As múltiplas dimensões da crise hídrica paulista, por Bruno Peregrina Puga

Artigo do Brasil Debate

Por Bruno Peregrina Puga*

Enfrentando um período de estiagem e temperaturas históricas para a época, a macrorregião de São Paulo se vê, com incredulidade, diante de um eminente colapso no abastecimento hídrico.

Além de englobar duas das regiões econômicas mais importantes do Brasil (a Região Metropolitana de São Paulo e de Campinas), as crises e conflitos no abastecimento doméstico já estão presentes em cidades do interior e em diversas regiões da capital.

Este cenário parecia inimaginável para a magnitude dos sistemas que abastecem a região, como o Sistema Alto Tietê, Guarapiranga e o Cantareira.

A Sabesp, empresa mista do governo de São Paulo (50,26% do governo estadual, 25,5% na BMF/Bovespa e 24,2% na Bolsa de NY) é a empresa outorgada para utilizar e gerir esses sistemas, destinando em tempos normais 33m³/s para RMSP e 5m³/s para cidades da RMC.

Com a persistência da falta de chuvas e clima adverso e com a instauração de um comitê de crise, a Sabesp foi obrigada a reduzir a captação, apesar de que tardiamente, para 19,1m³/s.

O que era considerado um risco remoto tornou-se uma grande incerteza quanto ao que vem pela frente. A engenharia já demonstra limites na apresentação de soluções no curtíssimo prazo, além da captação do volume morto dos reservatórios.

A irresponsabilidade deve ser compartilhada entre a Sabesp e os órgãos de controle (como a ANA e DAAE), mas não recair sobre os usuários como tem sido feito. Cabe lembrar que, na renovação da outorga em 2004, a Sabesp comprometeu-se a reduzir as perdas do sistema e, principalmente, a dependência da RMSP do Sistema Cantareira.

Não foi o que aconteceu. Os índices de desperdício ainda beiram os 25% e a Sabesp continuou a retirada além da cota permitida pela ANA.

tabela vazao dos sistemas de produção agua

Se a dependência de São Paulo é grande, as cidades do interior à jusante do sistema sofrem muito mais, visto que possuem uma dependência relativa maior ou completa das vazões captadas.

Tendo como prioridade o consumo humano, as perdas econômicas com as restrições no uso da água em breve poderão ser sentidas, como crises na provisão de alimentos. O conflito pelo uso da água entre estes dois polos urbanos tende a se agravar, possivelmente com a judicialização dos conflitos.

O quanto a dimensão política tem afetado a dimensão operacional é uma incógnita, mas tomando como base as declarações recentes da Sabesp, o ano eleitoral atuou como cortina de fumaça, omitindo a real gravidade e evitando medidas drásticas extremamente necessárias.

A recusa insistente do governo estadual em admitir a gravidade da situação, a diminuição da vazão e as constantes interrupções com alegadas falhas técnicas são apenas alguns exemplos de como se geriu a crise de forma a minimizar a responsabilidade da Sabesp.

Mas não para os acionistas. Em documentos para a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA em 2012, a Sabesp admite que a situação climática adversa poderia vir a afetar as receitas, uma vez que poderia ser obrigada a captar água de outras fontes para suprir a demanda de seus usuários.

Isso nos remete a um problema central na gestão da água no Brasil e na América Latina: a privatização de sua gestão, controle e distribuição. Se a lógica de uma empresa listada em duas bolsas de valores é a maximização do retorno ao acionista, será que ela subestimou os riscos ao não realizar os investimentos necessários? Os anos recentes têm sido generosos com os acionistas da Sabesp, sempre pagando um payout elevado, ao passo que o investimento não tem acompanhado a mesma intensidade crescente do lucro.

grafico resultados operacionais sabesp

Apesar de a Constituição Federal reconhecer e atribuir valor econômico à água, o preço da água no Brasil não reflete seu real custo, captando apenas os custos de tratamento e distribuição.

A cobrança pelo uso da água é muito incipiente, sendo feito de forma a não onerar os agentes econômicos, resultando em uma receita insuficiente frente aos investimentos necessários aos comitês de bacia.

A Sabesp paga pela transposição das águas do Cantareira, mas deveria cumprir com o mínimo das condicionantes exigidas. A parte mais interessada na sustentabilidade de um sistema produtor de água desta magnitude deveria ser seu maior usuário, mas na prática não tem sido.

Solo e florestas

A lógica da gestão deve ir além de indicadores simples e permitir uma gestão integrada ao nível da bacia, contemplando os diversos usuários e múltiplos usos.

Há uma enorme necessidade de investimentos ao longo da bacia hidrográfica para melhorar a qualidade e garantir a quantidade, não devendo seu planejamento basear-se primordialmente nas vazões históricas e previsões simples, sem espaço para eventos extremos.

No caso do Cantareira, a região de contribuição de sua bacia possui um grande déficit de áreas florestais, onde grande parte de suas áreas de preservação possui usos do solo, em desacordo com a legislação.

A agricultura pode, e precisa, ser um grande aliado na provisão de água de boa qualidade, devendo as boas práticas agrícolas e agroecológicas, e a racionalização do uso da água por parte do setor, tornar-se objetos de políticas públicas.

O parcelamento excessivo do solo e o crescimento das áreas urbanas na região também contribuem para a diminuição das florestas.

tabela uso do solo

Dimensão ecológica

A dimensão ecológica tem sido sistematicamente relegada ao segundo plano. As matas ciliares e remanescentes florestais desempenham papel fundamental na provisão de importantes serviços ecossistêmicos.

Há a necessidade urgente de enfrentamento destas questões, indo além da forma como a água é enxergada dentro do processo produtivo. Tratar a gestão das águas como uma questão meramente de engenharia e como insumo estável e garantido é um erro que vem sendo repetido.

A crise hídrica deve forçar a reflexão sobre a dependência excessiva dos recursos hídricos na superfície e estimular o uso de outras formas de captação, como as águas subterrâneas, água de reuso e água da chuva.

A cidade de São Paulo não pode continuar tendo este enorme déficit hídrico e baixo aproveitamento das fontes locais de abastecimento, castigadas ao longo de décadas e sem muitos avanços nos últimos anos.

O processo de renovação da outorga de 2014, interrompido pela crise, era visto por muitos como uma oportunidade para exigir maiores contrapartidas ambientais e de investimento da Sabesp. Talvez seja tarde demais, uma vez que há risco de perdas irreversíveis e alterações nos limiares de resiliência dos ecossistemas locais.

* Bruno Peregrina Puga é economista, doutorando em Desenvolvimento Econômico (Unicamp)

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Redação

18 Comentários

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  1. arrogância

    A mesma arrogância dos paulistas inteligentes (paulista burro nasce paranaense e reelege o Richa ) que se dedicaram de “corpo e alma” para a reeleição do Alkimim, se repete na defesa intransigente da eleição do probo, ilibado e garboso Aécio. Todos são doutores, “gente fina” bem informada, leitores da Falha, Óia e Estadinho, que contam com representantes na assembleia estadual do melhor naipe “danação”.

    Pit Bulls desenfreados contra o comunismo petralhico, e que acabam de dar uma lição “nessa gente”. Petê, aqui não! 

    Quero saber de aonde sairá a água para fazer o famoso “de chuchu” o picolé Dilleto do nosso amado governador vitalício?

     

  2. O que paulistano faz para

    O que paulistano faz para resolver o problema de água?

    Vai tomar banho no litoral do estado:

    http://www.atribuna.com.br/cidades/sem-%C3%A1gua-paulistano-antecipa-a-temporada-na-baixada-santista-1.410456

    Na última sexta-feira, 17/10 a Rodovia dos Imigrantes parada. Algum acidente? Neblina? Operação Comboio?

    Não.

    Excesso de veículos.

    A tucanada resolvendo seu problema de falta de água indo tomar banho e lavar roupa em Santos, São Vicente, Peruíbe, Itanhaém, Praia Grande, etc.

    Agora entendi a solução proposta pelos ´´jênios´´ da Sabesp: quando acabar a água de vez, todos vão migrar para onde tem água.

    Sou contra qualquer tentativa de Impeachment. Não foram eles que criaram o problema? Tem que ficar até o final.

    A partir de qual linha ultrapassada o Exército passa a ser chamado para controlar as revoltas?

    A partir do 10o. morto nos tumultos?

    É possível fazer alguma estimativa para o impacto no PIB do país?

     

  3. Água deve ter uma gestão como se fosse água.

    Caro Bruno.

    Grosso modo concordo com o conteúdo do texto, entretanto farei alguma críticas a pequenos detalhes que considero significativos não só nas discussão do Caso São Paulo, mas sim no caso abastecimento público de água.

    Primeiro criamos problemas e depois não sabemos como resolvê-los, e o caso de São Paulo é típico. Se analisarmos serviços de água e esgoto desvinculado de outros problemas ambientais chegamos a impasses como o que se tem chegado, por exemplo, a solução lógica da falta de água em São Paulo, mais devido a este estado já ter atingido um limite de um sistema de captação que fica sujeito a variações ambientais correntes, o lógico é o investimento no tratamento do esgoto da grande São Paulo e com isto aproveitar fontes próximas ao consumo. É uma solução que atuaria dentro do princípio de múltiplos aproveitamentos dos recursos hídricos.

    As agências reguladoras do uso da água, por mais que se empenhem na visão múltipla do uso do recurso, sempre terão um viés conforme a economia local, se tivermos um setor agrícola forte, dependente da irrigação, estas agências procurarão na medida do possível não contrariar os interesses locais. Por outro lado à regulação somente do volume que corresponderá a cada setor, ignora em parte a qualidade da água que este setor entrega de novo ao meio ambiente, temos uma classificação de rios que de forma um pouco grosseira estabelecendo limites de poluição a cada meio líquido, porém para reverter a classe deste meio líquido para uma classe mais nobre, é preciso uma ação coordenada não só dos agentes reguladores mas como de secretarias de meio ambiente e agricultura, coisa que deveria ser feita nos comitês de bacia.

    Ao mesmo tempo, como no caso de São Paulo, parte da poluição nos rios que correm pela região, é devida a poluição das águas pluviais por veículos (óleos, graxas e particulados), assim sendo uma ação para minimizar estes danos deveria fazer parte nas discussões secretarias de transporte, de indústria e comércio, prefeituras e outros intervenientes.

    Elencando todos estes membros responsáveis no cuidado do recurso natural, não podemos esquecer que os consumidores, ou que antigamente as chamava POVO. Esses me parecem que são sub-representados nisto tudo, pois os dados que eles deveriam ter acesso são completamente escondidos dos mesmos.

    No meio de tudo isto, coloca-se algo estranho a este interesse coletivo e difuso, uma empresa privada para gerir uma só parte desta cadeia desvinculada do problema geral. A dificuldade de estabelecer o papel e os ônus e bônus destas empresas emperram mais a sua administração do que facilitam o seu desempenho.

    É completamente anacrônica a privatização de um serviço que depende de tantos atores como os sistemas de água e esgoto, por um lado eles têm fatores que dificultam a sua ação e por outro lado a necessidade de colocar este serviço nas mãos de uma empresa com fins lucrativos me parece à face mais forte deste anacronismo.

    Geralmente os adeptos da privatização, sempre colocam como o ponto positivo desta a agilidade, o espírito empreendedor e a inovação na gerência de uma estrutura privada em relação à estrutura pública, porém o sistema de distribuição de água e de coleta e tratamento de esgotos precisam de tudo menos de agilidade e espírito criativo e empreendedor.

    Um bom sistema de saneamento básico pode ser produto de uma gestão paquidérmica e sem muita criatividade, pois vejamos. O consumidor deste serviço não é havido por inovações tecnológicas, ou melhor, quanto menor o número de inovações mais ficará contente o consumidor. Água é um só produto, não há água com outro gosto (pois deve ser insípida), não há água com outra cor (pois deve ser incolor) e muito menos água com outro cheiro. Água deve ser água, deve haver padrões rígidos de potabilidade que sempre são dados por agentes sanitários, que não são nem os consumidores nem os produtores.

    Segundo ponto, a tomada de decisões sobre um sistema de engenharia sanitária deve ser o mais refletido possível, pois no momento que se coloca um conduto para distribuição de água ou coleta de esgoto se espera que o mesmo trabalhe sem problemas nos próximos cinquenta anos, logo até as inovações tecnológicas devem ser utilizadas com moderação, há cinquenta anos condutos de cimento amianto eram uma novidade na época, e se viu com o tempo que além do problema de saúde criado aos que fabricavam a vida útil destes condutos era bem menor do que os condutos de ferro fundido que existiam antigamente.

    A longevidade dos sistemas de acumulação, captação, tratamento e distribuição de água e seu inverso com o esgoto, fazem que qualquer investimento feito com qualquer taxa de juros trabalhe no sentido inverso do qualidade a longo prazo do sistema. Há países europeus que as taxas de juro para o investimento em saneamento são negativas, simplesmente para priorizar sistemas de longa duração.

    Em síntese, empresas de distribuição de água e coleta de esgoto são verdadeiras antíteses de empresas dinâmicas do setor de informática, por exemplo, ninguém vai pedir uma ligação nova de água a cada ano, pois um modelo novo de conduto foi introduzido no mercado! Um i-cano modelo 2015.

    Devido a isto tudo acho que os modelos de gestão, de política de investimentos que tantos os economistas e administradores de empresas criam para os mais diversos ramos da indústria e comércio são praticamente o inverso do que se deseja num mercado conservador, monopolizado por necessidade e de longo prazo nos investimentos e que principalmente, não tem o apelo do consumo que tem qualquer outro setor da economia.

    Até faria uma pequena provocação, empresas de água e esgoto ficam mais bem geridas nas mãos de engenheiros do que de economistas ou administradores! 

    Para não terminar numa provocação, vou fazer uma proposição, água deve ser gerida e administrada por quem teoricamente representa todos os cidadãos de uma região, os governos eleitos, por pior do que sejam, mas sem interferência da iniciativa privada na sua condução.

  4. Mudança Climatica

    Tudo leva a crer que se deve falar francamente em vez de se usar meias palavras. As conseqüências de mudanças inevitáveis no planeta já são visíveis e se torna necessário utilizar todo conhecimento a fim de minorar qto se possa com as dificuldades oriundas destas mudanças.

    Em particular tratamos da questão da água aqui em São Paulo. Evidentemente que qdo passar as eleições deste ano este discurso otimista mudara radicalmente, mormente porque a situação não vai se alterar. VAI FALTAR AGUA NA CIDADE DE SÃO PAULO. E culpar uma seca histórica não sera justificativa honesta e aceitável diante de todas as informações que estão surgindo apontando o descaso e o otimismo exacerbado dos administradores que sempre contaram com a oferta abundante e gratuita da natureza.

    As conseqüências do descaso de se poluir reiteradamente com os mananciais existentes nas proximidades de São Paulo estão surgindo, cobrando das autoridades a responsabilidade negligenciada, com resultados dramáticos de difícil solução de curto prazo.

    A situação climática não vai mudar, a região tomou características diferentes da anterior. As represa dificilmente vão contar com a mesma quantidade de chuvas do passado.

    Depois das eleições começarão a tomar as providencias inevitáveis e em curto prazo pouca coisa poderá ser feita alem do racionamento.

    É melhor considerar a situação e não apenas criticar quem esteja no poder atualmente, tudo leva a crer que o problema seja climático e que não é a política que ira resolver a situação. É necessário colocar a ciência como aliada e estudar as alternativas, porque se o problema não for passageiro e perdurar sera necessário agir com urgência, levando em consideração a região e o tamamnho das conseqüências advindas desta mudança climática.

    Tudo leva a crer que o regime do clima e da temperatura foi alterada irremediavelmente, não só nesta região do Brasil, como no mundo todo. E diante disto sera necessário acrescentar forças e não divisões oportunisticas, prejudicial a toda coletividade.

    Cientificamente é possível anotar mudanças no clima desde o tsunami na indonezia em 2004, a situação destas mudanças ficaram mais evidentes após os eventos em 2010 na Chile e no Japão. É necessário considerar que o clima foi alterado nas mais diversas localidades no mundo.

    Tudo leva a crer que a distribuição da temperatura foi alterada como conseqüência de mudanças no regime de distribuição do clima.

    Enquanto no pólo norte na região da Sibéria o clima vem esquentando, com o deslocamento de plataformas de gelo e derretimento do permafrost, no outro lado no norte do Canada e dos EUA o clima vem sendo alterado para temperaturas polares, o inverno passado N.York registrou temperaturas polares de 30Graus negativos.

    Se esta realidade se confirmar a região da Cantareira aqui no Brasil pode estar sendo alterada e passar a ser classificada numa nova categoria, de clima temperado pode passar a clima seco desértico característica do nordeste. E ai o regime de precipitação das chuvas nesta região nunca mais sera a mesma.

    Seria prudente, que os homens que se situam nos cargos de direção no mundo passassem a considerar a possibilidade de que mudanças do clima estão alterando certas regiões de forma definitiva e que tomassem as devidas providencias, a fim de evitar ou minimizar situações dramaticamente sérias.

    As mudanças climaticas não tem nada a ver com aquecimento global, este papo inclusive não tem hoje mais nenhuma credibilidade.

    O clima mudou?

    Claro o clima mudou e continua mudando no mundo todo e não somente aqui no Brasil.

    Não existe falta de agua nem estiagem, o que existe é que o regime de precipitação de agua foi alterado, o sudeste esta mais seco com menos chuvas, porem,  a quantidade que deixou de cair numa região caiu em outras. Enquanto o sudeste sofre a falta de agua o sul e o norte passaram por enchentes e inundações.

    Outra coisa é responsabilizar as mudanças climaticas no sudeste como consequencia de desmatamento sem qualquer estudo que tenha atingido o status de verdade cientifica. Até agora estas pessoas se baseiam somente nas suas opiniões e interesses particulares sem base em consenso cientifico.

     Qdo se coloca em confronto o modelo econômico agropecuário, baseado em commodities, com a área mais industrializada, produtiva e rica do país. E também a mais urbanizada e detentora de 45% da população brasileira e abrigada em apenas 10,5% do território nacional. Quem sai perdendo é a agropecuaria que ironicamente é a unica area que ainda se mantem imune do atual momento economico desvavoravel que vive o País.

    Este pessoal da sustentabilidade não perde nada para os arautos do terror qdo se trata de vender seus interesses, usam dos inocentes uteis que lhes servem de soldados bucha de canhão para perseguir o coitado que ousar  cortar a pobrezinha da arvore.

    Todo ciclo hidrologico que carateriza o continente sul americano continua a existir da mesma maneira de sempre. O que mudou foi as caracteristicas regionais onde os efeitos destes ciclos acontecem. A quantidade de precipitação hidrica continua a mesma de sempre, a seca do sudeste tranferiu a precipitação historica para outras regiões, assim enquanto a estiagem se prolonga no sudeste as enchentes se acentuaram no norte e no sul do Brasil, não existe mais ou menos agua em consequencia de cortes de arvores onde quer que seja, usar deste argumento é desonesto e oportunista.

    Culpar desmatamento, aquecimento global e outras teorias sem sustentação cientifica não leva a nada e não é honesto.

    A comnidade ceintifica internacional ja identificou a mudança do clima no planeta, mesmo que ainda não entenda o porque destas, causas e consequencias. E é bom rrepetir o homem não tem nada a ver com elas, a influencia do homem nas mudanças climaticas se restringem a regiões, localidades onde se formam as ilhas de calor, muito diferente de culpar uma alteração climatica global.

    O que esta claro é que os dignissimos responsveis pela administração publica precisam se conscientizar de que precisam agir daqui pra frente levando em consideração estas mudanças e não ficarem simplesmente esperando que o clima se comporte como no passado, em regiões determinadas a precipitação hidrica nunca mais sera a mesma é necessario novo planejamento e nova execução.

    Oeste de S.Paulo, sul de Minas suldeste de Mato Grosso são regiões que mudaram climaticamente defitivamente.

    1. Água

      Conde,

      concordo com suas palavras. Entretanto, a população quando vota num candidato, espera que este tenha a capacidade, hombridade e competência para observar estas mudanças e agir no sentido de que não cheguemos a uma situação como a vista em São Paulo.

      Fosse uma pessoa responsável e competente, este governador há muito tempo já deveria ter chamado cérebros conhecedores do problema e discutivo soluções efetivas. Algo que não foi feito.

      Assim, a população paulista fica agora refém de uma seca que fatalmente irá atingir (já está) seu cotidiano, pondo em risco, inclusive, sua saúde e emprego.

      Vergonhosa, simplesmente, a postura do governador e sua equipe. Condenaram o Estado de São Paulo (o mais rico da união) ao escrutínio nacional e internacional.

    2. Grandes ciclos.

      Vou só dar algumas informações que reforçam as afirmações sobre mudanças climáticas.

      A Terra sempre sofreu grandes mudanças de clima, e algumas delas são associadas a grandes ciclos que agora se começa a detectá-los sem ainda saber a origem. Os oceanos têm grandes ciclos de variação de temperatura que duram em alguns casos décadas, como a chamada oscilação decadal do pacífico, ou mesmo períodos mais longos como a oscilação multidecadal do atlântico.

      O clima da África ocidental já se verificou pelas chuvas na região do Sahel uma conexão forte entre a Oscilação Multidecadal do Atlântico, que tem um ciclo longo de 60 a 70 anos e também a fortes conexões desta com o clima no nordeste brasileiro (Climate impacts of the Atlantic Multidecadal Oscillation- http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1029/2006GL026242/pdf).

      Também se começa agora a correlacionar as mudanças no clima com as variações da intensidade solar total (TSI), num artigo de vulgarização científica da NASA escrito em várias partes ela explica o programa de monitoramento solar e suas consequências (Solar radiation and climate experiment –SOURCE) dois deles mostram a variabilidade solar – Solar variability –(http://earthobservatory.nasa.gov/Features/SORCE/sorce_03.php) e a influência do Sol no que se denomina o Aquecimento Global – The Sun and Global Warming – (http://earthobservatory.nasa.gov/Features/SORCE/sorce_04.php)

      Agora o mais surpreendente de tudo que o grande climatólogo brasileiro Sampaio Ferraz já tenha se dado conta desta série de conexões sobre o clima e oceano e clima e intensidade solar, por ordem cronológica destaco os seguintes trabalhos:

      Causas prováveis das secas nordeste. 1925 O Brasil Técnico – vol I e II, nº 7 e 8 – Janeiro/fevereiro Transcrito posteriormente na Revista Brasileira de Geografia de junho de 1945, nº63 ano VI onde ele se refere a “fatores cósmicos ainda desconhecidos” influenciando sobre o clima.

      Irrupções de águas frias no Atlântico sul ao longo da costa meridional brasileira até Cabo Frio. 1949 Revista Geográfica T. 9/10, No. 25/30 1949/1950, pp. 81-95 – um artigo correlacionando as variações de temperatura do oceano Atlântico as chuvas no Sudeste.

      Iminência duma “Grande” seca nordestina. 1950. Revista Brasileira de Geografia Ano XII, nº1 Janeiro/março –  o artigo associa as secas nordestinas aos ciclos solares (já havia se referido a isto em publicação em congresso em 1940 – Sugestions for the Explanation of Probable Connections between Solar Activity and Rainfall Variation in Southeastern Brazil. J. DE SAMPAIO FERRAZ. Proceedings of the Eighth Scientific Congress, May 1940. Washington, D.C. 1942. Vol. VII, p. 373.).

      Veja, a presença de ciclos solares e a influência da temperatura do mar nas chuvas do sudeste já eram conhecidas e estudadas por Sampaio Ferraz na primeira metade do século XX.

  5. Crise sem paralelo

    Bruno,

    Depois que terminar esta etapa crítica, o melhor que pode ocorrer é o cancelamento definitivo da concessão da Sabesp.

    Não sei quantas cidades de grande porte tem o seu fornecimento de água potável e esgoto sanitário nas mãos de uma empresa de economia mista ou privada, ainda por cima com participação ativa em mercados acionários.

    Se o estado de SP é acionista majoritário da Sabesp, parece que esqueceram de avisar ao desgovernador. 

     

  6. “A irresponsabilidade deve

    “A irresponsabilidade deve ser compartilhada entre a Sabesp e os órgãos de controle (como a ANA e DAAE), mas não recair sobre os usuários como tem sido feito. “

    Achei este parte fora do contexto, pelo fato de que última PALAVRA FOI e É do GOVERNADOR DO ESTADO! 

    E alertado ele foi…

    A irresponsabilidade deve SIM, CAIR nos ombros do governador, que aliás devia chamar para si essa RESPONSABILIDADE e APÓS isso, OS GOVERNOS FEDERAL E ESTADUAL devem fazer o máximo pelo povo de São Paulo!

    Texto não aprovado!

    1. A ANA?

      A Agência Nacional de Águas advertiu a tempo a Sabesp e o DAAE sobre o problema, até fizeram um acordo sobre isto, porém se a ANA, que é um órgão federal quisesse ir mais adiante, somente poderia pedir intervenção direta do governo federal no Estado de São Paulo, algo que seria denunciado como uma quebra do pacto federativo e uma ação política do PT.

      Vamos dar a César o que é de César…

  7. Não cita a responsabilidade

    Não cita a responsabilidade do MP paulista e Federal por não terem acionado o Governo de São Paulo na Justiça. Ora já sabemos que os promotores são co responsáveis por esta situação…

     

    Opa esqueci que na terra do Odorico Paraguaçu paulista, quero dizer do Alckmin, MP Federal em São Paulol, MP Estadual e Justiça fazem parte de um bolo só, assim com o legislativo estadual. Tudo uma massaroca anti republicana e irresponsável.

     

    Aqui em São Paulo os três poderes mais o MP foram abolidos sob o chicotinho da Folha, do Estadão, da Veja e da Globo. Anomia absoluta.

     

    Ai se fosse um governo do PT! Seria impeachment com certeza!

     

     

  8. o governo de são paulo não

    o governo de são paulo não será punido?

    quais os culpados envolvidos  neste governo

    incompetente além dos alquimistas e do mpf estadual

    e da grande e  matusalêmica grande mídia?

     

  9. Parafrazeando Fiori Giriotti

    NÃO ADIANTA CHORAR TORCIDA PAULISTA, O JOGO ESTÁ TERMINANDO E O SR. ALQUIMIN NÃO TOMOU NENHUMA PROVIDÊNCIA!!!!

    Não diminuiram os vazamentos, não buscaram estimular os paulistas e paulistano a gastarem menos agua, não reciclaram aguas utilizadas, não buscaram novas fontes (se é que existem), não cuidaram do desmatamento visando possível crise de agua, enfim NÃO FIZERAM PO..RA NENHUMA E OS PAULISTANOS E MORADORES DA RMCampinas ESTÃO FERRADOS!

    Vai se criar um caos enorme, pois não há qualquer projeto para nada do descrito (é inacreditável, não é mesmo)! Nem mesmo onde passam tubulações antigas da Sabesp sabem. Tubulações vazam em todos os lugares e a perda de agua real é de cerca 35/40%, quando em outros países não ultapassam 15%. 

    Não dá para ainda saber o tamanho do problema, mas que será enorme, isto será. 

  10. conspiração
    Não vejo incoerência no discurso do nosso Grande Governador Geraldo Akcmin. Foi bastante razoável ao admitir a crise de água e Sabesp. E suas justificativas esclarecedoras realmente nao diz respeito às competências da gestora.
    As caixas d água do condomio tem usina de tratamento e comportam milhares de metros cúbicos que garantem nosso abastecimento inclusive da piscina semi olímpicas durante todo o verão! Relaxa pessoal!
    Obrigado Governador!!!
    Queria agradecer pelo otimo desmpenho na BM&F e mandar um abraço para nossos parças de Wallstreet.
    Verme!

  11. É pior do que se imagina

    Desfazendo um mito popular sobre o aquifero Guarani:

    O aquifero Guarani não passa pela cidade de são Paulo, mas sim começa em  Ribeirão Preto, e vai em direção ao interior.

    Ou seja, se a cidade de São Paulo ficar sem água, ela não dispõe de “gigantescas” reservas, como foi dovulgado, mas teriam de trazer de Ribeirão, a 300 km de distância, fora a força da gravidade, pois Ribeirão tem menos altitude. Ou se contentar com o volume reduzido dos poços artesianos de rocha, que não durariam muito para abastecer os 20 milhões de pessoas.

     

     

     

  12. FENÔMENO CLIMÁTICO.

    Há tempos os climatologistas se debruçam sobre o fenômeno da Oscilação Decadal do Pacífico e seus correlatos El Niño e La Niña.

    Agora surge um novo fenômeno, a Oscilação Duodecadal Tucanística. Recebe esse nome porque os descendentes dos antigos Maias atribuíam-no às longas revoadas de tucanos que persistiam por até 20 anos (e talvez mais!).

    O fenômeno parace ser o causador do chamado El Incompetente, responsável pela falta d’água na cidade de São Paulo e adjacências. Segundo estudos, o ar seco proveniente do Pacífico sofre um afunilamento, devido ao geomorfismo peculiar dos Andes, vindo a despencar justamente em terras piaçagueras.

    Acredita-se que o fenômeno PIG (Pacific Incompetente Geomorphism) tenha mascarado o fenômeno, fazendo com que a população só se desse conta da tragédia tarde demais.

     

    1. Os Maias que sabiam de clima.

      Emílio.

      Esquecesse dizer que os Maias consideravam os TUCANOS como aves de mau agouro, que qualquer terra em que os tucanos fizessem ninho por mais de 20 anos nada mais nascia. E parece que na última grande pesquisa patrocinada pela “National Geographic”, foram detectados fósseis de determinadas espécies de Tucanos, os Alckiminus Ramphastidae e o Aécius Ramphastidae.

      Feitos testes de carbono 14 se verificou que a presença dessas duas espécies coincidiu com uma grande seca que arrasou a civilização Maia.

      Porém, a hipótese de que mera presença dos Tucanos foi a causa da grande seca não é confirmada pelos pesquisadores, o prof. John Painin Theass do Department of Politcs da Princenton University, associou a presença dos Tucanos na área a ação do imperador Maia Yax K’uk’ Mo’, a um novo culto religioso de adoração aos Tucanos que se chamava, Privat I’vismo’ Aecim’ adeT’ udo’ que mandou fazer um enorme túnel para levar água a capital Maia. Entretanto como este túnel ruiu ele levou toda a água para outra tribo que existia mais ao norte os Bol’ Sad’ Enew’ York’, deixando os Maias sem água.

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