Bolsonaro destrói estrutura do Ministério do Trabalho e entrega sindicatos a Sergio Moro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Jair Bolsonaro recuou da ideia de extinguir o Ministério do Trabalho e manter, pelo menos, o status da Pasta, mas sob a direção de Paulo Guedes. O ministro anunciado da Casa Civil Onyx Lorenzoni afirmou nesta segunda (3) que o plano agora é não só extinguir como fragmentar todas as atribuições do Trabalho, distribuindo as competências entre os ministérios da Economia, Cidadania e Justiça. Bolsonaro entregará a Sergio Moro, por exemplo, os sindicatos – que, no Brasil, são a base de inúmeros protestos contra governos.

“O atual Ministério do Trabalho como é conhecido ficará uma parte no ministério do doutor [Sergio] Moro, outra parte com Osmar Terra e outra parte com o Paulo Guedes, lá no ministério da Economia, para poder tanto a parte do trabalhador e do empresário dentro do mesmo organograma”, afirmou, segundo relatos da Folha.

Em entrevista à rádio Gaúcha, Onyx disse que Moro vai cuidar da “secretaria que trata de concessão sindical”.

“A face mais visível, e que a imprensa brasileira registrou por inúmeras vezes os problemas que ocorriam naquela pasta, de desvios, problemas graves de corrupção, então aquele departamento ou secretaria do ministério do Trabalho que cuida disso, vai lá pro doutor Moro, vai ficar no ministério da Justiça e da Segurança”, disse.

Ainda de acordo com Onyx, o combate ao trabalho escravo também deve ficar com Moro. 

Já as políticas públicas que tratam de emprego serão divididas entre Economia e Cidadania. “Onyx explicou que o desenho do primeiro escalão está quase concluído. A previsão é de que a estrutura seja anunciada ainda esta semana, durante visita de Bolsonaro a Brasília”, afirmou a Folha.

“Nós vamos ter 20 ministérios funcionais. E tem dois que são eventuais, caso do Banco Central, que quando vier a independência deixa de ter status, e o segundo AGU (Advocacia-Geral da União), pretendemos fazer ajuste constitucional, e quando tiver definido.”

Bolsonaro já anunciou 20 ministros e deve escolher esta semana o chefe de Meio Ambiente.

Falta definir também se Direitos Humanos terá status de ministério. Segundo Onyx, a pastora Damares Alves é a mais cotada para o posto.

5 Comentários

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  1. Com a destruição da estrutura

    Com a destruição da estrutura do Ministério do Trabalho surge mais uma das fragilidades pelo lado dos trabalhadores, além da reforma trabalhista feita no governo Temer. Falta pouco para oficializar o trabalho escravo!

  2. Processo Civilizatório Bolsonariano

    (1) extinção do Ministério do Trabalho.

    (2) negociado acima do legislado e “flexibilização” das relações de trabalho

    (3) extinção ou impotência da Justiça do Trabalho.

    (4) sindicato “desajustado” à nova ordem, a Polícia Federal de Moro executará o “ajuste legal”.

    (5) liberação do porte de armas.

  3. O nome de chuveiro me solta

    O nome de chuveiro me solta essa pérola aqui:

    “O atual Ministério do Trabalho como é conhecido ficará (…) outra parte com o Paulo Guedes, lá no ministério da Economia, para poder tanto a parte do trabalhador e do empresário dentro do mesmo organograma”, afirmou, segundo relatos da Folha.

    Os ministérios atendendo empresário e trabalhador eram, e são, e deveriam ser, diferentes, porque tratam de coisas diferentes. Juntar trabalhador e empresário (não todos, aliás) no mesmo caixa do Posto Ipiranga é o tipo de ideia completamente estapafúrdia.

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