Governo Alckmin quer extinguir a Banda Sinfônica de SP

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A Banda Sinfônica do Estado de São Paulo pode acabar, anunciam os músicos e o grupo. Após uma grande mobilização com os riscos de cortes no orçamento da Banda Sinfônica propostas pelo governador Geraldo Alckmin e pela Secretaria de Cultura do Estado, no final do ano passado, o grupo conquistou a aprovação de uma emenda parlamentar de R$ 5 milhões, para evitar os cortes do início deste ano. Entretanto, o governo decidiu brecar o repasse dessa emenda.
 
“A Banda ficou ciente, em reunião com o Secretário José Roberto Sadek, de que o dinheiro da emenda se encontra em contingência decretada pelo Governador”, denunciou o grupo. “Sem receber mais repasses estaduais e tampouco possuir previsão de liberação de verbas para manutenção dos músicos, é provável que o Instituto Pensarte (organização social gestora do grupo) realize demissões já na próxima semana”, completou em comunicado.
 
A primeira vitória da Banda Sinfônica, diante dos grandes riscos de demissões, a banda realizou um concerto protesto nos salões da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), no fim de 2016. A medida pressionou os parlamentares a aprovarem a emenda aglutinativa, por dois terços da Câmara. A maioria dos deputados estaduais concordaram com a manutenção do grupo e resolveram aprovar o repasse de R$ 5 milhões.
 
“Esse valor seria suficiente para manter a banda funcionando e evitar demissões, pelo menos nos primeiros meses deste ano. Não era a solução definitiva, mas com certeza foi a promessa de um respiro aliviado para negociarmos a continuidade da banda”, informou.
 
 
Entretanto, a gestão de Alckmin frente à Secretaria de Cultura decidiu “voltar atrás”. “Essa verba que seria crucial para a existência da Banda foi vítima de uma decisão arbitrária de um Governo que decidiu voltar atrás em sua própria palavra. Vale lembrar que o líder do Governo na Alesp, o deputado Cauê Macris, fazia parte da comissão que recebeu a emenda parlamentar, assim como o presidente da Alesp, Fernando Capez”, relatou o grupo.
 
Na concorrência para definir a nova organização social para o custeio de instituições musicais, Banda Sinfônica foi excluída
Na concorrência para definir a nova organização social para o custeio de instituições musicais, Banda Sinfônica foi excluída
 
Segundo eles, a aprovação da emenda também pelo governo na Alesp era uma mensagem de que a gestão se comprometia a manter o grupo vivo. “A justificativa da crise não se sustenta no caso, e cortar a Banda configura decisão arbitrária. Não podemos permitir esse corte!”, manifestou.
 
Com intuito de alertar a população e protestar contra a decisão de Alckmin, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo realizará um novo “concerto protesto” nesta sexta-feira (27), em frente à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, das 12h às 14h.
 
“As próximas horas e dias serão cruciais para a sobrevivência da Banda. E nós não vamos deixar esse patrimônio cultural acabar sem protestar. Nossa voz precisa ser ouvida: a população do Estado merece acesso a cultura e nossos músicos merecem ter uma plataforma para tocar”, publicaram.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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    1. Não gostam de pobre

      Acho que não . Eles apenas não gostam de ter que financiar cultura para esse bando de pobres assistir. Só isso . 

      É chato ver aquela molecada da periferia correndo pela Sala São Paulo , utlizada para comemorar bodas e aniversários de FHC.

  1. Os músicos podiam protestar contra o PT

    Os músicos podiam protestar contra o PT e Dilma que jogaram o país nessa crise que derrubou a arrecadação de Estados e municípios. Com isso, o governo precisa definir prioridades. Manter os investimentos em áreas sociais como saúde, educação, segurança, obras prioritárias e o pagamento dos funcionários e pensionistas devem ser prioridade. Em SP tudo em dia. Veja a situação de outros Estados.

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