Ban Ki Moon demonstra preocupação com crise política brasileira

Jornal GGN – Ban Ki Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, demonstrou preocupação com a crise política brasileira e indicou que instabilidade vivida no país entrou no radar da entidade. Ele também fez um apelo para os líderes brasileiros encontram uma “solução harmoniosa” para crise. 

Assim como o secretário-geral, a cúpula da entidade mostra preocupação de que o impasse político no Brasil possa contaminar outros governos da região. Para o Alto Comissariado, a crise ameaça causar “um sério dano” para o Estado e para as conquistas democráticas ocorridas nos últimos 20 anos no país.

Do Estadão

Secretário-geral da ONU faz apelo por solução para crise política no Brasil

JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE – O ESTADO DE S. PAULO

Ban Ki Moon se diz ‘preocupado’ com impacto social da instabilidade política no Brasil

A cúpula da ONU alerta que a crise política no Brasil pode ter um impacto internacional e, pela primeira vez, apela para que os líderes nacionais atuem para solucionar o impasse que vive o País. Em declarações exclusivas ao Estado, o secretário-­geral da ONU, Ban Ki Moon, indicou que a instabilidade no País entrou no radar da entidade e pediu uma reação ” harmoniosa ” diante da crise.

“Por enquanto, esse é um problema político doméstico. Mas o Brasil é um País muito importante e qualquer instabilidade política no Brasil é uma preocupação social para nós “, disse Ban, em Genebra.

O coreano fez um apelo, o primeiro em relação ao Brasil em quase dez anos de seu comando da ONU e uma atitude rara nos contatos das Nações Unidas com o País. “Peço que os líderes adotem soluções harmoniosas e tranquilas “, declarou. ” Sei que é um desafio que o País vive. Mas acho que vão conseguir superar “, disse.

Ban, que por anos apostou no Brasil e em outros governos emergentes para fortalecer o sistema multilateral, agora rompe seu silêncio e alerta para a crise.

Na cúpula da entidade, a preocupação é de que o impasse político no Brasil possa contaminar outros governos da região onde processos democráticos ainda frágeis poderiam ser minados.

No início de março, o secretário de Direitos Humanos, Rogério Sottili, afirmou que, em encontros com a ONU em Genebra, chegou a falar sobre a crise vivida pelo País. Seu tom foi, acima de tudo, o de mostrar que a questão de direitos humanos está ligada com o clima que vive o País. ” Eu não poderia ignorar a situação que o Brasil vive hoje “, disse.

Ao falar com jornalistas brasileiros na ocasião, Sottili ensaiou uma crítica à imprensa, dizendo que a ONU parece saber ” mais do Brasil que muitos brasileiros”. “Acho que aqui a informação chega de forma mais qualificada “, ironizou.

Na entidade, porém, o recado é tanto para a oposição quanto para o governo. Há apenas uma semana, a ONU rompeu seu silêncio e alertou para a crise brasileira. Em um apelo tanto aos atuais ocupantes do governo federal como aos demais partidos políticos, a Organização das Nações Unidas disse esperar que os agentes públicos brasileiros “cooperem totalmente” com as autoridades judiciárias nas investigações sobre “suposta corrupção de alto nível, para evitar quaisquer ações que possam ser vistas como um meio de obstruir a Justiça”. Mas também lembrou que o Judiciário deve atuar com “escrúpulos, dentro das regras do direito doméstico e internacional, evitando adotar posições político­-partidárias.”

“Estamos preocupados com a possibilidade de que um círculo vicioso possa estar sendo desenvolvido que acabe afetando a credibilidade tanto do Executivo como do Judiciário”, disse Rupert Colville, porta­-voz da ONU.

Nesse inédito posicionamento da organização sobre a crise política brasileira, a entidade faz cobranças a todos os agentes protagonistas da atual situação ao se dizer “preocupada com os debates cada vez mais politizados e acalorados” registrados nas últimas semanas no País.

Para o Alto Comissariado, essa situação ameaça causar “um sério dano de longo prazo para o Estado e para as conquistas democráticas feitas nos últimos 20 anos nos quais o Brasil tem sido governado sob uma Constituição que dá fortes garantias de direitos humanos”

Redação

4 Comentários

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  1. Seria possível solicitar
    Seria possível solicitar ajuda a ONU, pedindo que enviasse ao Brasil observadores internacionais para acompanhar esta manobra sombria prestes a se realizar no congresso?

  2. O BRASIL NA IMPENSA MUNDIAL –

    O BRASIL NA IMPENSA MUNDIAL – O show de horrores da politica brasileira está sendo exibido ao mundo. A crise politica brasileira está estampada diariamente nos maiores jornais dos paises centrais como poucas vezes o Brasil esteve presente em espaço de imprensa, disputando centimetragem com a crise da Siria.

     

    O noticiario estampa o desastre das lideranças politicas brasileiras, um dos paises esperança do mundo transformou-se m

    espetaculo de fracasso politico e economico grças à cegeuira, ignorancia e estupidez do conjunto dos atores politicos.

    O desfile da roupa suja exposta ao mundo pela Lava Jato é parte desse cenario de degradação da imagem internacional do Brasil, ao qual se junta agora a novela do impeachment apenas começando,

    E sem essa alegoria de que “”as instituições estão funcionando” mas funcionando para que? È como um carro onde tudo funciona mas o carro não anda, de que adianta as instituições funcionarem se o pais caminha para trás?

    Há uma nitida percepção externa, olhando de fora para dentro, de que o Brasil está sem um nucleo central de poder, como tem a Russia, a China e a India, nucleo que pilota o Pais numa direção conhecida. O Brasil está sem rumo algum, ninguem sabe para onde caminha, o grave risco é o Brasil entrar para o grupo dos paises fracassados como o Afganistão, o Iraque, o Haiti, a Venezuela, paises sem rumo algum e que apenas flutuam como um rolha no mar.

    Culpados? São varios, obra ruim desse porte não tem um só autor.

    Os militares, que me perdoem e eu sou apologista matriculado das forças armadas, sairam do Poder pela porta dos fundos, jamais poderiam estar ausentes da Constituinte, onde deveriam estabelecer reservas de poder, como fizeram as forças armadas do Chile, que tiveram representação na nova organização politica do Pais, que mantem até hoje.

    Os politicos da nova Republica ao desprezar a colaboração das forças armadas e até as repudiarem desde o governo FHC, em seguida nos governos do PT com a insistente tentativa patrocinada pelo governo de espicaçar as FA com as comissões da verdade e milionarias anistias a milhares de reais e pretensos perseguidos, perdendo os governos FHC e Lula um aliado essencial nas crises do poder, a colaboração das forças armadas é fator essencial para a estabilidade politica do Pais desde 1822, o Brasil nunca se organizou politicamente sem a atuação central das forças armadas desde

    a instituição da Republica em 1889, na criação do novo regime da Revolução de 1930, na instituição do Estado Novo em 1937, no estabelescimento da Republica de 1946, na nova consolidação do poder central em 1964. Tentar desligar as forças armadas do projeto de formação do Estado Nacional brasileiro foi um monumental erro dos governos da Nova Republica de 1985, especialmente após a Constituiçaõ anti-militar de 1988, ai está o resultado.

    O governo Lula ao não entender o equilibrio de poder estabelecido pela Constituição de 88, cabe ao Presidente da Republica nomear o Procurador Geral da Republica e não terceirizar essa nomeação para a propria corporação dos procuradores, o que desequilibrou gravemente o sistema de Poder instituido pela Constituição que não previu a existencia de um QUARTO PODER, criado quando Lula permitiu e reconheceu como valida  uma eleição interna entre aqueles que deveriam estar ligados à Presidencia e não a serviço de si proprios.

    Quando a Constituição diz que cabe ao Presidente indicar o procurador, não se trata de um presente dado ao Chefe de Estado e sim de uma obrigação para manter o equilibrio de poder no Estado, ao transferir esse direito que é indelegavel para uma associação de procuradores o Presidente descumpriu a Constituição, a escolha do “mais votado” não está prevista na Constituição e torna-se grave omissão do Presidente Lula, não lhe cabia delegar esse poder, seria como permitir aos generais escolherem o Ministro da Defesa. Desse erro fatal nasceu a ação penal 470 e a Lava Jato,

    que esfrangalhou e levou a um impasse o atual sistema de poder, instaurando uma crise cujo fim se ignora.

    A crise pode ser muito longa e levar ao desfecho inevitavel de um novo sistema de base autoriataria como unica saida para restabelecer um projeto de pais viavel. Crises politicas muito longas como a da Italia de 1918 a 1922, a da Alemanha de 1918 a 1930, a da Espanha na Segunda Republica, de 1930 a 1936, que terminou no franquismo,  a da França do Front Populaire de 1936 que acabou no colaboracionismo de Vichy, a da Argentina de Yrigoen e Farrell, que acabou no golpe do Tenente General Juan Domingo Peron,  a crise de governabilidade do governo Allende que acabou na ditadura Pinochet, a do proprio Brasil de agosto de 1961 a março de 1964, que acabou no governo militar. Crises politicas procuram sua propria soluçlão e quando ela não vem naturalmente  algo de fora para dentro se encarrega de resolver o impasse, que não pode durar eternamente sob pena do Pais se dissolver e aqui se trata de um dos maiores paises do mundo, de importancia capital para o equilibrio geopolitico continental e para todo o sistema de relações internacionais do mundo ocidental.

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