As dúvidas sobre a Operação Norbert, que pegou Aécio

A minuciosa reportagem de Diego Escosteguy na revista Época – sobre as contas de Aécio Neves em Liechtenstein – peca em alguns detalhes importantes.

A primeira, ao informar que em 2009 os procuradores decidiram não aprofundar as investigações:

“De posse do material recolhido e analisado pela PF, e ciente também das revelações do ex-funcionário do LGT, o Ministério Público Federal decidiu não aprofundar as investigações. Em 20 de abril de 2009, os procuradores Fábio Magrinelli e Marcelo Miller ofereceram denúncia apenas contra os três integrantes da família do patriarca Muller, que morrera recentemente”.

Não aprofundaram porque bateram em Aécio Neves, que tinha foro privilegiado. Em vista disso em 2010 enviaram ação penal 209.51.01.813801-0 para a Procuradoria Geral da República (PGR) – na época presidida por Roberto Gurgel.

A reportagem não avança sobre o que ocorreu na PGR depois de recebida a denúncia.

Rodrigo Janot assumiu o cargo de PGR em 17 de novembro de 2013. Até o jantar de posse de Dilma Rousseff – em 1o de janeiro de 2015 – aparentemente a ação penal não havia andado. Na conversa que tivemos, no início Janot sequer se lembrava da ação penal. Depois lembrou-se e garantiu que daria andamento até abril.

Pode ser que não quisesse avançar informações sobre investigação sigilosa. Pode ser que a investigação sequer tivesse iniciado. Agora que o caso deixou de ser sigiloso, o PGR poderá esclarecer os pontos obscuros e comprovar se o MPF prosseguiu ativamente na tarefa de investigar Aécio.

Nota-se que todas as informações da Época tomam por base o relatório da Polícia Federal na época e nenhum fato novo proveniente de investigações atuais do MPF.

Na reportagem da Época diz-se que

“Os procuradores que trabalham ao lado de Rodrigo Janot apuram a participação de Aécio nos esquemas citados por delatores, em especial o de Furnas. Pediram colaboração internacional, junto às autoridades de paraísos fiscais, para averiguar se contas como a associada ao senador em Liechtenstein foram usadas para o recebimento de propinas. Já descobriram, informalmente, que vários políticos brasileiros foram pagos em contas secretas em paraísos fiscais europeus. Aguardam o compartilhamento oficial dessas evidências. Marcelo Miller, um dos procuradores que atuaram no caso do doleiro Norbert Muller, integra a força-tarefa da PGR”.

No entanto, a própria matéria revela que:

“Em fevereiro de 2009, dois anos após a operação da PF, Heinrich Kieber, um funcionário do LGT, fez cópia completa dos documentos de 1.400 contas hospedadas no banco. Vendeu-as aos serviços secretos da Alemanha e da Inglaterra – dois dos países com maior número de correntistas, que maior prejuízo haviam tido com a sonegação de impostos. Seguiram-se extensas investigações e a maior operação de combate à evasão fiscal nos dois países. Os dados foram compartilhados com outros países prejudicados, como França, Espanha, Itália, Grécia, Suécia, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, Índia Canadá e Estados Unidos. Houve investigações em todos e prisões na maioria. Até a Lava Jato, o Brasil não pedira acesso aos dados”.

O argumento do procurador que determina o fim das investigações foi o de que seria inviável conseguir a colaboração de Liechtenstein:

“Em 23 de fevereiro de 2010, o procurador Rodrigo Poerson – dez meses após seus colegas de andar na Procuradoria da República do Rio acusarem Muller de operar uma “central bancária paralela” – assinou despacho em que pede o fim das investigações sobre a conta da fundação Bogart & Taylor. (O MPF se recusou a fornecer cópia do parecer; ÉPOCA teve que obter o documento na Justiça.) Nele, em três páginas, Poerson acolheu integralmente os argumentos da defesa de Inês Maria. E disse ser inviável conseguir a colaboração de Liechtenstein”.

Poerson é o mesmo procurador que analisa o caso de sonegação da Globo e o desaparecimento do inquérito na Receita Federal.

Continua a dúvida: quando a PGR decidiu retomar as investigações, se é que retomou? E porque a Área Internacional do MPF, com sua enorme eficácia, não foi acionada na época para obter as informações na Operação Norbert?

É interessante comparar o modus operandi do MPF no caso Lava Jato e no caso Liechtenstein.

Na Lava Jato concentrou-se tudo em uma vara apenas, de Curitiba. O PGR montou uma força tarefa e deu total retaguarda em Brasília, especialmente na cooperação internacional. No caso da Operação Norbert, os inquéritos foram distribuídos por várias varas, na prática resultando em sua ineficácia.

”Os procuradores acharam melhor transformar o caso de cada um num processo separado. A depender da cidade de residência do investigado, encaminharam fragmentos de provas a diferentes procuradores, que tiveram autonomia para decidir que providências tomar. Essa estratégia produziu resultados incoerentes com a denúncia do MP contra Christine Puschmann. Em Porto Alegre, os procuradores resolveram pedir a Liechtenstein acesso às contas dos investigados. No Rio de Janeiro, onde mora a maioria dos clientes, diferentes procuradores ofereceram diferentes entendimentos sobre como proceder, apesar de analisar iguais evidências. Houve casos de denúncia. E houve casos de pedido de arquivamento. Foi o que aconteceu com a família Neves”.

Mas uma vez a dúvida. A estratégia da Lava Jato teria sido inovadora tendo em vista o fracasso do modelo anterior? Ou aplica-se um modelo para cada grupo político, de acordo com as afinidades do PGR.

De qualquer modo fica claro que, dependendo da maneira como se desenha a investigação, chegam-se a resultados finais diferentes. Ou seja, quem tem o poder de definir como será a investigação tem probabilidade maior de definir o resultado final.

A reportagem da Época, finalmente, comprova o que vimos antecipando aqui: Aécio Neves tornou-se disfuncional. Fora do tabuleiro, o jogo agora fica apenas nas mãos dos profissionais.

Luis Nassif

29 Comentários

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  1. Se a Época entregou a cabeça

    Se a Época entregou a cabeça do Aécio, é pq de fato  o senador carioca não tem mais nenhum valor às intenções golpistas da Famiglia Marinho e de seus subordinados.

    Serra comemora. Será novamente o adversário derrotado por Lula em 2018.

    1. penso eu

      Serra não resiste a uma investigação de jornal de bairro, os herois são os de Guantánamo, neles a rede golpe aposta as suas derradeiras fichas.

  2. “Peça 4 – algum episódio que

    “Peça 4 – algum episódio que devolva à operação (Lava Jato) a presunção de isenção.

    Há diversas possibilidades. A que me parece mais forte é alguma delação envolvendo Aécio Neves, para devolver à Lava Jato – e à PGR – a presunção da isenção. Provavelmente nada que leve Rodrigo Janot a aprofundar investigações, mas o suficiente para criar alguma marola.

    Aécio se tornou peça disfuncional no jogo. É imaturo, desinformado, voluntarioso, deixou passar a intenção de até demolir a economia, em busca do impeachment, e seria um desastre na presidência. É o álibi ideal para o PGR resgatar um pouco da imagem de isenção.”

    (Nassif, 5/3/16: A Lava Jato atravessou o Rubicão)

    Bingo! Alto Comando e mídia golpista em perfeita sintonia.

     

  3. mais um   ótimo post.;
    esse

    mais um   ótimo post.;

    esse tipo de matéri da época –

    como a de qualquer veículo da grande mídia –

     tem um objetivo….

    além de atingir ou denunciar alguém, protege alguém…

    ou algum projeto, como o golpé…

    o nome do comandane do golple parece mais claro

    agora,  quandio as hipóteses vão se afunilando…

  4. Ah Nassif, você sabe todas as

    Ah Nassif, você sabe todas as respostas né? O Janot é (continuará sendo) o fiel escudeiro do Aécio na PGR. O Janot  é um tremendo de um prevaricador, tal qual os anteriores foram e os posteriores serão. O PGR só se move quando acossado pelo PIG. 

  5. E o Serra ficou de fora?

    O mais sujo e desonesto de todos os tucanos? Conta outra, Dieguito.

    Supeita-se até que o proprio capiroto seja o mandante desse ataque ao cambaleante Aécio.

  6. Eles não estão jogando o Aécio ao mar
    Esse tipo de reportagem é uma tentativa da revista de se fazer de imparcial, nada mais que isso.
    Tanto a Globo quanto o Aécio sabem que o Janot não vai fazer nada contra o senador Mineiro.
    A minha dúvida é: será que o Aécio sabia que seria atacado pela revista? se não sabia o Diego vai ter uns problemas quando a Andrea Neves ligar pro João Roberto

  7. Nassif, não há mais volta.
    Ou

    Nassif, não há mais volta.

    Ou os políticos se unem contra o “alto comando” ou estes vão acabar com o País. Vão nos jogar num limbo de uns 20 anos.

    Veja o caso do Mercadanete. Claramente é uma ação, umas conspiração do “alto comando” com Delcídio e seu acessor para fragilizar o Governo e o Estado Brasilieiro.

     

  8. Pesa sobre o MPF, também

    Pesa sobre o MPF, também conhecido como sindicato dos concurseiros, uma suspeita muito grande de que tenha se tornado uma peça (importante) do jogo político, Janot não é o primeiro PGR flagrado em posição de prevaricação.

    O PGR tornou-se uma espécie de agenciador que define quem será ou não processado, as variáveis para a definição são: opção ideológica do suspeito, se o alvo conta com a proteção da maçonaria e da globo, a conjuntura política do momento, o grau de exposição do alvo na mídia.

    É triste dizer isso mas o MPF, assim como está, perdeu totalmente a credibilidade e as condições éticas de exercer seu papel institucional, Janot se tiver vergonha na cara deveria pedir exoneração do cargo. 

  9. se esse grampo é de autoria

    se esse grampo é de autoria da pgr, não há mais dúvida de

    quem é o comandane do golpe….

    como o psdb ou o giolmar mendes pòde sempre criminaliar qualquer falso grampo idiota e  o

    governo popular não pode criminalizar este quie pode  ajudar a derrubá-lo?

    aliás, o mercadanre deveria já ter denunciado isso…

    estão esperando o que?.

  10. Serra, FHC, Alckimin estes

    Serra, FHC, Alckimin estes ainda tem que ser denunciados, mas parece que a proteção deles é muito grande o metrolão e outros não andam, Furnas esta caindo só no colo do Aecim, tá duro!!

  11. “Mas uma vez a dúvida. A

    “Mas uma vez a dúvida. A estratégia da Lava Jato teria sido inovadora tendo em vista o fracasso do modelo anterior? Ou aplica-se um modelo para cada grupo político, de acordo com as afinidades do PGR.”

    O modelo é um só: aplicar um Golpe de Estado. Parece que não é apenas o PGR mas o MPU inteiro no golpe, eles querem fundar um novo país. Só não nos informaram qual por enquanto, só estão nos mostrando quem eles não querem nesse novo país. Quem quer fundar um novo país não entrega essa tarefa a outros, dentre eles saí o salvador da pátria. Mas Aécio é da turma, fica sequelado mas fica.

  12. Esta matéria da Época vai

    Esta matéria da Época vai para meu arquivo :  ” Tenho cara de leitor idiota”?

    Na matéria ela coloca os “valores das remessas”. 

    abertura – 32

    depois mais 21

    Fim.

    Informa pagamentos feitos ao casal lavador – 30

     

    __________

    Quanto ao procurador Marcelo é o que está no video levantando bola em conversa com Delcídio para ele chutar. localiza-sede frente prá ele): 

    https://www.youtube.com/watch?v=uVwuw0styTk

  13. A explicação

    O que explica o Comportamento da PGR neste caso é a afinidade.

    Afinidade social e de classe.

    TODA a PGR é composta de mauricinhos classe-média, no popular, coxinhas.

    Eles se protegem, e protegem os seus.

     

  14. Parabéns, Nassif. Em belo

    Parabéns, Nassif. Em belo trabalho investigativo, elucidou os jogadores, o estilo de jogo e antecipou as jogadas. Nessa linha, fica a sugestão de propor aos comentaristas do blog um trabalho coletivo de análise dos cenários de jogo e antecipação das jogadas. Seria interessante antecipar os próximos passos do ‘alto comando’. Abraços

  15. Arrisco dizer que não há má-fé

    É apenas preguiça, comum em grande parte do serviço público. 

    Alguns procuradores são comprometidos com a sua função, atuam, trabalham, não deixam passar nada. Outros tem a peneira maior, não querem complicações para as suas vidas, muito trabalho, vivem momento tranquilo na vida, são verdadeiros PREGUIÇOSOS, isso mesmo. Está cheio no MPF, principalmente pq a carreira entre os concurseiros sempre teve esse atrativo, de ganhar mais do que juiz e trabalhar 1/4, 1/5  deste com total liberdade, sem muita responsabilidade. Pessoas inteligentes que passam no concurso nem sempre são trabalhadoras, empenhadas, compromissadas. Vindo do Rio, sem preconceitos, mas acredito que seja isto.  

    Essa é a diferença. Esse divisão dos processos remetendo para vários colegas é comum acontecer. Em operações no Rio, Nordeste, os procuradores investigam mas quando fica muito grande por preguiça e medo do trabalho empurram com a barriga para outros colegas, baseados ou na cidade do denunciado, ou na diferença de pessoas. É muito comum em apurações realizadas pelo TCU, onde há várias pessoas envolvidas, empresas em vários locais do país. Simplesmente eles dividem o processo e dividem o trabalho. Os que trabalham não gostam, ficam putos, mas muitas vezes recorrem ao Conselho Superior e esse legitima.

    Enfim, esse caso do Aécio e o problema em primeira instância está mais para os preguiçosos do serviço público, repito, que no MPU (MPF, MPT, MPDFT, MPM ) em geral está cheio, do que para própria má-fé. 

    Em Brasília com o PGR é diferente!

    1. Talvez fosse interessante

      Talvez fosse interessante alguém se habilitar a fazer matéria sobre os MPFs oriundos do judiciário federal. Creio que existem muitos, pelos motivos citados no comentário.

  16. “Poerson é o mesmo procurador

    “Poerson é o mesmo procurador que analisa o caso de sonegação da Globo e o desaparecimento do inquérito na Receita Federal.”

    Esse menino é um prodigio, se desistir da carreira de procurador pode tranquilamente se empregar como coveiro, o que bate na sua mão é enterrado rapidinho.

  17. A sinuca de bico do Sr. Janot

    Quem estava com a tarefa de trancafiar Lula era Moro. 

    Assim foi planejado. 

    A delação de Delcídio era a senha para sacrificar Aécio. 

    A presença de Aécio na manifestação de São Paulo mostra que ele não estava sabendo que seria sacrificado. Coitado. Ele é mesmo um bobinho amador.

    Pegariam Aécio e logo depois Moro denunciaria Lula. 

    Esqueceram de combinar com Lula e Dilma. Avaliaram que Dilma, dado a sua mania centralizadora, não convidaria Lula para ministro. Burros n’água.

    Sobrou para o prevaricador Janot. 

    Que pena. 

    Um plano tão bem traçado. Tudo como planejado desde 2014. 

    Sobrou para Janot duas opções:

    ou aposta  na denúncia de Aécio e Lula no STF ou corre.

    A primeira opção é o mesmo que dar “All-in” com uma dupla de 3 na mão. 

    Janot, eu se fosse você corria. Mas como não sou, queria ver você dando “All-in”.

    Esta série “House of marked Cards” começou a ficar boa….

     

  18. problema do MPF: preguiça ou má fé?

    Os comentários de [email protected] sobre a inércia dos membros do MPF mostra que ele tem bom conhecimento da Instituição, quem sabe, é um de seus membros. O mesmo pode ser dito dos Delegados de Polícia Federal: aquela concentração de Delegados, Agentes e recursos materiais que tem ocorrido ao longo das ‘grandes operações’, pode enganar muitos. Por inércia e por falta crônica de recursos, Delegados dormitam atrás de birôs.

    Não parece válido distinguir entre inércia e boa ou má fé. Nem entre estes dois aspectos e a falta de formação ampla, por exemplo, em Contabilidade. Esta lacuna e outras derivam dos cursos de Direito e do feitio dos concursos do MPF. Há outros tantos aspectos, mas fico por aqui.

    Nassif deveria levar em consideração tudo isso, para melhorar sua análise no que toca o MPF.

    De resto, o que explica o desempenho dos Procuradores e Delegados de Curitiba foi bem articulado pelas análises recentes de Nassif. Basta pensar em Moro, Santos e Igor, três personagens bem politizados, ou melhor, bem partidarizados. É um núcleo que se torna poderoso, quando articulado com os outros agentes e fatores indicados por Nassif.

    Penso, entretanto, que há fatores inibidores da ação do MPF e PF, em geral. Um destes fatores é o Poder Judiciário, que já emudeceu muitos esforços isolados de Procuradores e de Delegados. Através do indeferimento de pedidos, ou de ponderações formais que levam à extinção do processo, ou ao seu diferimento eterno.

     

  19. batendo em aécio

    foi só ficar claro que aécio é rejeitado até pela massa “cheirosa”, portanto, carta fora do baralho, que ele começou, merecidamente, a apanhar do PIG.

  20. Aécio Neves e Clésio Andrade

    A Folha (ver Acervo online) publicou, na época da CPMI dos Correios, reportagens que informavam esquemas ilícitos praticados por Clésio Andrade e sugeria que Clésio teria sido “poupado” pela CPMI em grande acordo.

    Como o nome de Clésio Andrade surgiu forte então no Mensalão do PSDB mineiro, Aécio, tudo indica, desistiu em 2006 do nome dele na chapa como vice para a sua reeleição, quando as pesquisas indicavam aprovação de mais de 80%. Qualquer que fosse o vice, a chapa venceria, desde que não surgissem fatos novos durante o processo.

    Aí entrou Anastasia como vice e Aécio foi reeleito. Clésio de vice do primeiro mandato de Aécio passou a suplente de candidato ao Senado.

    Mas o relatório da CPMI parece ter blindado Aécio, na pessoa de Clésio Andrade.

     

  21. Passou da hora

    Como faz falta a PEC 37 !

    Se não tivéssemos um Congresso tão corrupto, melhor ocasião não haveria de se fazer uma reforma integral do Poder Judiciário cartorial (ex. como, a filha de Fuck e a familia Sveiter não me deixam mentir),  e também, do Ministério público.

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