Após uma semana de paralisação dos caminhoneiros, Temer publica negociação

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
 
Jornal GGN – O governo federal aceitou congelar o preço do diesel em R$ 0,46 o litro na bomba durante 60 dias, com um reajuste mensal depois disso. Na manhã desta segunda-feira (28), Temer decidiu publicar parte das negociações com os caminhoneiros em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), por meio de três medidas provisórias.
 
O anúncio da redução do preço do combustível foi transmitido pelo mandatário na noite deste domingo (27), cedendo à redução do valor no que corresponderia aos valores dos impostos PIS/Cofins. E a alíquota da Cide sobre o diesel será zerada até o final do ano.
 
Inicialmente, Michel Temer tinha aceitado manter o desconto por apenas 15 dias, mas as reivindicações dos caminhoneiros continuaram e, após uma semana de paralisações e estragos por todos os setores que dependem do transporte de cargas no país, Temer cedeu a aumentar o acordo.
 
Apesar de não trazer detalhes sobre o que ocorrerá após os 60 dias, o mandatário garante que haverá um maior “planejamento” para os caminhoneiros. “A partir daí, daqui a dois meses, só haverá reajustes mensais. Assim, cada caminhoneiro poderá planejar melhor seus custos e o valor do frete. É a chamada previsibilidade”, disse, em anúncio.
 
Nas três medidas provisórias publicadas na noite de ontem em edição extra do DOU, as MPs 831, 832 e 833, fica estabelecido a “Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas”, impondo uma tabela mínima para o frete. Não há detalhes sobre isso, em termos de valores, no texto oficial, indicando apenas novas negociações.
 
Pela MP 832, a fixação dos preços mínimos estará condicionada aos custos do óleo diesel e dos pedágios e deverá contar com a participação de representantes das cooperativas de transporte de cargas e sindicatos e de transportadores autônomos. 
 
Já os veículos de cargas que circularem vazios ficarão isentos de cobrança de pedágio em eixos que mantiverem suspensos em todas as rodovias do país, segundo a MP 833. 
 
Outra medida, a 831, impõe que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ficará responsável pela contratação de até 30% da demanda anual de frete do transporte rodoviário de cargas, com dispensa de licitações. 
 
Acompanhe, abaixo, a íntegra das MPs publicadas no DOU Extra deste domingo:
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. 2013 – por R$ 0,20 começou um

    2013 – por R$ 0,20 começou um grande movimento

    2018 – por R$ 0,50 por litro o Brasil parou…

    Não são os bilhões roubados que provocaram paralisações…

    O povo não sentiu os bilhões roubados, mas os centavos são reais…

    De centavo em centavo o Brasil mudou e continuará mudando…

  2. Ao GGN

    O texto informa que …” O governo federal aceitou congelar o preço do diesel em R$ 0,46 o litro na bomba durante 60 dias” dá a entender que o litro custará R$ 0,46, e não que haverá uma redução de R$ 0,46 no litro. 

  3. mmm

    De repente esse tal DOU dos tempos de mishell marinho me trouxe à lembrança as listas

    de normas em folhas de caderno afixadas à entrada dos bordéis da minha feliz juventude.

  4. Negociação com o dinheiro do povo

    Os caminhoneiros, manipulados pelas empresas de transporte, vão ganhar redução de impostos (CIDE e ICMS dos Estados) e/ou compensação financeira, que também será paga pelo povo. O Governo manterá o Parente e a sua política de preços em favor dos acionistas. O povo não apenas pagará a conta em favor dos acionistas da Petrobrás, mas continuará cozinhando a lenha e pagando caro pelos produtos que aumentaram com a greve. A greve (ou lockout) parece ter sido resolvida apenas para as grandes empresas de transporte, mantendo a política da Petrobras contra o povo. Mas, o povo não fez greve, apenas os caminhoneiros, não é?

  5. Quem chorou, mamou.

    Os camioneiros pediram o que quizeram e levaram desconto no diesel,  fim da cobrança do eixo erguido e 30% do frete da CONB.

    O mercado continuou com Parente a frente da Petrobras e a sua politica de preços e desmonte da mesma.

    E o povo que foi aos postos de combustiveis pagar mais por ele vai receber o boleto com as despesas.

    Aproveito a oportunidade para  perguntas:

    A  Petrobras paga dividendos aos seus acionistas, certo?

    Quando paga o governo brasileiro também recebe?

    Se recebe para onde vai este dinheiro?

    E se recebe quanto é estes montante?

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