ver com aquele ap da Mossack Fonseca, São duas coisas distintas, nada a ver uma com a outra.

    Agora, com o escândalo “Panamá Papers” envolvendo a Mossack Fonseca,  o inquérito que apura o apartamento “do Lula” é  tratado pela imprensa como “o processo da Mossack Fonseca em que Lula está envolvido e, por isso, o Juiz Moro mandou p’ro STF”. Já li várias manchetes com esse teor absurdo. Só lá dentro do texto da reportagem, bem rapidamente, subrepticiamente, dissimuladamente, rastejando pra não fazer muito barulho, aparece uma explicação do que é o quê. Assim mesmo se o leitor não for razoavelmente alfabetizado, bota logo nas costas do Lula que ele tem contas offshore etc. Um festim diabólico de velhacaria.

    P’ra mim chega. Muito desgastante.

    As vítimas do fascismo às vezes sucumbem pelo cansaço, pela traição do vizinho, pela omissão do amigo ao lado – isso quando não são aniquiladas, torturadas, exterminadas fisicamente pelo caminho.        

    Por isso os sobreviventes dessa doença nojenta, às vezes nações inteiras, irem para o panteão dos heróis da humanidade.                                                                       

    Boa sorte, Dilma. Essa sua força deve vir do rostinho dos seus netos que te lembram as outras crianças brasileiras. E da vontade de fazer o bem pra elas. Com o apoio dos amigos, entre eles Lula.

     

     

     

  2. golpe

    Os verdadeiros mentores se expuseram em conjunto na Band pra quem quisesse ver, já certos do resultado da eleição: FHC, Serra, Alckmin, Aécio, Temer e outros canalhas. É o Golpe

     

  3. PIG e ilusionismo

    É verdade, logo que saiu a primeira reportagem sobre os Panama Papers no Le Monde, houve a menção a Dilma, de embolada com o Macri. Depois, se mancaram e não republicaram a maluquice.

    Tento pela terceira vez dizer aqui que fruto de árvore podre é imprestável como prova. Se as gravações do Moro são ilegais, nada do que consta delas pode ser usado em processo algum, seu destino é o lixo. Não se pode nem começar processo para impedir a posse do Lula como ministro, ou para acusar Dilma com base nisso. A própria advogada possessa, o próprio janota chefe da quadrilha sabem disso. Mas fazem de conta que o STF não sabe.

    Quer-se rasgar a Constituição com base em invencionices e ilusionismos, como diz o Altman. Em 1964, fizeram isso, depuseram um presidente prometendo eleições em 6 meses, lembram-se? Foram 25 anos de arbítrio. Destruída a ordem constitucional, tudo é possível. Aí, serão tempos difíceis: o país de joelhos frente ao FMI de novo, babacas arrependidos e os 35 milhões de ex-pobres de volta à miséria.

     

     

  4. PIG e ilusionismo

    É verdade, logo que saiu a primeira reportagem sobre os Panama Papers no Le Monde, houve a menção a Dilma, de embolada com o Macri. Depois, se mancaram e não republicaram a maluquice.

    Tento pela terceira vez dizer aqui que fruto de árvore podre é imprestável como prova. Se as gravações do Moro são ilegais, nada do que consta delas pode ser usado em processo algum, seu destino é o lixo. Não se pode nem começar processo para impedir a posse do Lula como ministro, ou para acusar Dilma com base nisso. A própria advogada possessa, o próprio janota chefe da quadrilha sabem disso. Mas fazem de conta que o STF não sabe.

    Quer-se rasgar a Constituição com base em invencionices e ilusionismos, como diz o Altman. Em 1964, fizeram isso, depuseram um presidente prometendo eleições em 6 meses, lembram-se? Foram 25 anos de arbítrio. Destruída a ordem constitucional, tudo é possível. Aí, serão tempos difíceis: o país de joelhos frente ao FMI de novo, babacas arrependidos e os 35 milhões de ex-pobres de volta à miséria.

     

     

  5. A gente precisa sair do

    A gente precisa sair do imobilismo e se movimentar aí durante a semana. Os movimentos sociais estão marcando algumas coisas essa semana, mas é tudo muito fechado apenas para eles e se preocupam muito com detalhes, quando o importante é mesmo é ter locais e datas e se mobilizar para ir. Ficam criando mil eventos diferentes (o que é até positivo), mas a gente precisa mesmo é de um grande ato contra o golpe, como foi o do dia 31 de março. E é “contra o golpe, pela democracia”, não adianta botar mil pautas dentro, porque isso só confunde e é algo voltado muito para militantes, e a gente precisa expandir isso (como já expandimos).

    O governo também precisa atuar mais no campo simbólico. Precisa parar com essa mania de “prefeito do interior” e ficar só inaugurando casas e fazendo eventos fechados. Tem que criar grandes fatos e grandes narrativas. Tem que fazer isso, para contrabalancear no campo simbólico a grande imprensa. Nesse campo, eles dão de lavada e vão levar gente à rua, porque é isso o que eles fazem (criam o espetáculo e depois capitalizam em cima, com aquelas micaretas que eles chamam de manifestação). 

    Foi um erro terem cancelado a manifestação no Anhangabaú, que estava marcada para agora, sábado. Por que cancelaram? Vamos repetir o mesmo erro de 1964, quando houve um certo acomodamento da esquerda e dos democratas, até que no dia do golpe não tiveram nada mais para fazer, ele já estava dado? Por que não estamos aproveitando esse “momentum” que as forças progressistas estão criando, essa resistência, para termos outros grandes atos?

    Conheço muita gente que quer lutar e quer sair na rua, mas simplesmente nenhum movimento social está marcando nada, somente eventos menores sobre pautas mais isoladas e isso não junta todo mundo. Precisamos de algo que junte a todos e mostre que somos fortes e que vamos resistir. Tenho notado que o pessimismo e o abatimento tem tomado conta de algumas pessoas, junto com o medo do golpe. Não podemos deixar isso acontecer.

    A próxima semana é histórica, são alguns dias que vão valer por anos. Precisamos lutar e precisamos deixar claro que não vai ter golpe. Somos muitos, mais que os golpistas até, mas precisamos nos organizar melhor aí para a luta e para as manifestações. Agora segunda-feira vai ter uma grande na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Mas e em outros lugares? Por que ainda não fecharam para nos manifestarmos no dia 17 ou em qualquer outro dia? Precisam marcar hora e local, ter um site simples, claro e bonito que divulgue isso (não aqueles sites horrorosos de sindicato, que falam, falam mas não chegam ao ponto), precisamos de mais ações de comunicação. 

    Em resumo, acredito que já era para se ter marcado um grande ato nacional de mobilização pela democracia e que isso seja divulgado pelo máximo de meios possíveis. Todo o resto é secundário, não é hora dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda olharem para dentro de si e se preocuparem com seus conflitos e questões internas. É hora de organizarem a luta pela democracia. Dia 17 podem votar o impeachment e a Globo vai chamar aquela multidão para a rua. Se a gente não ocupá-la, de maneira organizada e democrática, vamos perder, os deputados vão votar pelo impeachment. 

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