Após empossar mais de 7 militares no governo, Temer fixa Defesa a general

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Na visão de governo e de história da política brasileira, a Defesa mostra qual poder prevalece em uma gestão: civil ou militar
 
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Michel Temer e o mais novo ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna – Foto: Valter Campanato/ABr
 
Jornal GGN – Michel Temer efetivou um militar em Ministério de seu governo federal. Joaquim Silva e Luna, até então atuando como interino na Defesa de Raul Jungmann, que foi transferido ao Ministério Extraordinário da Segurança Pública, foi efetivado no cargo, nesta quarta-feira (13).
 
É mais um gesto brusco do presidente, ao oferecer poderes de governo a um militar. Apesar de a Defesa deter parceria com temas de atuação das Forças Armadas, a pasta nunca teve um militar em seu comando, desde 1999, quando foi criada. De acordo com informação de Gustavo Uribe, da Folha, a recomendação de pessoas próximas do mandatário era justamente o contrário: não o tornar o ministro oficial da pasta de Defesa.
 
A pressão dos auxiliares de Temer seria por encontrar um nove de um civil para o posto. Ainda em fevereiro deste ano, um dos aliados do presidente e ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, havia dito que a pasta da Defesa é “típica de um civil”. 
 
Na visão de governo e de história da política brasileira, a Defesa mostra qual poder prevalece em uma gestão: civil ou militar. O próprio ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso defendia o posto civil.
 
Mas não é a mesma opinião de Michel Temer, que desde o início de sua gestão vem concedendo cargos importantes a militares, desde quando colocou nas mãos do general Sérgio Etchegoyen o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), até chegar a toda cúpula da intervenção na segurança do Rio de Janeiro, incluindo não só o general Walter Netto, como também o general Mauro Sinott na chefia do gabinete de intervenção e o general Richard Nunes, como secretário de Segurança.
 
De lá para cá, Temer também deixou a Secretaria Nacional de Segurança Pública nas mãos do general do Exército Carlos Alberto Santos Cruz, e o general Franklimberg Ribeiro Freitas, ex-presidente da Funai, por nomeação do emedebista, além de inúmeros cargos de segundo escalão, como o general Roberto Severo Ramos na chefia de gabinete da própria Casa Civil.
 
Para completar a equipe, hoje foi efetivado Joaquim Silva e Luna no Ministério da Defesa.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Temer sabe que os militares

    Temer sabe que os militares só o derrubariam se houvesse uma invasão do Brasil por tropas gringas e ele ordenasse que os militares não os combatesse ou colocasse um cabo pra dar ordens pra um general. Fora isso os generais obedecem qualquer coisa ou qualquer ordem.

  2. Parece que ninguém entendeu

    Parece que ninguém entendeu ainda. Temer não vai, em hipótese alguma, arriscar-se a ser preso depois que deixar o cargo. Por isso, ele está preparando a cama. Ou seja, se não houver garantia de ninguém (PGR, STF, ou ainda um candidato que chegando lá lhe garanta um indulto), as chances deles entregar o poder aos militares é imensamente grande ou, em última instância, ele mesmo e seu grupo darem outro golpe e permanecer no poder com o apoio e proteção dos mesmos. Isso pode acontecer depois ou até mesmo antes das eleições que, nesse caso, nem aconteceriam. Tudo vai depender do andar da carruagem até lá ou próximo de lá. Não nos enganemos, capacidade para isso e muito mais eles têm de sobra. O certo é que ele não vai se deixar prender e deixar sua mulherzinha novinha e rica dando sopa por aí e ele na prisão. Uma outra possibilidade, mais remota, eu acho, pode ser negociar um asilo em algum país que o aceite. Viaja com a família antes de deixar o cargo, e não volta nem para entregar a faixa.

  3. Parece que ninguém entendeu

    Parece que ninguém entendeu ainda. Temer não vai, em hipótese alguma, arriscar-se a ser preso depois que deixar o cargo. Por isso, ele está preparando a cama. Ou seja, se não houver garantia de ninguém (PGR, STF, ou ainda um candidato que chegando lá lhe garanta um indulto), as chances deles entregar o poder aos militares é imensamente grande ou, em última instância, ele mesmo e seu grupo darem outro golpe e permanecer no poder com o apoio e proteção dos mesmos. Isso pode acontecer depois ou até mesmo antes das eleições que, nesse caso, nem aconteceriam. Tudo vai depender do andar da carruagem até lá ou próximo de lá. Não nos enganemos, capacidade para isso e muito mais eles têm de sobra. O certo é que ele não vai se deixar prender e deixar sua mulherzinha novinha e rica dando sopa por aí e ele na prisão. Uma outra possibilidade, mais remota, eu acho, pode ser negociar um asilo em algum país que o aceite. Viaja com a família antes de deixar o cargo, e não volta nem para entregar a faixa.

  4. Temer ajuda à desmoralização dos intervencionistas caviar

    Fazer parte deste desgoverno é rasgar a história e o curriculum de qualquer indivíduo.

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