Após ataques, Venezuela pede que Brasil proteja os seus cidadãos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Pedro Rafael ViIlela

Da Agência Brasil

O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da Venezuela informou hoje (19), em nota, ter tomado conhecimento de casos de violência envolvendo cidadãos brasileiros e venezuelanos ocorridos nos últimos dias na cidade de Pacaraima, em Roraima, que fica na fronteira entre os dois países.

De acordo com a chancelaria venezuelana, foram solicitadas ao Ministério de Relações Exteriores do Brasil (MRE) “garantias correspondentes aos nacionais venezuelanos e medidas de resguardo e segurança de seus familiares”.  

Segundo informações, moradores de Pacaraima expulsaram venezuelanos de barracas e abrigos, inclusive ateando fogo, depois que um comerciante local foi assaltado e espancado. Os incidentes ocorreram entre a noite de sexta-feira (17) e ontem (18), sábado.

Na nota, o governo da Venezuela expressou “preocupação pelas informações que confirmam ataques a imigrantes venezuelanos, bem como desalojamentos massivos de nossos compatriotas, acontecimento que viola normas do direito internacional, além de vulnerar seus direitos humanos”.    

A escalada de violência na região é tema de uma reunião convocada pelo presidente Michel Temer, no Palácio da Alvorada, na manhã deste domingo (19) [http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-08/temer-convoca-reuniao-para-discutir-ataque-venezuelanos-em-roraima].

Participam os ministros Joaquim Silva e Luna (Defesa), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Raul Jungmann (Segurança Pública), Moreira Franco (Minas e Energia) e Rossieli Soares (Educação).

O Itamaraty está sendo representado pelo secretário-geral das Relações Exteriores, Marcos Galvão. O chanceler Aloysio Nunes cumpre agenda na Bolívia.

O Ministério da Segurança Pública confirmou hoje o envio de efetivo extra da Força Nacional para Pacaraima, onde as equipes já desenvolvem operação de apoio à Polícia Federal. A previsão é que o reforço chegue amanhã (20) à cidade.

O governo da Venezuela também ofereceu apoio para coordenar ações com as autoridades brasileiras e criticou o que chamou de “violência alimentada por uma perigosa matriz de opinião xenófoba, multiplicada por governos e meios a serviço dos inconfessáveis objetivos do imperialismo”.

Ainda de acordo com a chancelaria venezuelana, funcionários do consulado em Boa Vista foram instruídos a se deslocarem de forma imediata a Pacaraima, a fim de avaliar a situação e garantir a integridade dos venezuelanos.  

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. São Paulo, Brasil, 2018

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    Marcílio Godoi

    1 h

    Ontem fui à região da rua vinte e cinco de março. Há mais gente ali tentando vender do que comprando. No meio do esgoto a céu aberto, a caminho do Mercadão, vejo o rapa da prefeitura assaltar os ambulantes, acossados, tentando a última sorte com tranqueiras chinesas.

    Senti um clima de abandono, angústia e desespero no ar. Tudo fedia mijo e sangue pisado. Saindo dali, impossível não notar, o centro pareceu-me uma grande praça de guerra. Não havia uma quadra sequer sem dezenas de sem-tetos espalhados pelas calçadas e jardins, sob árvores e marquises.

    São Paulo está, como todo o Brasil, aprofundando vertiginosamente suas históricas desigualdades. Abandonados à sua própria miséria, quem não está mendigo está uberizado, trabalhando 14 horas só para manter-se vivo, está em busca de trabalho, qualquer trabalho. Quem está empregado dignamente também se incomoda, por medo ou compaixão. Quem não pensa nisso, bem, esse é o golpista.

    Enquanto isso, nos salões do poder e nos estúdios da mídia comprada, as historinhas mal paradas dos juros, a desfaçatez sobre o desmonte dos projetos sociais, da saúde e da educação, o perdão milionário de dívidas dos muito ricos abarrotam de ignorância o ventre inflado dos poderosos.

    Os centros das cidades brasileiras, feridos de morte, já não podem mais esconder a real: não importa em que parte da pirâmide estejamos, somos todos um povo derrotado. Essa é a maior violência. É algo indisfarçável.

    Um homem inocente está preso em uma grande pantomima para que não se candidate. Fica só uma pergunta, estarrecida, olhando pra gente da nuvem. Quem vai frear o galope torpe do golpe?

    (Bordado: Pat Kamei, Grupo Linhas do Horizonte)

     

  2. Em cada passo este golpe estimula os mais baixos instintos.

    Foi criando espaço para o fascismo que se gestou tudo isto. Foi com noticiários sem fim descrevendo a Venezuela como inimigo que este momento foi sendo criado. Foi com o discurso de falta de dinheiro e austeridade fiscal, que isto foi sendo construido. Foi com o abandono do governo central, que em nome da austeridade fiscal deixa na mão o governo do estado e a polícia local. Foi com uso abusivo na mídia sobre os refugiados, mais interessados em atingir Maduro, do que tratar uma crise humanitária que isto foi sendo amplificado.  Foi o silêncio com relação aos tiros de ruralistas contra sem terras ou contra a caravana de Lula, que isto foi sendo gestado .  È com as palmas para uma intervenção que torna as comunidades do RJ  refens de uma guerra não declarada, que tudo isto vem sendo gestado. É com os discursos fascistas contra os direitos humanos que tudo isto vem sendo gestado.   E tudo isto foi estimulando os mais baixos instintos e o pais da hospitalidade esta agora se defrontando com a sua face mais obscura, o ódio, a xenofobia e fim de principios civilizatórios. Ou talvez a Casa Grande queira imitar a Europa.

    A Venezuela como o Estado do Rio de Janeiro se viram assaltadas com a manipulação dos preços de petróleo. Em meio aos constantes conflitos do oriente médio, as petroleiras, contra todas as regras do mercado que tanto dizem defender,  baixaram os preços em 70%. De 100 para 30 dolares. Foi isto que gerou a crise na Venezuela, assim como a crise no Estado do Rio de Janeiro, cuja riqueza vinha centralmente dos royalties do petroleo, dos estaleiros fechados e de toda a cadeia produtiva destruida. O Rio quebrou mas não foi devido ao roubo de Cabral.  Que Cabral seja um corrupto eu não tenho muitas dúvidas, porém Cabral é usado apenas como uma cortina de fumaça para encobrir as desgraças causadas pelo ataque estrangeiro capitaneado por nacionais contra a Petrobrás. E na Venezuela não é diferente, mas a cortina de fumaça é Maduro. Porém lá pelo menos não colocaram Parentes para entregar o petroleo, com fizeram aqui.  Cercada pela Lava Jato, e pelo privatismo do golpe,  o rio padece. A população padece e não sabemos sequer o efeito, apenas vemos impotentes,  uma população imensa de desempregados, sob a mira de armas de todos os lados.

    Os refugiados Venezuelanos aqui estão por necessidade enquanto nosso governo parece no mínimo compactuar com  uma intervenção militar no país vizinho. Segundo os  proprios criadores da crise, a intervenção será sempre na defesa dos direitos humanos!!!!!! (jamais em nome do petróleo )

     

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