As tragédias permitidas, por Janio de Freitas

Brumadinho e Bolsonaro: dois casos em que faltaram às autoridades as devidas inspeções  
 
Foto: Isac Nobre/PR
 
Jornal GGN – Na sua coluna deste domingo (27), publicada na Folha de S.Paulo, Janio de Freitas faz um paralelo entre duas tragédias “permitidas”: a ruptura da barragem em Brumadinho (MG) e o governo Jair Bolsonaro (PSL).
 
O crime ambiental na cidade que compõe a região metropolitana de Belo Horizonte poderia ter sido evitado se a Procuradoria-Geral da República, Ministérios Públicos federal e de Minas e o Judiciário tivessem dado sentenças rigorosas a Vale S.A e aos culpados pela tragédia de Mariana.
 
“Faltaram ainda àqueles poderes providências, por exemplo, para que todas as empresas administradoras de barragens fizessem, em seguida ao desastre de Mariana, inspeções e laudos formais em prazo determinado”, pontua Janio, lançando a preocupação se a falta de responsabilidade de todos esses poderes irá se repetir no caso Brumadinho. 
 
Em relação ao governo Bolsonaro, Janio destaca que, no passado, o atual presidente não cumpriu toda a carreira militar. Foi “excluído do Exército, sob ponderações do Superior Tribunal Militar, que puseram em dúvida até seu equilíbrio mental”. 
 
Entretanto, ao longo de toda a vida política, Bolsonaro fez menção ao passado como militar aproveitando-se do peso dessa ligação para conseguir votos entre a população mais conservadora. 
 
Quando despontou como principal candidato, foi a vez de setores do alto comando do Exército se aproveitarem da imagem de Bolsonaro, reatando a ligação com o ex-paraquedista. 
 
“Por utilitarismo, sem dúvida, Bolsonaro empenhou-se em ser dado como capitão, representante legítimo de todas as idiossincrasias e da radicalidade conservadora, anticultural e patriótica da caserna. O candidato identificado com as Forças Armadas”, observa Janio.
 
Agora como presidente, “o ar já não é mais o mesmo” na relação com os militares. O desenrolar do caso Flávio Bolsonaro, seu envolvimento com milicianos, e o vexame da participação de Bolsonaro pai no Fórum Econômico Mundial, levantaram “inquietações” entre membros do Exército. “É fácil imaginar o que se passa com a maioria dos generais, inclusive como contribuintes da identificação militar com o novo e caótico poder”, completa Janio. 
 
Para ler sua coluna na íntegra, clique aqui. 
 
Redação

9 Comentários

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  1. Isso é sério?
    Bolsonaro não tem 1 mês de governo, os únicos culpados foram Pimemtel (PT), que concedeu essa licença criminosa, e Dilma Roussef (PT), que em 2015 assinou um decreto criminoso, autorizando a barbárie. Menos parcialidade e um pouquinho de caráter, articulista. Faça esse favor à sua história.

    1. Isso é sério II

      Isso é sério? Você apoia um miliciando com faixa de presidente. Um cara que emprega os parentes dos assassinos de aluguel no gabinete? Entrega a maior medalha do estado do Rio de Janiero a um miliciano dentro do batalhão? Como falar de caráter…?

      1. Não sei qual o seu grau de
        Não sei qual o seu grau de leitura, mas aparentemente não émuito satisfatório
        Leia o texto e o comentário concernete a ele, não confirme sua ignorância publicamente.

    2. Burro ou sacana?

      Quem cita o decreto é burro ou sacana, ou os dois.

      Se for lido o decreto todo, o que se diz é que o rompimento de barragens é equiparado a desastre natural APENAS PARA LIBERAÇÃO DE FUNDO DE GARANTIA PARA OS ATINGIDOS. Nada mais. Lula, e mais ainda Dilma, montaram o sistema de Defesa Civil do Brasil, que era muito precário tanto do ponto de vista legal (ajustado pela Lei da Defesa Civil de 1012), quanto técnico, atacado no curto prazo pelos levantamentos do Serviço Geológico do Brasil, e no longo prazo pelo estabelecimento de um sistema de institutos de apoio e a integração dos sistemas estaduais e regionais com o federal. 

  2. ” WHICH OF YOU HAVE DONE THIS? THE LORDS…
    Um intertexto entre Tarkovsky e Shakespeare

    (Salão de festas. Entra o fantasma e se senta no lugar de Macbeth)

    MACBETH — A mesa está completa.
    LENNOX — Aqui, milorde, há um lugar reservado.
    MACBETH — Onde?
    LENNOX — Aqui mesmo, meu bom senhor. Que é que vos abala dessa maneira?
    MACBETH — Qual de vós fez isso?
    NOBRES — Fez quê, meu bom senhor?
    MACBETH — Dizer não podes que fui eu que fiz isso. Não sacudas para mim teu cabelo ensangüentado.
    ROSS — Levantai-vos, senhores; Sua Alteza está passando mal.
    MACBETH — Vede ali, por favor! Olhai! Olhai! … Se as sepulturas e as carneiras os mortos nos reenviam que nelas enterramos, das entranhas dos abutres faremos nossos túmulos.

    (O fantasma desaparece)

    MACBETH — Os enterrados agora, se levantam com vinte fatais golpes na cabeça e de nossas cadeiras nos empurram. E mais estranho do que o próprio crime.

    https://m.youtube.com/watch?v=41DL96LsQWQ

  3. Sim. Brincadeira é ler o texto de 2 partes com os intestinos

    Ou também usa bolsa de colostomia? (no caso Bolsonaro, uma possibilidade médica já prevista antes do atentado).

  4. De quem é a culpa?

    Mesmo pessoas esclarecidas têm cobrado os governos sobre os desastres de Mariana e Brumadinho. 

    Mesmo havendo culpa parcial neste e nos próximos casos de Minas devido à simplificação irresponsável dos licenciamentos, ou do inefável Salles pelos licenciamentos por mudança de mapas em SP, a culpa das empresas é completa e intransferível. Ao se estabelecerem elas conheciam a lei, que, desde o tempo do Império, impunha o controle da poluição e dos acidentes, tendo sido detalhada muitas vezes em 150 anos. 

    Recentemente, nos governos de Lula e Dilma, o sistema de Defesa Civil foi todo reformulado, dando-se condições de recursos e técnicos de fazer um bom trabalho. Mas ele esbarra, em primeiro lugar, nos empresários. Muito naturalmente, eles notam que a função das empresas é produzir dinheiro, não segurança, e trabalham junto aos governos locais para não cumprir a lei e as determinações feitas nos levantamentos. Esses governos locais, como os de Minas e os de Salles em SP, querem também dinheiro e apoio, e fecham os olhos às barbaridades feitas pelas empresas. 

    Mas a responsabilidade total é das empresas. Ellas sabiam da lei quando se estabeleceram ou ampliaram, e, mesmo se não houvesse lei, pessoas sensatas não colocarm em risco vidas humanas, suas propriedades e o meio ambiente.

  5. Ignorante
    Vc deve ser um desses ignorantes e fanáticos fascistas que espalharam mentiras a rodo nas redes sociais que levaram 39% de um povo atrasado como o nosso eleger o boçal .
    É o mesmo que está fazendo aqui agora dizendo que Pimentel concedeu qdo na realidade a responsabilidade foi do Conselho Estadual do Meio Ambiente de MG que por 8 votos a 1 deu tal autorização !
    E quanto a Dilma , o decreto que assinou teve por objetivo facilitar e agilizar as indenizações às famílias atingidas pela tragédia de 2016 em Mariana .
    Ou vc realmente é um ignaro ou um desonesto , que apóia uma corja de bandidos e fanáticos fundamentalistas que tomaram conta do Poder em Brasília!

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