Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Anotações sobre “O xadrez da repactuação ou das novas eleições”, por Rui Daher

Gilmar Mendes

Por Rui Daher

Em post para este GGN e análise lúcida, Luís Nassif conclui que “a proposta menos impossível e menos danosa é a do pacto”. Considera grandes desafios para Lula viabilizá-lo. Antes de tudo, “juntar uma base para derrubar o impeachment e garantir a governabilidade”. E infere uma moeda de troca para a conquista: Lula não se candidatar à Presidência, em 2018.

Para desencanto e reprovação de muitos, vou mais longe: sem isso não haverá estabilidade ou recuperação econômica e poderemos chegar a uma ruptura institucional.

Tal como o impeachment de Dilma, compromisso assim é golpe? Sim. Mas é o que temos diante de uma nação conflagrada.

Qualquer das soluções políticas que se apresentarem serão inócuas no objetivo de retomar a política econômica em vias que permitam a estabilização e posterior crescimento. Sem isso estaremos jogando fora e devolvendo os ganhos de um projeto de governo que permitiu longo período de desenvolvimento com inserção social.

Fora da repactuação, manter-se-ão imobilizados amplos setores econômicos, vale dizer o País. Também, não retrocederão os episódios de sectarismo e oportunismo exacerbados.

Dar vida ao novo pacto, infeliz e fatalmente, passa por Lula usar sua única moeda de troca, a mesma da esquerda, acredito, hoje baseada apenas no fôlego dos movimentos sociais e de espasmos intelectuais: comprometer sua candidatura à Presidência, em 2018.

Leva a isso o fato de que todo o processo deflagrado pelo conluio jurídico e midiático foi a percepção tardia de que a volta de Lula, em 2018, poderia prolongar mais um longo período de hegemonia do PT. Sabem do seu saber. E por isso o temem.

Percebessem antes e capazes fossem, teriam trabalhado duro num projeto musculoso de nação para apresentar nas últimas eleições. Ajudaria um candidato sério. Talvez assim chegassem ao Poder Executivo como se faz em democracias. Pelo voto. Mas não. Preferiram apostar em oposição de caráter historicamente rasteiro e fraco, rachada em traições internas, enfim, quase inexistente.

Reeleita Dilma, restou-lhes impedi-la de governar e preparar o golpe. O susto fez a reação. Disparos vindos de todos os cantos, ações policiais e vazamentos direcionados, campanhas intensas na mídia, traições no Congresso, vale-tudo que deteriorou o equilíbrio institucional, a ponto de colocar-nos próximos do não retorno e da ruptura.

O segundo motivo para que, mesmo que o impeachment, que não é golpe, mas este é, seja evitado, e se tire o cavalo da chuva com a possibilidade de Dilma renunciar se antecipar eleições, o PT precisará passar por uma repaginação que não será breve, posto que cedeu profundo ideário a favor da “Senhora Governabilidade”, desviando-se dos anseios dos movimentos sociais e enredando-se em episódios de corrupção explícita. Perdeu, pois, parte importante da credibilidade que ganhara.

Para as esquerdas, restará rever conceitos e modos de ação diante da atual etapa do capitalismo, ainda mais ingrata em sua concentração e geração de pobreza.

Por que não um candidato de esquerda com algum potencial de vitória apoiado por Lula e um PT em revisão?

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

49 Comentários

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  1. No cenário não vejo outro

    No cenário não vejo outro senão o Ciro Gomes, que também possui como virtude e vulnerabilidade o temperamento explosivo.

  2. AS REGRAS CONSTITUCIONAIS NÃO SÃO DISCUTÍVEIS

    Normalmente concordo com o Nassif, mas aqui discordo completamente. Temos que por fim a subversão da democracia e da Constituicão. Quer dizer que perderam as eleicões, entraram no TSE com denúncia de irregularidade em urna eletrônica um mes após as eleicoes, e desde então eles já tentaram o impeachment de “n” maneiras, visando “consertar” o resultado das eleicões. Se obtiverem qualquer acordo que NÃO SEJA estritamente dentro das leis e da Constituicão, abre-se um precedente fatal. Nunca teremos uma democracia estável. Que percam e aprendav a perder. Não existe outra maneira de saor dessa guerra civil híbrida com um mínino de ordem institucional. Será que é tão difícil de enxergar? O que eles querem não é apenas o poder temporário, mas subverter a democracia, reescrever o Estado de Direito, reescrever o Brasil.

    1. Pedido de desculpas

      Prezado Rui.

      Gostaria de pedir desculpas pela maneira como me expressei no comentário acima. A expressão usada, definitivamente, não era dirigida a você, mas à idéia de tentar encontrar um ponto em comum com uma oposição irresponsável e golpista. A irritação com essa possibilidade é que ela tem sido tentada desde 2003 sem ter surtido efeito algum, a não ser uma aposta cada vez mais temerária por parte dos que não aceitaram e jamais vão aceitar as enormes conquistas sociais a partir de uma módica distribuição de renda. No meu modo de entender, não se negocia com quem reiteradamente não está disposto a negociar.

      De qualquer modo, você não merecia ter recebido a resposta da maneira malcriada que escrevi. Por isso, ficaria muito contente se você pudesse aceitar as minhas desculpas. Muito obrigado.

      Respeitosamente,

      Ninguém

  3. Dilma e a oposição tem algo

    Dilma e a oposição tem algo em comum = fazem pacto com o diabo em nome do poder. O diabo da oposição é Eduardo Cunha; e o de Dilma é Kassab-Maluf, dois políticos que eu, como morador de são paulo, senti na pele os estragos que eles fizeram por aqui. 

    Não sei qual pacto será o vencedor (eu torço que Dilma termine seu mandato não por crer que ela, vencendo o impeachment, conseguirá amenizar o estrago econômico que fez ao país, mas por crer que está na hora de sermos um país sério e não uma republica de bananas ) – porém uma certeza eu tenho = quem vai pagar o pa(c)to será o andar de baixo.

     

     

  4. Se houver conflagração

    De jeito nenhum posso concordar com essa saída.

    Nos oito anos de Lula como presidente, a situação não era muito diferente do que ocorre agora.

    E é bom lembrar que o mensalão foi no seu primeiro mandato.

    Mesmo assimn não só conseguiu se reeleger como fez de Dilma sua sucessora e reeleita.

    É bom lembrar também que esse Congresso acabou com o instituto da reeleição, um casuismo, porque sentiram que levariam mais um tunda. E levaram mesmo.

    Agora eu pergunto: se a direita não aceita ficar fora do poder, quando a esquerda terá direito a governar sem ser sabotada?

    Quando eles estiveram no poder, sempre foi pelo golpe, nunca tiveram o povão ao seu lado.

    O PT errou? Claro que errou. Mas quem vive “errando” eternamente contra o povo brasileiro? É a direita, representada pelas elites mais nefastas do mundo. Não toleram uma vírgula de avanço para os mais necessitados e os excluídos terem ao menos, acesso ao basico para a sua sobrevivência.

    Com todos contra (essa elite) num sonolento vacilo, “permitiu” a eleição do Lula. Ou, outra teoria minha: Os dois mandatos do FCH foram tão ruins que permitiu a eleição do Lula, e a direita não deu muita bola achando que Lula quebraria a cara. Quando perceberam a burrada que fizeram, já era tarde.

    Desde então começou a sabotagem ao seu governo, criando o mensalão e que figurou na grade de programação da TV Globo como espetáculo que valia tudo. Desde brigas de ministros do STF, votos com mais de três ou quatro horas para condenar “exemplarmente” sem provas nenhuma José Dirceu, Genoíno, João Paulo, Henrique Pizzolato, que precisou fugir para a Itália.

    Com todo esse histórico, alguém acredita nessa direita, nessa elite que eles farão um pacto para perderem?

    Só os inocentes podem acreditar nesse conto de fadas.

    Quer saber mesmo a minha opinião?

    Se houver conflagração… haverá sim se tentarem derrubar a Dilma sem base legal, porque o que se trata agora é base legal sim, na base da política, como muitos apregoam, não tem futuro, porque a direita não quer perder, e como ela não tem votos, não cederão.

    E nós vamos ficar assistindo como cordeirinhos?

    Se a corda não suportar a tensão dos dois lados, então virá a conflagração, infelizmente.

    Ou seria felizmente.

    Eu prefiro e acredito na segunda opção.

    Para sermos felizes temos que labutar e lutar muito, no seu sentido amplo.

    Não ao pacto.

    #nãoaopacto

  5. Com todo respeito

    O Congresso dominado por quadrilhas, o poder judiciário dominado por “filhinhos de papai que fizeram curso de fascismo nos EUA”, uma mídia que põe a máfia no chinelo.

    E voces vem falar em pacto? Quais seriam as bases de tal pacto quando sabemos perfeitamente que nem o céu é o limite para a ganância dos rentistas e sonegadores em uma estrutura financeira  que procura se grudar em qualquer coisa que possa transformar em mais poder e mais dinheiro, enquanto a The Economist publica que somos “gloriosamente improdutivos”?

    Acredito que o articulista menospreza os movimentos sociais e “alguns intelectuais e artistas”, que fazem o papel da esquerda hoje.Eu acredito que é desse grupo que virão ações que possam melhorar nossa perspectiva, na base da cidadania.

     

     

     

  6. É o que tende a acontecer e não será golpe

    Convenhamos, Lula NÃO precisa de um terceiro mandato. Não precisava antes e precisará menos ainda em 2018.

    Passada a tempestade do Impeachment. que é golpe neste caso, Lula assumira 2 ANOS de governo. Não poderá ir embora porque é ele o fiador deste mandato. Sempre foi e agora que o governante se tornou tecnicamente inadimplente com a governabilidade cabe a ele assumir o comando que todos nós (esquerda e direita) sabíamos que estaria disposto a fazer, mesmo que a direita não queira.

    Depois destes 2 anos de muito trabalho, com Lula num ambiente político e econômico conturbado e ainda tendo como brinde a divisão do poder com a legítima governante DILMA, nosso ex-presidente não vai estar disposto a enfrentar nova campanha para passar MAIS 4 ANOS NO PLANALTO. Serão 6 anos ininterruptos de governo para um senhor de idade avançada que terá ajudado a governar o período mais complexo e difícil do Brasil desde sei lá quando!

    E Lula sabe que não volta em 2018. Que não terá vontade para isso e disposição para tanto. Uma nova eleição seria para ele aprofundar um projeto e inovar, não essa briga insana para manter parte do seu legado e se reinventar num novo contexto político-eleitoral.

    Lula vai escolher seu sucessor como escolheu Dilma, vai avaliar com cuidado a força eleitoral do PT e CEDER ESPAÇO. É o que Lula faz de melhor na política, apesar dos detratores verem nele um centralizador e até ditador.

    Para 2018 Lula nos brindará com seu sucessor.

     

    1. E daí? Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

      Uma coisa é Lula decidir nao se candidatar e, só em 2018, fazer um acordo com um candidato possível, e por livre decisao. Outra coisa é fazer agora um “pacto” GOLPISTA, sob chantagem. Se é para haver golpe, que seja a Direita a fazê-lo, que nao haja capitulaçao de Lula e do PT. Até porque é preciso combinar com os russos, sabe? Duvido que os movimentos sociais aceitassem isso, e tb a “militância golpista”.

      1. Pois é, não será sobre chantagem

        Assim como ninguém acreditava quando Lula dizia que não seria nunca mais candidato à presidente, porque tanto a Direita quanto a Esquerda viam que não havia outra possibilidade independente da sinceridade da afirmação, também em breve ficará claro para todos que a conjuntura não impulsionará Lula a uma nova aventura rumo ao Planalto, não importando que ele mantenha o discurso da candidatura e o use justamente para manter em si o foco enquanto as esquerdas e demais progressistas buscam uma alternativa eleitoral viável.

        Será a realidade e não um acordo de bastidores que aposentará Lula. Como tem que ser.

        Lula não precisará satisfazer seus eternos algozes, mesmo porque hoje a esquerda/progressistas (e nem a direita) tem candidatura viável e há pouquíssimas opções. 

        1. Assim estamos de acordo

          Pessoalmente acho trágico se Lula tiver que concorrer por falta de liderança alternativa. Ele já tem 70 anos, terá mais em 2018, e ninguém deveria ser insubstituível. Mas acho difícil termos algum candidato desejável até lá. O único que vejo no horizonte é Haddad, mas ainda nao tem capital simbólico e eleitoral suficiente.

          1. É é esse mesmo!

            É o Haddad mesmo! Mas não vamos contar para ninguém porque há muito chão pela frente e não queremos que ele sofra metade do que Lula vem sofrendo nos últimos anos.

          2. Mas cuidado p/ nao confundir seus (nossos) desejos c/ a realidad

            O próprio Haddad tem que amadurecer, para nao ficar no mesmo “republicanismo” que prejudicou Dilma. Ele tende muito a pensar apenas em termos do que seria o ideal, o correto, mas em política as coisas nem sempre podem ser assim.

  7. Uma coisa é certa

    Como nós , o povo , ainda não temos consciência política. Elegemos um governo de esquerda e no parlamento apenas 100 deputados entre 513.

    Assim a esquerda nunca vai ter condições de governar sem fazer muitas concessões.

    1. Tente explicar isso para quem crê q governo tem vara de condao

      Psolistas e companhia limitada, que acham que o governo pode fazer tudo que seria desejável.

  8. Pausa para um café

    Que Lula termine o mandato de Dilma. Em 2018, trabalhe-se para que o país não caia nas mãos de um traidor qualquer. Existem possibilidades fora do PT para manter e mesmo avançar nas políticas sociais e na linha da soberania nacional. Importante que o PT entendesse a lição de Getúlio em 1945. Gostaria muito, mas não sei se consigo acreditar.  

  9. Mais uma vez, a esfinge!

    Sei não, mas minha impressão é que seremos devorados porque não vejo como decifrar o enígma que nos achamos,

    idealizado e levado a cabo pelas instituições máfias que dominam o País: a direita política, judiciário, imprensa e grupos

    econômicos.

  10. Cadê o original?
    Com todo o respeito ao comentador, já procurei o texto deste Xadrez em todo canto, no GGN, e não acho. Cheguei a acessar um pouco mais cedo mas, como estava travalhando, deixei pra ler mais tarde. Agora só encontro o comentário…seria dificil deixar o original mais acessível?

  11. Deve ser alguma piada de mau

    Deve ser alguma piada de mau gosto.

    Qualquer pacto só é possível com a saída de Cunha. Ele saindo a oposição perde 80% de sua força, o própria Paulinho da força já disse isso.

    Tirem o Cunha do caminho que tudo volta aos trilhos. Seus comandados vão perder o rumo, correrão como ratos com medo de serem os próximos. Até o Renan vai ficar mais dócil, pois é um político experiente.

    O problema é que o STF e o janot são muito lentos. cadê a preventiva das mulheres do cunha que não foi feita ainda.

    Como pode um sujeito citado em todas as listas, que as testemunhas declaram terem medo dele, que faz manobras mil na câmara, que tem contas comprovadas na suiça, continuar solto sem ser afastado do cargo que lhe protege?

    Agora vem vocês falarem em sacrificar o Lula, ora, ora ora. Isso deve ser ingenuidade, má fé, preconceito ou alguma piada de mau gosto mesmo.

    Querem um pacto sem Lula 2018. OK. As esquerdas aceitam desde que:

    * a Vale seja reestatizada

    * a Petrobras volte a ser 100% do governo com a reincorporação de todas as ações que foram vendidas em Nova Iorque, 

    * o orçamento das forças armadas seja ampliado para garantirmos nossa soberania, inclusive com revogação do tratado de não proliferação

    * seja criada uma construbrás para garantir que nossa tecnologia de engenharia não seja perdida

    * que sejam criados mecanismos de controle do ministério público, bem como dos judiciário

    * finalmente, que Serra, Alkimin, Aecio, Richa e Marina também não possam se candidatar.

    ficou difícil né? parece que o Brasil precisa mesmo é da sua bastilha.

  12. Dar carona pra escorpião

    Os caras estão fora do poder há 13 anos. Quais garantias de que honrarão pactos ou acordos? Confiar na direita? Na Globo?

    Negociar abrindo mão de seu maior patrimônio político?

    Da ingenuidade progressista, já basta o autossabotador “republicanismo”.

  13. A questão de querer ou não

    A questão de querer ou não ser candidato só cabe a Lula. Obrigar a maior liderança política do país a não se candidatar simplesmente porque a direita escrota desse país não suporta mais perder é antidemocrático. Mas, como varios já falaram aqui ninguém acredite que os movimentos sociais vão aceitar essa palhaçada que não irão. 

  14. CHULO …

    Mas é como pensar num troca-troca.. enquanto “no meu”,  td bem. Quando chegar minha vez acabou o tempo … hum.  Fazer acordo com essa direita sórdida, que tem apoio dessa mídia sórdida é pura perda de tempo. Só cumprem até a “vez deles”.  Passou 2018, não cumprem mais nada. Querem Lula, Dilma, PT e a esquerda fora do poder e do cenário político nacional. . Pensam  exatamente como o ex-senador Bornhausen!

  15. Fossem em condições normais

    Fossem em condições normais de temperatura e pressão política (sem o “casamento” das crises política e econômica, iniciadas e mantidas artificialmente pela direita de mãos dadas e em fogosos beijos e abraços com a extrema-direita desde o primeiro dia da reeleição) seria super natural Dilma escolher seu(sua) sucessor(a), prova-o um certo distanciamento com um certo PT já durante o primeiro mandato.

     

    De outra parte, acreditei e ainda acredito piamente no que o Lula disse, que ele já esta se encaminhando para a aposentadoria (“institucional”, né?, não como liderança e bússula), não fossem a ingovernabilidade promovida pela Câmara com a insana bancada suprapartidária Cunha e a imoral perseguição a ele pela equipe do Lava Jato (Janot?) e o carrasco dela em pele de juiz, o Moro de ódio lá, tirá-lo do seu mais do que merecido “repouso”.

     

    Agora, piso e repiso: mesmo em condições normais de temperatura e pressão política, e mesmo agora sem o financiamento privado (o Caixa 2 irá correr solto, não duvidem um instante disso), não ocorrendo no meio do caminho uma reformulação importante no sistema de representação parlamentar… não vai ter jeito: é ingovernabilidade anunciada, líquida e certa, uma atrás da outra, com Lula, sem Lula, com apoio de Lula, sem apoio de Lula…

     

    Pois é, se não se atacar defiinitivamente as condições dessa recalcitrante “Senhora Ingovernabilidade”, ou seja, o modo de composição do poder legislativo federal, sinto dizer, mas não vai ter jeito de dar jeito.

  16. Mantenho a opinião que

    Mantenho a opinião que expressei no post original e acrescento: esta é uma questão que transcende a Lula e deságua no PT e em qualquer outro candidato do partido. Para funcionar como Nassif deseja, Lula teria que além de abdicar de suas perspectivas eleitorais, participar de um simulacro, qual seja, fingir que apoiará um candidato meramente decorativo, sem quaisquer chances de vitória, cumprindo todas as etapas do processo eleitoral, mas sem fazer o suficiente para que esse candidato obtenha a vitória. Pois se eleito for, o resultado positivamente não será aceito. Ou Nassif e o nobre colega que escreveu o post em epígrafe vão defender que Lula também não faça campanha eleitoral para o candidato de seu partido? É o que falta.

    O peso de Lula numa campanha eleitoral, em defesa de uma candidatura, tem sabidamente influência no voto do eleitor e pode ser decisivo para vitória. Eleito o candidato apoiado por Lula, aceitarão o resultado das urnas? Certamente que não. Estaremos novamente diante de um impasse, com a imprensa ainda mais conflagrada e insuflando as massas a protestarem contra os resultados das urnas.

    Restaria o apelo a uma outra hipótese, a de que Lula e seu partido apoiassem um candidato de oposição aos governos que realizaram. Não o PSDB evidentemente, seria a capitulação total. Digamos Marina, aí os movimentos golpistas pró tucanos e a mídia também não aceitariam os resultados, a menos que tivessem a maior influência nos destinos do novo governo. De outra sorte, diriam que Marina eleita, seria fantoche de Lula. Pra mostrar a população que não, embora os votos que sempre lhe faltaram para vitória tenham sido trazidos por Lula, e os eleitores que Lula trouxe queriam exatamente isso, Marina chamaria os tucanos para comporem o governo. Tucanos e petistas num eventual governo Marina. Não demoraria e a era petista seria desmontada, com menos direitos, menos políticas públicas pelo social, menos destribuição de renda, a defesa da cartilha neoliberal proposta pela mídia, como pacto pela governabilidade, em plena execução. O povo aceitaria isso passivamente?

    Para Lula participar de algo assim seria exigir a desonra, a humilhação, a ignomínia do maior líder da América Latino vivo. O que o Nassif pede, mas não diz clara e abertamente, é que nem Lula seja candidato, nem apóie qualquer outro candidato fora e dentro de seu partido, e nem o PT tenha candidato em 2018. Seria o fechamento branco do PT e o exílio de fachada das suas principais lideranças, única forma capaz de conter os golpistas pró tucanos. Fora disso nada que Lula faça seria aceito.

    Portanto, a solução não é menos, e sim mais Lula. Lula à frente deste governo para recuperar o legado perdido. Lula candidato em 2018 para ensinar lição de democracia a estes fascistas que estão nas ruas. Lula articulando a recuperação da economia para que os empregos perdidos sejam novamente gerados.

    Bastou Lula entrar com o peso de sua influência nas negociações contra o impeachment da presidenta Dilma para que o resultado comece a ser considerado uma incógnita apesar de não está exercendo plenamente as funções que lhe foram outorgadas pela presidenta Dilma, subtraídas num ato de força e violência pelo ministro Gilmar Mendes que diz abertamente que o bandido Eduardo Cunha pode assumir a presidência e Lula que não é réu em nenhuma ação penal tem sido impedido por este ministro de assumir a casa civil.

    O ministro Marcos Aurélio de Mello percebeu que a solução para crise é Lula, mesmo sendo um liberal conservador e tendo restrições históricas ao PT. Isto mostra que precisamos mais de Lula e não menos. A parte mais consciente que está regurgitando seu ódio, expelindo-o pelas narinas, insuflada por um exécrcito de celerados na mídia golpista com o tempo recobrará o bom senso, assim que o país voltar aos eixos. A outra é caso perdido. Um caso de psicopatia.

     

    1. O que o Nassif pede, mas não

      O que o Nassif pede, mas não diz clara e abertamente, é que nem Lula seja candidato, nem apóie qualquer outro candidato fora e dentro de seu partido, e nem o PT tenha candidato em 2018. Seria o fechamento branco do PT e o exílio de fachada das suas principais lideranças, única forma capaz de conter os golpistas pró tucanos. Fora disso nada que Lula faça seria aceito.

      “Isso é praticamente uma rendição incondicional”. A única coisa que a oposição daria em troca é deixar a Dilma ficar sentada na cadeira vendo o bonde andar por dois anos…

      Sinceramente ??? Eu prefiro uma guerra civil !!

       

  17.   Mas de novo essa

      Mas de novo essa sandice???

      Talvez o que mais me espanta é o Nassif, eterno e necessário arauto do Novo, aventar (ou considerar como viável, dá no mesmo) um caminho que nada mais é que o ABORTO desse tal novo Brasil.

      Para evidenciar o absurdo – que deveria ser autoevidente – basta destrinchá-lo.

      1) EXEMPLOS DO PASSADO – discuta-se o que quiser sobre a Proclamação da República, mas o fato é que em 1889 o Exército entrou na política brasileira para ficar – ao menos até 1985. Derrubado o imperador, a instituição passou a ser “o fiel da balança”. Poucos sabem, mas o número de QUARTELADAS durante a República Velha foi ENORME. Em geral eram derrotados, ao que se seguia um “PACTO”, que durava tanto quanto o tempo necessário para os descontentes tentarem de novo e de novo. Nem inovadores os militares foram em 1964 e 1968. Resumo da ópera: NÃO HAVIA pacto digno do nome, pois não se respeitavam as regras.

      2) A TIGRADA CORPORATIVA – em relação ao tal pacto, falta não apenas combinar com os “russos”, mas com a “STASI”, com os “togados de Nuremberg”, com os “parquets” e por aí vai. Do mesmo modo que o Exército no passado, sentiram o gostinho e querem mais. O único “pacto” a que obedecerão será o que privilegia seus delírios de grandeza, ou seja, algo que nos jogue na mais autêntica fantasia bananeira. Não há alternativa senão o prestígio DA LEI E DO VOTO, para mandar os “revoltosos” de volta aos quarteis, digo, de volta às superintendências, tribunais e procuradorias.

      3) O ESPECTRO POLÍTICO – em seu próprio post o Nassif fala na ausência de lideranças pela direita. Pois bem, com quem vai ser pactuado o tal pacto? Com FHC? Com Gilmar Mendes? Com o Serra? Com Aécio? Com o Skaf? Com o Kim Kataguiri? Com o Eduardo Cunha? Com… vocês entenderam. Peço que me apontem UM desses que é conhecido por manter a palavra ou ser digno de confiança, ou sequer de representar de fato uma liderança.

      4) AS ESQUERDAS – meu santo, qual o pacto possível que preserve qualquer papel digno do nome às esquerdas? Começo lembrando que Dilma não nos foi imposta por marcianos, mas RECEBEU o mandato PELO VOTO POPULAR. A esquerda não tem PODER FINANCEIRO, PODER MIDIATICO, nem está encastelada NO APARATO BUROCRÁTICO. Ou seja, a ideia do tal “pacto” é fazer o PT – e não se enganem, por tabela os demais partidos e movimentos sociais também – cederem na ÚNICA ARENA em que conseguem jogar à altura, a ARENA POLÍTICA. A troco de QUÊ?

      5) O “CORE” DO PODER – é inviável pensar em modelo de sociedade no Brasil sem pensar na desigualdade. É inviável pensar na desigualdade sem pensar em QUEM comandou o jogo ao longo das últimas décadas. Digam, o tal “pacto” vai abranger a elite econômica, que inclusive se confunde e é vocalizada pela MÍDIA? No tal “pacto” a Globo e a Ed. Abril (apenas esses exemplos bastam) vão passar a agir com isenção, renunciar ao jogo sujo que é sua segunda (ou mesmo primeira) natureza? O Itaú desistirá de completar o domínio do BC para jogar a SELIC nas alturas? Estou sendo ingênuo eu ou está sendo ingênuo quem imagina que a ciranda Marinho-Civita-Frias será tomada de súbito amor pelo jogo democrático? Quem sugere “pacto” deve imaginar que os Marinho passarão a defender justiça social, que os Setúbal se apaixonarão pela distribuição de renda.

      6) VIABILIDADE – faltou dizer ainda como se daria um mero detalhe: por qual meio Lula provaria sair da política, e (como avento colega comentarista) se isso valeria também para qualquer indicação de apoio que possa dar. Talvez imaginem que baste ele queimar o título eleitoral.

      CONCLUSÃO) O que se propõe se parece sim com um pacto, o de Munique. A “Paz para nosso tempo” não duraria sequer MESES. Baixada a fervura da militância, compreensivelmente abatida até porque traída, Lula iria parar na cadeira, os movimentos sociais sofreriam criminalização jamais vista nas últimas décadas, as elites econômicas e financeiras… bom, apagariam em meses o breve interregno 2003-2015 – basta ver o tal plano “Ponte para o Futuro”, verdadeiro “futuro embaixo da ponte”; basta ler a PEC do Pré-Sal; basta ouvir Steinbruch louvando o almoço de 15 minutos. Será possível que faz tanto tempo assim que vivemos os anos FHC, a ponto de um Nassif e um Daher esquecerem o que é um governo que não possua nem mesmo veleidades sociais? Em suma, o que o “outro lado” tem de tão bom a oferecer, além de continuar a ser o que é e a agir como age? Sr. Daher, proponha a volta dos militares de uma vez, a volta de uma era de “paz” em uma “nação conflagrada”. Dá no mesmo: o tal “pacto” é a prostituição da nossa jovem, imperfeita mas bela Democracia, travestida de “conciliação” com aqueles que querem nos ver com  boca cheia de terra ou transformados em “exército de reserva de mão e obra”.

  18. Retomar o Caminho do Sonho

    Não gostei de nenhuma das opções colocadas pelo Nassiff. Novas eleições são também um “golpe”, como alguns aqui indicam. Ainda, a tal de repactuação envolve mais uma tentativa de paz e amor com quem apenas quer derrubar o Governo. Com essa atitude o Governo ficaria em estado vegetativo até 2018. 

    O PT vive uma luta de Box, em tese de 16 rounds (poderia ser mais 4 com Lula, em 208). O PT está apanhando muito e, neste 13º round caiu, sangrou e o arbitro está fazendo contagem regressiva. Vai que se salva pelo gongo (do impeachment); vai voltar paz e amor? Ou vai para o tudo ou nada?

    Na situação de hoje existem duas opções: a) Ganha o impeachment e segue o caos (novo governo ilegítimo, greves, convulsão social, enquanto a justiça –tardiamente – consegue prender grande parte dos picaretas que votaram contra Dilma); b) o impeachment é derrubado e Dilma parte para o ataque (sim, para o ataque). Um ataque positivo.

    O Governo, depois desta tormenta quase perfeita, se vencer contra o impeachment, deve voltar com tudo para o ataque, pois não há nada mais a perder (e muito a ganhar) e, o pouco que restava, quase foi levado pelo impeachment. Não há mais espaço de recuo nem de concessões, mas sim a hora de pensar em 2018 e voltar ao ataque.

    1.       Construir plano nacional de agenda positiva, com ações efetivas e simples de medir e/ou acompanhar (obras públicas, passe livre, Minha Casa Minha Vida, etc.);

    2.       Completar o máximo possível de apoio de base no congresso – acompanhar votações e identificar. Mostrar à população sobre políticos que votam contra avanços sociais. Não negociar, mas apenas tentar e mostrar ao povo quem foi contra;

    3.       Concluir a transposição do Rio São Francisco e inaugurar grandes hidroelétricas;

    4.       Plano de obras públicas de base (em municípios) com intensivo uso de mão de obra;

    5.       Chamar às FFAA para colaborar com a Agenda Positiva, particularmente na execução física de obras estruturantes e de ações sociais em favor da comunidade;

    6.       Plano nacional de serviço cívico/militar. Jovens desempregados e sem diploma (tentar cursos técnicos profissionalizantes nas FFAA), e profissionais recém-formados fazendo serviço cívico obrigatório, na sua especialidade, no interior do Brasil.

    7.       Suspender todo o dinheiro público em publicidade nos meios do PIG;

    8.       Reavaliar a divida interna e externa do Brasil. Repactuar ou romper.

    9.       Fazer um bom trabalho nas Olimpíadas e, na paralela, desenvolver um Plano geral de Desporte Amador e Recreação, através das Universidades Federais, que deverão criar departamentos de esporte e irradiar o seu efeito pelos colégios e escolas da sua região respectiva. Isso rápido, para aproveitar o embalo das Olimpíadas;

    10.   Manter o povo mobilizado e atuando efetivamente nas medidas do plano nacional de agenda positiva. Mostrar avanços. Informar;

    11.   Propor ao congresso uma lei de reforma política (começando por acabar com o aporte de pessoas jurídicas a partidos – Se Gilmar tirar o projeto que está embaixo da sua bunda)

    12.   Exigir, da TV (que é concessão pública), pelo menos 15 minutos diários (ou o tempo que necessário for – deixe que chiem e continuem conspirando) para informar diariamente dos avanços à população e, principalmente, das ações que foram travadas pelo congresso (indicar nomes). Elaborar filminhos do tipo “Brasil Avança” e divulgar diariamente por todas as redes de TV com concessão pública;

    13.   Ajudar a estender o alcance da TV Brasil e outras redes públicas para todo o território nacional.

    14.   Focar agora nas eleições municipais, tentando juntar as esquerdas em candidaturas fortes e unificadas;

    Isso será julgado em 2018.

  19. falando de candidato da frente popular

    O melhor, mesmo com todos os defeitos é ROBERTO  REQUIAO.

    Tambem  tem que se preparar turma de 45 a 60 anos  com “estatura nacional=estadista”

    Tem muitos deputados e ministros com qualidades necessarias.

  20. condições

    A condição que se põe no texto deveria ser ponderada por quem quer que o pt sobreviva. Não é possível que só haja um candidato possivel em um partido com o numero de filiados do pt. Chega a ser patético. O que acontece quando o Lula morrer? Fecha o partido e manda todo o mundo para casa? 

    Política implica trocas assim. É normal. Não é golpe. Exemplo: morro de curiosidade para saber porque Lula pediu ao Ciro para transferir seu titulo para São Paulo em 2010?

    Lula pode pedir tudo a todos e ninguém lhe pode pedir nada. Curioso. Curiosissimo.

    Se Lula e Eduardo Campos não tivessem melado o Ciro, estaríamos nesta situação? Foi o ego de Campos e a desconfiança de Lula que montaram esse acordo.

    Viu-se em quem Lula podia confiar.

    Desde esse episódio, o Ciro virou meu candidato. E em todos os momentos desde então tem estado do lado certo e o pt que o diga, e agradeça.

    Terá meu voto.

    Se o pt for junto, espero que indique Wagner para vice. Desejo uma presidência à Lula: não havia um  noite que o JN não tivesse de dar uma declaração dele em resposta às noticias que saíam de manhã. Nada passava sem resposta!

    Se o pt não for junto, tenho a certeza que o pc do b tem gente boa para indicar. Partido ponta firme! Nas manifs do ano que passou, a sua juventude estava em todas.

    E a do pt?

    É essa a revisão que o Rui está falando.

    1. Prezado Rodrigues,

      infelizmente, desta vez, não tenho tempo de responder a todos os comentários. Fora da usual falta de audiência, foram muitas opiniões.

      Aproveito o seu comentário porque, certamente, a todos responderia se usasse o que você escreveu. É minha exata opinião. O PT e a esquerda não podem continuar a depender apenas de Lula para obter maioria eleitoral. Ele foi e poderia voltar a ser um grande estadista, mas as condições políticas atuais requerem recuos para permitirem avanços.

      É imensa a tarefa da esquerda e do PT para preparar novos quadros e rever conceitos. Há que se civilizar os rumos que o capitalismo está seguindo. Há brechas importantes que não estão sendo exploradas. Por que esse exclusivismo? Faz-me lembrar de cultos à personalidades que não deram muito certo.

      O momento é extremamente grave para, como muitos pediram aqui, enfrentamentos sem que conheçamos muito bem nossas forças. Que se lembrem de 1964, quando pensávamos ter um arsenal capaz de afastar o golpe. Até hoje estamos esperando o arsenal escondido.

      Forte abraço, inclusive para os que não pude responder. 

  21. Não vamos entregar o pré-sal

    Não vamos entregar o pré-sal e os direitos trabalhistas agora !!! Deixemos Alckmin/Aécio acabar com ele daqui há dois anos !!!

    Excelente ideia !!

    Esse acordo é: Vc´s não destroem o processo de nação Brasil agora. Façam isso em 2018. Em nome da alternância, o PT vai lançar um peso morto para vc´s elegerem presidente.

    O PSDB não vai deixar de lançar candidato a governador em SP em 2018 e ganhar.

    Já cedemos demais e não acalmamos essa gente !!! Vamos para o tudo ou nada !!! Se eles optarem pela ruptura institucional, vamos resistir. 

    Lula não ser candidato em 2018 não é saída negociada. É quase uma rendição incondicional. 

    1. Marcelo,

      se Lula e o PT apoiarem um candidato de centro-esquerda o projeto atual não poderia vencer e ter continuidade? Não é rendição. Sabe por quê? Porque agora vamos perder. Inclusive será construída a inelegibilidade de Lula para 2018. Simples assim. Nem sempre heroismo é o melhor caminho. 

  22. Lula recua e a direita amansa? Não mesmo !!

    1. A mídia monopolizada, os empresários rentistas e mamadores do Estado, a direita urbana raivosa e a agro-indústria já demonstraram, no passar dos últimos 70 anos de história política do Brasil, que um recuo político do Lula em nada os farão abaixar as armas enquanto não retomarem o poder. Isto me parece de uma ingenuidade incrível. Uma estratégia de guerra de submissão total ao inimigo. Candidado ou não, Lula é uma ameaça as estes grupos e o plano é a sua destruição.

    2. É mil vezes preferível um governo de esquerda capengando até 2018, mas mantendo a ferro e fogo os programas de bem estar social já conquistados e o projeto nacionalista, do que compactuar com o inimigo que, certamente, avançará como matilha faminta para destruir o legado trabalhista e nacionalista. Basta ver a pauta de horror que o Congresso vem abraçando contra o pré-sal, o desarmamento, os direitos indígenas e das mulheres, os gastos sociais, a CLT etc.

    3. Temos que sair de nossa visão pequeno burguês, estritamente urbana, interconectada e bem informada e tentar compreender como funciona a vida e a política nos rincões do Brasil, que deram ao PT a vitória nas últimas 3 eleições presidenciais. Só quem vive no interior ou viaja pelo Brasil sabe do que estou falando. O capital político de Lula no interior do Brasil é enorme e enraizado. É onde funcionam as mais inovadoras políticas públicas de inclusão social, aplaudidas e reconhecidas mundialmente. O PT é o único partido que possui quadros renovadores e com forte potencial eleitoral, como Haddad, Wagner, Marinho e Pimentel. Para confirmar, basta observar que eles estão frequentemente na linha de tiro da imprensa golpista, da PF e do MP. Ainda temos Ciro, Rui, Requião e outros com bom fôlego. Quem da oposição tem fôlego para brigar com uma chapa da esquerda? Alckmin? Aécio? Serra? Não mesmo, sem chances… e a Marina não é tragável nem confiável pela direita, pois na visão dela é farinha do mesmo saco e saiu das entranhas do PT.

    4. Na minha opinião, mesmo enfraquecida pelo golpismo de hoje e pelos que ainda virão, a esquerda ainda tem a faca e o queijo na mão. A economia vai estabilizar, Haddad vai se reeleger, a histórica transposição do São Francisco vai sair e a esquerda vai se manter no poder por no mínimo mais 8 anos, com Lula ou Ciro e, para tanto, não deve compactuar com golpistas e nem baixar a guarda perante o partido do judiciário nem com o congresso entreguista.

    1. Sérgio,

      a você serve a mesma resposta que dei ao Marcelo, com um adendo: Deus te ouça.

      Fico muito pouco na capital, vivo no interior por obrigação profissional e para escrever minha coluna em CartaCapital. Não temos andado pelos mesmos lugares. Realmente, no passado constatei o que você diz: “Só quem vive no interior ou viaja pelo Brasil sabe do que estou falando. O capital político de Lula no interior do Brasil é enorme e enraizado”. Hoje, não mais.

      1. Rui, olha isto…

        Neste pacto estou dentro.

        http://www.conversaafiada.com.br/politica/dilma-propoe-pacto-nacional-mas-impoe-condicoes

        Mas ainda sou mais favorável a uma nova constituinte, que faça não somente uma reforma política pra valer, mas uma faxina no Judiciário, incluindo o MP. Juíz deve ser eleito na comarca, ter salário médio, sem mordomias, e prazo de validade no cargo. E MP não investiga, em hipótese alguma. Somente participa de diligências como complemento de investigações adicionais necessárias, após receber a denúncia pela polícia.

  23. anotações sobre o xadrez….

    Pobre pensamento de centro esquerda brasileiro, povo do politicamente correto, mais de 25 anos no poder de um país reformado pela Constituição Cidadã de Ulisses, Teotonio, Tancredo, Mario Covas, Amazonino, Brizola, FHC, José Genoino, Lula, Genro, Dutra, Alckmin, Serra, Arraes, Eduardo Campos. Morrem pela boca, se entregam pelo próprio discurso:. Quer dizer que estamos à beira de uma ruptura institucional. Sem o protagonismo dos americamos, sem a Guerra Fria, sem a interferência do Exército? E no final do governo Jango, qual era a diferença? Um país que sem cabresto não sabe para onde correr? Esquerda incompetente não vira direita. Quem iniciou sua vida pública pendurado em Sartre e Simone, não vira direita. Os defeitos que encontramos hoje já existiam há 50 anos. Insistimos neles e queremos novamente achar outra “Geni” para empurrar nossos defeitos. Só que agora não tem. Se me permitir, para vocês que sempre gostam de citar temas musicais: “Joga bosta na Geni, joga merda na Geni, ela é boa de apanhar, ela é boa de cuspir. Ela dá pra qualquer um. Maldita Geni”. E agora que a Geni não quer sair do quartel, em quem jogaremos a culpa?

    1. Pô,Zé Sérgio,

      Você é a maior incógnita de meus textos, tanto aqui como em CartaCapital. Seus comentários fazem-me pensar, aqui com meu charuto, meu Guinga (para não dizer que não fiz citação musical) e minha cachaça, que nossa única solução é você. Apoio! 

      1. Pô, Zé Sérgio…

        Caro Sr. Rui, como “grande andador e conhecedor”,  fica o apelo, você poderia um dia escrever uma lista ou matéria ou livro sobre a danada da cachaça. Os pontos onde estão escondidas em SP, MG, BA, PE. Não somente o ponto comercial, a parada de turistas, mas onde estão escondidos os alambiques. Cabreúva/SP já foi assim com mais de 500 alambiques. Quem conheceu, conheceu…Quanto ao Brasil, não me apego somente às ideologias partidárias. O que n~çao consigo aceitar é olhar para o lado e não ver o país fantástico, sobrenatural que temos e do qual não dispomos. Das coisas complexas até as simples. Por que não seanda na Mata Atlântica dentro da cidade de São Paulo, que está dentro da mata atlântica ? Por que nõ posso descer de bicicleta até a Baixada Santista que está a 50 Km da capital? Por que no estado de SP, ainda hoje, uma das áreas com a maior malha ferroviária do planeta, subutilizamos tal transporte? A lista é interminável. Mas por gastar seu tempo em ler e ainda responder minhas bobagens, meu muito obrigado.  

  24. Pô Zé e Rui!!!

     Estou meio confuso,primeiro tenho uma pergunta:

    Vocês já combinaram com os americanos? 

    Porque aqui a coisa tá russa, depois que a direita terceirizou o poder para Cunha, fica meio indigesto qualquer pactuação.  Quando existe algum problema, as palavras se voltam sempre para a esquerda,  mas eu fico pensando, afinal que diabo de direita ou centro direita ( termo duvidoso) nós temos. Com uma operação como esta, em que lado estão de fato os empresários, ( pelo menos os das empreiteiras). Os luminares da direita quais são: Agripino Maia, aquele outro boca mole do demo. Ou os próceres escondidos do PMDB. Já que a senilidade de FHC, e a delinquencia juvenil de Aécio  , apenas deixam  margem para o tercius Serra que  ,  tem objetivos muito claros, mas que não envolvem pactuação.  No momento eu vejo uma direita mais para Assad, do que para  Ulysses. Como Assad, preferem ver o país em ruinas  a pactuar alguma coisa. E tem mais, não sossegam enquanto não aniquilarem seus inimigos.  

    Desculpem o pessimimso, talvez  porque faz tempo que não ando pelo interior e anda me faltando aquela , daquele alambique das alterosas. 

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