Bolsonaro pôs na Caixa empresário interessado em processo travado por órgão ligado à Caixa

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – Jair Bolsonaro nomeou para presidir a Caixa Econômica Federal o empresário e Pedro Guimarães, sócio e diretor do banco Brasil Plural, que é uma das maiores credoras da Ecovix. A empresa está em processo de recuperação judicial e tem encontrado dificuldades para concluir as negociações por conta de um órgão ligado à Caixa, a Funcef, entidade de previdência complementar. 
 
Segundo a coluna da jornalista Marta Sfredo, do veículo gaúcho GZH, entidades que representam os funcionários da Caixa já reclamaram do “conflito de interesse” que marca a indicação de Guimarães. Para elas, a nomeação foi “temerária” e “suspeita”, exatamente porque o Banco Plural, onde Guimarães tem parte, aguarda a recuperação da Ecovix há 2 anos. Além disso, a Caixa e o Banco do Brasil também são credores da Ecovix.
 
A colunista diz que a Funcef “quase inviabilizou” a aprovação do plano de recuperação judicial da Ecovix, após apresentar questionamentos em junho passado.
 
O questionamento ocorreu porque a Ecovix inseriu no plano de recuperação o conjunto de estaleiros que administra em parceria com a Funcef. O órgão ligado à Caixa tem 25% do FIP RG Estaleiro e a Ecovix detém os outros 75% das ações.
 
Ao colocar 100% do RG Estaleiro no processo de recuperação, a Ecovix transformou a Funcef em devedora de R$ 7 bilhões. Por isso a Funcef apresentou o questionamento.
 
A gerente de participações da Funcef, Andrea Morata, disse à coluna que, na verdade, a empresa tem débitos de R$ 1 bilhão no negócio do estaleiro. “Da forma como foi encaminhado [o processo de recuperação], o ativo que tem participação da Funcef será usado para pagar a dívida do grupo” Ecovix.
 
A Funcep defende que os estaleiros sejam isolados do restante do grupo Engevix para ter uma recuperação judicial específica.
 
“Temos interesse que o estaleiro funcione, mas tem de ser feito da forma certa. A Funcef se compromete com uma recuperação da RG, porque é preciso fazer alguma coisa. Só não podemos assumir uma dívida que não é do FIP”, disse Morata à coluna de Sfredo.
 
A Ecovix entrou com o pedido de recuperação judicial em dezembro de 2016, na 2ª Vara Federal de Rio Grande.
 
Entre os ativos colocados à disposição estão “Ecovix Construções Oceânicas S/A, as subsidiárias RG Estaleiros S/A, RG Estaleiro ERG1 S/A, RG Estaleiro ERG2 S/A, RG Estaleiro ERG3 S/A e Engevix Sistemas de Defesa Ltda.”
 
“O banco Brasil Plural e Felsberg Advogados lideram o processo de recuperação judicial. No processo, a Ecovix registrou dívidas no valor de R$ 8 bilhões e uma situação de caixa residual”, publicou a colunista.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador